Sete horas da manhã, e o despertador estava gritando para todos ouvirem me levantei devagar, o desliguei e fui tomar um banho, não demorei muito coloquei uma roupa mais casual, baguncei um pouco o cabelo e fui para a cozinha, mais uma vez o cheiro do café insençava a casa, tomei um expresso e comi algumas torradas, peguei minhas malas coloquei no carro e parei um pouco. Talvez eu nunca volte para cá, quando o câncer é descoberto ele logo se alastra. Talvez eu não tivesse meus dois meses de férias. Talvez eu tivesse bem mais que isso.
Uma última olhada e entrei no carro, fui em direção ao apartamento de Derik que estava uma verdadeira bagunça, como sempre entrei sem bater, o que o deixava simplesmente louco.
- Cara você não sabe mesmo o que é acordar tarde neh? Marca a viagem para as nove da manhã!
Gargalhei com suas palavras...
- Eu quero aproveitar o máximo dessa viagem, talvez seja minha última...- É por isso que você deveria dormir mais!
Falou jogando as roupas dentro da mala.- Vou ter o resto da existência da minha alma para dormir, agora anda logo que vamos perder o vôo.
- Aaa... já vou, já vou!!!
Enquanto ele se arrumava para descer eu fui para sua varanda, dar uma última olhada na nossa cidade tumultuada.
- Estou pronto!
Me virei para encara-lo.
- Tem certeza porque eu tô sentindo um cheirinho....
Foi a gota d'agua para ele, jogou o controle contra mim, que a propósito caiu lá em baixo...
- Bem feito...!!! Espero que tenha acertado alguém e ele te processe...
Gargalhamos juntos e descemos as escadas em silêncio, entramos no carro e fomos para o aeroporto eu prestava bem atenção em cada canto da cidade, parecia que eu tinha certeza que não voltaria.
Derik colocou uma música e por causa de sua altura não consegui distinguir qual era, mas o toque era bom e fazia com que minha cabeça acompanhasse a batida o ritmo era ideal para aquele momento, cada canto uma lembrança que no momento não quero relatar mas elas fizeram o tempo passar rápido. Já estávamos no aeroporto a caminho do avião, eu estava meio fora de mim, as coisas passavam e eu parecia estar no automático, coisa estranha, eu sentia que algo me levava como se eu tivesse que sair daquela cidade.
Entramos no avião, classe econômica mas o pior foi ter que ouvir as reclamações de Derik.
- Cara eu não acredito, você teve tanto tempo para planejar as férias perfeitas e nos vamos de classe econômica... Eu sabia que você tinha algo na cabeça... Esse câncer deve tá comendo seus neurônios ...
As vezes irritava, outras dava vontade de rir, ele não calava a boca tenho que admitir me arrependi de trazer ele.
Finalmente desembarcamos depois de incansáveis horas de voo, quando finalmente chegamos a cidade toda aquele murmúrio do Derik tinha finalmente parado, a cidade era um sonho com suas ruas estreitas e a paisagem que era deslumbrante, andamos um pouco e chegamos ao hotel que eu havia feito as reservas pela internet, mas nada de prédio era como se fosse um pequeno quarto com algumas coisas, a delicadeza e o aroma diferente daquela cidade me dava prazer, fazia com que eu esquecesse um pouco o que estava acontecendo dentro de mim.
Se para alguns eu sou louco, para outros eu sou apenas alguém querendo viver mais um pouco, minha vida precisa de alguma coisa, eu sinto que ainda não fiz um coisa aqui e não posso morrer sem antes tê-la feito, segundo minha mãe que morreu quando eu tinha apenas treze anos quando eu sentisse que estava faltando algo dentro de mim, é por que eu ainda não encontrei o amor.
Será mesmo que é isso que falta? Será que me falta encontrar o amor? Dizem que não é você que o acha, e sim ele que acha você, então eu espero que ele me ache antes que eu venha a morrer.
- Hunter?
Derik me arrebatou de meus pensamentos enquanto eu espiava pela janela e via um imenso jardim colorido.
- O que?
- Viemos aqui para ficarmos aqui dentro foi?
Logo abri um sorriso, fui ao banheiro e tomei um banho, fiz minha higiene e procurei uma roupa de frio por que lá estava uns graus perto de zero, coloquei uma calça azul, uma blusa branca, meu sobretudo cinza, e um cachecol vermelho, enquanto eu me arrumava Derik foi tomar banho, e colocou seu preto básico.
Saimos do hotel, e fomos andar um pouco pela cidade, assim meio sem rumo, dois amigos tropeçando um no pé do outro um verdadeiro desastre, estava mais frio do que eu imaginava, eu me abraçava e assoprava em minha pele com a tentativa de me esquentar, até meus lábio estavam quase mudando do vermelho para o roxo.
Em uma das esquinas, avistamos um café, e começamos uma discursão para ver se íamos ou não, Derik sabe exatamente como me deixar com raiva, sua indecisão estava me deixando estressado, então desviei um pouco meu olhar dele e olhei em direção ao café e vi a moça mais linda que meus olhos já contemplaram, ela estava sentada a mesa sozinha, com uma xicara de café nas mãos, estava com um cachecol rosa, um sobretudo preto, uma calça também preta, seus cabelos eram loiros e medianos, seus olhos azuis, usava um gorro branco, seus lábios eram finos e delicados, sua pele alva.
Meu coração bateu mais forte ao olhar para ela, mas quando olhou em direção a mim meu coração quase que saiu pela boca eu só queria ir ao encontro dela e minhas pernas obedeceram, mas quando eu ia atravessar a rua não olhei se vinha alguma coisa, só senti algo me puxando de volta e um ônibus passando bem em frente ao meu nariz, e quando ele passou ela não estava mais lá.
- Cara você ta maluco? Ta querendo se matar? Tem que prestar atenção por onde anda... Hunter!!... Hunter!!???
Derik gritava e me sacudia, mas minha visão não saia de onde ela estava sentada, eu queria saber pra onde ela tinha ido, e se ela era real, não dei importância aos gritos dele e corri para o café, olhei por dentro, olhei por perto, como alguém poderia ter sumido dessa forma? Eu só sei que não é coisa da minha cabeça, eu a vi, ela é real, ou ao menos espero que seja...
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Imprinting || Spin Off Indomável
VampirSpin Off do livro O Alfa Indomável Esta é a verdadeira história de Emilly Campbell. Será que existe cura para o vampirismo? E se existir o que você seria capaz de fazer? Mataria? Morreria? Amaria? Emilly fez tudo que podia mas nada foi capaz de dete...