Ela não tinha nome...
Mas a chamávamos de Rosa,
Rosa era uma flor comum,
Com perfume e beleza
Mas sem diferencial algum.
Já estava lá a tempo,
Ninguém prestava atenção na coitada
Só mais uma, mais uma no recinto
Mais uma na solidão, mais uma esquecida!Suas lágrimas eram como o orvalho,
Doces, singelas e tristes
Um emaranhado de retalhos,
seus sentimentos suprimidos.Seu coração... tampouco fatigado
Tampouco utilizado
Inútil sentimento,
esse tal de amor
Por mais do seu intento
O âmago não mente
Amar sem ser amada
Suicídio da alma.Um dia encantaras o cravo,
Duro e ríspido,
Sua inocência reprimida
Tua bondade esvaída,
Ao menos ganhara experiência
Seus espinhos sua essência
O retalho se fôra
Sua revolta lhe aflora.Certo dia,
O riso lhe esplendia
Ao amor dera mais uma chance,
Com calma e com jeitinho,
A maldade não a deixara
Mas preservava ao menos seu recato,
Não era de todo má
Mas a sociedade influencia
Maldita erva daninha,
Roubou seu coração
E lhe traiu com a Florzinha.Já no cais, aos prantos, na mão
Sozinha, infeliz, iludida
Esquecera dos sonhos,
Esquecera da vida!Pobre Lírio,
A amou em segredo,
Tratou-a como princesa
Dos seus sonhos a ternura,
Respeitara sua fragilidade
E lá esteve perante as dúvidas;Mas a Rosa outrora cega
Emudeceu e paralisou...
Do leite proibido bebeu
Sua pétala enegreceu,
Fizera seu papel;
Sobre a cova de Romeu
Jovem derradeiro
Aventureiro e sonhador,
Sobre a mesma pedra seu lírio,
seu protetor!Mídia: Edguy - scarlet rose
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Minha Existência
PoetryApenas pensamentos e reflexões de um mundo diferente quase utópico batendo de frente com a dura realidade de viver, coisas desnecessárias, compreender pessoas, confiar enfim... Como lidar com tudo isso? Palavras da mente, palavras da alma, tudo em s...