Anastasya
Pondo-me ao lado da senhora de sorriso gentil, logo seu corpo virado para mim contava-me suas aventuras da juventude e o quão abençoada foi por ter encontrado o senhor Oswald, com quem casara-se pela segunda vez. Porém meus olhos viciados, direcionavam-se a todo instante à mesa na qual Joseph pendia-se. Sua seriedade e confiança ao falar, provocava-me inevitavelmente descontrole ao peito.
– Vejo que está apaixonada, minha querida. – Pronuncia-se a Duquesa na qual seu nome era Cora, fazendo-me instantaneamente desviar minha atenção de volta ao seu rosto enquanto sinto minhas bochechas queimarem por seu flagrante.
– Eu? – indago gaguejando.
– Sim, você! – diz tocando com seu dedo indicador na ponta de meu nariz. Um sorriso escapa de meus lábios mediante ao seu ato carinhoso repentino.
– Não seria tolice habitar ao peito um sentimento que... – digo desviando meus olhos instantaneamente a Joseph, enquanto solto um pesado suspiro. – Jamais haverá retribuição? – pergunto, voltando meus olhos a Cora, encontrando um sorriso alinha em seus lábios finos. Retribuo-a meu desfalecido sorriso.
– O amor nunca é simples. – declara inclinando levemente sua cabeça para o lado, antes de desviar seus olhos gentis à sua xícara de chá.
– A impossibilidade me limita a respirar. – digo desviando meu olhar ao pedaço de pão açucarado ao meu prato. Sinto seu olhar atrair-se novamente ao meu rosto.
– Anastasya... – pronuncia-se erguendo meu rosto com a ponta de seu dedo indicador, fazendo-me encontrar seus olhos de um verde familiar. – O amor certamente é algo raro. Mas a esperança é o dom dado por Deus à meros mortais como nós, para tornar o amor, algo completamente mágico por sua altitude quase que inalcançável.
– Certamente. – digo forçando-lhe um sorriso, sabendo que jamais aquelas palavras fariam sentido pois este sentimento apenas trouxera-me dor.
– Tens bom gosto. – pronuncia-se chamando-me a atenção para seu rosto, encontrando-a à levar seu chá à boca, enquanto um sorriso formava-se discreto.
– Perdão. Não compreendo-a. – digo sentindo meu cenho franzir-se entre minhas sobrancelhas estreitadas por dúvida.
Seus olhos voltando-se aos meus em estudo profundo de minhas expressões após breves segundos de cauteloso silêncio, outro sorriso forma-se e Cora desvia seu rosto e lábios para degustar da última gota de seu chá.
– Meu filho é um belo homem. – Diz sem desviar seus olhos da porcelana branca de sua xícara posta à mesa. – Mas outro chama-lhe atenção à mesa a frente, não é? – declara, fazendo-se surgir um sorriso ao canto. Provocando-me descontrole em meu peito.
– Duquesa, eu...
– Eu lhe entendo perfeitamente. – Interrompe-me. – Joseph não pode ser amado, mas mesmo com isto, ainda o ama.
– Eu sinto muit...
– Não desculpe-se. – Interrompe-me novamente. – Pois está é a magia do amor, minha querida. – diz desta vez levando seus olhos de encontro aos meus.
– Do que vale, se jamais poderei amar devidamente? – balbucio desviando meus olhos para onde teu corpo pendia-se à mesa próxima diante de nós.
– Qual o resultado de uma desistência? – Solta, estreitando seus sobrancelhas. – Arrependimentos, talvez? – indaga, recostando suas costas à sua cadeira. – Mas se é amor, até onde seríamos capazes de ir por amar?
– Não entendo. – digo, completamente atraída por suas palavras.
– Joseph ainda é somente um menino para mim e seus olhos verdes ainda o condenam. – diz e tamanha intimidade habita em seu rosto enquanto um familiar sorriso discreto se alarga em seus lábios, enquanto sua cabeça meneia negativamente divertida ao pensamentos inundarem sua mente.

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Santo Pecado
Roman d'amour" Se há amor, não deveria haver pecado. Mas se há, condeno-me ao inferno. " Santo Pecado conta a história de Anastasya White Xavier, uma jovem de 18 anos cujo a sua história é contada no ano de 1864, século 19. Bondosa, Anastasya sonha com o marid...