capítulo 8

550 81 0
                                    

Minha cabeça estava doendo, meu corpo parecia ter sido comprimido por algo, minha respiração estava pesada, sinal que eu estava em algum lugar alto, abre meus olhos devagar, estava muito claro, e provavelmente ja fazia mais de horas que não os abria, esperei até me acostumar com a claridade.
Eu estava em um tipo de chalé, não havia muito móveis, nem divisória entre os cômodos, eu estava em uma cama bastante macia, a minha frente havia um closet, e ao meu lado algumas estantes, não muito longe estava um sofá, preto, uma lareira, e logo atrás uma espécie de cozinha, o lugar era pequeno e aconchegante.
Senti vontade de tocir e com dificuldade pus minha mão na boca, quando a tirei vi que estava cuspindo sangue.
-Maldito câncer!
Exclamei em um sussurro.
Olhei para o meu lado esquerdo e tinha uma porta que dava entrada a uma pequena varanda, e lá estava uma linda jovem com cabelos loiros que chicoteavam o vento, um corpo perfeito, ela parecia não ter me visto acordar, então tentei me levantar, o que foi um fracasso, pois acabei caindo e derrubando algumas coisas que estavam no criado mudo, o barulho parecia uma guerra em meus ouvidos, escutei passos rápidos em minha direção, rapidamente tentei me levantar, mas eu apenas me machucava, até que em uma das tentativas senti mãos fortes e delicadas segurarem meu braço, com sua ajuda consegui voltar para cama, seus lindos olhos azuis estavam preocupados, me observavam como se tivesse visão de Raio-X.
Era ela, a garota do café, era a Emy, abri um leve sorriso sem jeito, que foi retribuído instantaneamente, aquele sorriso perfeito e cheio de mistérios.
- Você está bem?
Sua doce voz ecoou como um alívio a minha agonia.
- Estou sim!
Menti. Como alguém com câncer pode estar bem? Mas ela não precisava saber disso.
Sua mão foi a minha testa e levemente escorregou até o meu pescoço, seu olhar ficou mais profundo.
- Você está com febre!
Sua voz saiu falha, ela se retirou da minha frente, e logo voltou com alguns remédios, que eu me recusei a tomar, nao posso estar tomando qualquer coisa, isso pode agravar minha situação.
- Ande ... tome esses remédio você vai melhorar...
Ela tentava me forçar mas eu segurei em seus pulsos, o que fez ela me olhar espantada.
- Não posso Emy! Eu sou doente!
Tive que revelar, seu olhar mudou de novo para algo vazio, as trevas em seus olhos azuis voltaram.
- Eu sei... Sei que você tem câncer... mas esses remédios pode tomar... confia em mim...
Ela pediu sincera, mas o fato dela saber disso não entrou em minha cabeça, ela não me conhece, como sabe disso? Peguei os remédios e tomei, seu sorriso voltou, e eu daria minha vida para ver esse sorriso todos os dia da minha vida, que a propósito não são muitos suponho.
- Como sabe do câncer?
Perguntei evitando arrudeios.
E lá vem aquele olhar vazio, mas dessa vez diferente, ela parecia estar lembrando de algo, e não olhando para mim, seu olhar se perdeu, seu sorriso desapareceu, minhas mãos tocaram as suas, e percebi o quão fria elas eram.
- Você saberá ...
Ela me respondeu com a voz falha e se retirou, fechou a porta da varanda, e voltou a me encarar.
- Descanse, temos muitas coisas para conversar...
Ela afirmou, mas antes que ela pudesse ir, lhe perguntei.
- Por que foi embora sem mais nem menos? E Como você me achou?
Ela olhou para todos os lugares da casa, acho que estava procurando palavras certas, e novamente voltou a me olhar.
- Descanse... Te responderei a todas as tuas perguntas... Apenas descanse...
Assenti, e ela se retirou, saiu do chalé, por alguns instantes pensei em ir atrás dela, mas depois notei que seria vão algum esforço no estado que eu me encontrava.
Me apoiei bem ao travesseiro, me enrolei bem, pois um vento frio entrou pelas brechas das portas, e me questione...
Onde ela foi sem casaco?

Imprinting || Spin Off IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora