capítulo 4

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A mesma rotina de sempre, toda manhã ir ao mesmo café beber a única coisa que posso, um expresso. Mais um dia tranquilo, frio. Mesmo sem sentir posso ver as pessoas agasalhadas e não quero parecer mais esquisita do que já sou então visto um sobretudo e coloco um cachecol, uma touca e estou pronta para sair.

Me abraço algumas vezes como se realmente estivesse sentindo o frio do vento. Chego finalmente ao café, me sento e sou bem recebida pelo garçom, ele sabe exatamente o que eu quero.

- Aqui está senhorita... Espero que goste...

- Obrigado!

Ele se retira com um lindo sorriso, alguns minutos se passam e eu estava apenas sonhando acordada. Pensava na minha infância, nos meus pais eu realmente sentia falta de tudo aquilo e ter que me afastar foi a pior coisa que já fiz, sei que foi para o bem deles, e mesmo depois de tanto tempo eu ainda sinto o peso dos meus atos.

Mas algo me rouba a atenção, dois amigos brigando do outro lado da rua parecem duas crianças, só podem ser turistas o garoto de cabelos castanhos olhou para mim, e eu fiquei hipnotizada ele era lindo, com um belo físico, olhos negros.

Mas aí tornei a mim e sumi o mais depressa que consegui, no caminho de volta para casa não parei de pensar nele um só minuto, ele invadia meus pensamentos sem ao menos pedir licença.

Chegando em casa me deito no sofá esperando ele ir embora da minha mente, mas nada, tudo que eu queria era saber o que é dormir de novo, chorar, sentir calor, sentir frio, sorrir, adoecer, a anos que eu não sei o que é isso.

Se para alguns isso é um desejo inalcançável para mim isso é um pesadelo interminável.

O resto do dia se foi, a noite chegou e eu não parava de pensar nele, porque será que ele me atormenta tanto?

Deitei na cama e deixei a noite passar, algo que estava me tirando do serio, nunca me senti tão impaciente.
Emfim chega uma nova manhã e finalmente consigo tirar ele da minha cabeça, me levanto tomo banho faço minha higiene, vou ao café tomar um expresso e vou para uma das praças da cidade apenas deixando o tempo passar, olhando os turistas andarem de um lado para o outro sem ao menos saber quando será seu último suspiro de vida e muitos desperdiçando esses momentos únicos com bobagens, como discussões, algo que me dá nos nervos.

O movimento sempre bem balanceado, a cidade não é muito visitada, mas nessa época do ano parece que aqui chove ouro, o clima é sempre agradável, olhei algumas vezes em volta algo estava me chamando e eu não sabia o que era, mais uma olhada e lá esta, o garoto dos cabelos castanhos ele estava lá, será que ele sabe quem eu sou e estar me atraindo? corri o máximo que pude no meio de muita gente tentei me esconder mais ele me achava, encobri meu cheiro e nada o despistava, então o levei para uma rua sem saída onde achava que tinha me encurralado e sumi o mais rápido que pude.

Voltei para casa de onde eu não deveria ter saído, prefiro ficar aqui e apenas pensar nele, apenas lembrar do seu lindo rosto se eu tivesse coração talvez ele estaria em batimentos descompassados, não sei o que é me apaixonar, não sei se posso, e nem sei se eu quero da última vez que me apaixonei que confiei em alguém do sexo oposto fui condenada a ser o que sou, fui condenada a morrer e viver como morta, eu sou o preço do amor, ele levou meu sorriso, minhas lagrimas, meu coração, meu amor, meu ódio, minha respiração, minha alma.

Tudo na vida tem uma consequência, meu erro foi amar, meu erro foi confiar, e meu castigo foi viver sem aqueles que realmente me amavam me separar de tudo e de todos por causa de um erro, amar realmente é um pecado, e para cada pessoa ele traz uma consequência, o amor me matou......

Imprinting || Spin Off IndomávelOnde histórias criam vida. Descubra agora