Melissa
Um final de semana depois daquele dia na boate e eu não conseguia acreditar que ele não tinha aceitado voltar para mim. Ele escolheu ela e quer saber? Foda-se os dois. Que eles sejam muito felizes.
-Melissa? - Giovani entrou na minha sala com uma expressão preocupada.
-Qual o problema? – pergunto.
-A fábrica está com problemas em uma remessa enorme e eles estão desesperados. - falou nervoso e eu revirei os olhos.
-Vamos a fábrica ver qual o problema, qualquer coisa descartamos a remessa. Não tem muito jeito. - peguei minha bolsa e fui saindo.
-Achei que você iria enlouquecer. – afirmou.
-Não sou desse tipo, Gabi sim iria enlouquecer. - dei um sorriso. - Você contou para ela?
-Não. – suspirou.
-Fez bem. Vamos. - segurei seu braço e nós saímos do prédio.[...]
-Ainda bem que você resolveu tudo. – falou suspirando e visivelmente mais calmo.
-É. - sentei na minha cadeira e respirei fundo algumas vezes.
-O que aconteceu? - perguntou.
-Eu não consegui reconquistar o Daniel. Tem meses que eu estou atrás dele e eu não consegui. - falei e duas lágrimas desceram.
-Segue em frente, Melissa.
-Eu não consigo sem ele e não sei como eu ficar tão dependente de alguém, mas ele tem uma coisa que me enlouquece. - passei as mãos pelo meu rosto limpando as lágrimas e suspirei derrotada.
-Acho que você precisa dar uma volta. – falou.
-Pra que? - perguntei sem entender.
-Para você esfriar a cabeça e descansar. Você está exausta emocionalmente. - falou e eu dei um sorriso fraco.
-É, acho que vou fazer isso. - levantei pegando minha bolsa.
-Quer que vá com você? – perguntou.
-Não. - dei um beijo na sua bochecha e saí rápido da empresa.[...]
Estava andando no parque sem destino algum, nem sei porque vim parar aqui. O mesmo parque que eu e Daniel viemos para ele fazer um ensaio com várias modelos frescas. Foi inevitável não sorrir com a lembrança. Foram poucos os momentos entre eu e o Daniel, mas foram bons momentos.
Senti alguém esbarrar em mim e quase cair, mas segurei a criança rápido. Ela era tão linda. Branca com sardinhas e um cabelo ruivo enorme. Ela tinha por volta 2 a 3 anos.
-Culpa, tia? - pediu e eu abaixei para ficar na sua altura.
-Não tem problema, cadê os seus pais? – perguntei.
-Paloma? - uma mulher chegou perto de nós duas. - Você se machucou? - perguntou pegando a menina colo e a analisando. - Oi, meu nome é Lorraine. - esticou a mão para mim.
-Melissa. - falei dando um sorriso.
-Desculpe se cheguei toda afobada, é que eu me desliguei um minuto e ela saiu correndo. Você tem filhos? – perguntou.
-Não. - respondi.
-Se prepare para quando tiver, eles são maravilhosos, mas dão um trabalhão. - acabamos rindo juntas. - Eu preciso ir, foi um prazer te conhecer. Dá tchau para Melissa. - a pequena Paloma acenou com as mãozinhas enquanto a mãe a levava embora. Fiquei as observando por um tempo. Será que um dia eu vou estar com uma filha ou um filho andando e correndo no parque? Troquei meus pensamentos e resolvi continuar andando, até que vi o Daniel. Ele estava sentado observando pai e filho jogando bola. Fui até ele.
-Já se imaginou sendo pai? - perguntei e vi ele se assustar com a minha chegada.
-Acho que já ouvi essa pergunta uma vez ou já fiz. Tanto faz. - deu de ombros e sorriu.
-Não vai responder? - insisti.
-Milhares de vezes, é difícil achar um homem que não quer ser pai. - respondeu sem me encarar. E continuou observando pai e filho jogando bola. Com um sorriso bobo no rosto.
-É verdade, difícil mesmo.
-Perdida por aqui? - perguntou me encarando e eu respirei fundo. Ele parecia aliviado de alguma maneira.
-Esfriando a cabeça. Posso sentar?
-Pode. - deu um sorriso. - Eu estava pensando em você agora a pouco. – falou olhando dentro dos meus olhos.
-Sério? Achei que não fazia mais isso. – dei um meio sorriso.
-Por que acha isso? – perguntou.
-Preciso responder? - ele deu um sorriso e balançou a cabeça. - Mas você estava pensando em que?
-Nas coisas que já passamos juntos. No que vivemos, em tudo. - respondeu.
-Foram momentos bons. – respondi. Comecei a sentir meus olhos arderem. Droga. Não posso chorar.
-Sim, foram. - respirou fundo e virou para me encarar. - Na verdade, estava pesando umas coisas na balança.
-Que coisas? – perguntei.
-Todos os nossos momentos juntos e a aposta. E eu tô com uma dúvida, na minha cabeça.
-Qual dúvida? – perguntei.
-Tudo que nós vivemos, foi verdadeiro ou tudo pela aposta? – perguntou magoado.
-Foi verdadeiro, a aposta foi só uma desculpa que eu acabei usando para ficar perto de você.
-Você não achou que seria mais fácil apenas assumir que queria ficar comigo?
-Eu tive medo de me machucar. – respondi com a voz embargada.
-Eu não te machucaria, não seria capaz disso. E eu achei que você também não seria. No entanto, eu me enganei. - respirou fundo. - Mas eu já te perdoei, por isso. – acrescentou suspirando.
-Posso te fazer uma pergunta? - pedi e ele concordou com a cabeça. - Por que você ficou com a Lis na primeira oportunidade que teve? - ele me olhou surpreso.
-Na primeira vez eu estava bêbado e acordei com ela deitada ao meu lado nua. Depois eu fui viajar, tentar esquecer você e toda essa loucura. Quando eu voltei ela pediu uma chance e eu falei para ela, que nada passaria de sexo, acabamos confundindo um pouco. Na verdade, foi mais para esquecer você. - deu de ombros.
-Entendi. - olhei em volta e resolvi ir embora. Levantei e ele segurou minha mão.
-Me desculpa? - pediu e eu fechei meus olhos. E mais lágrimas vieram.
-Quem tem que pedir desculpas sou eu. - respondi e senti seu corpo atrás do meu.
-Não, eu pisei muito nos seus sentimentos. Deveria ter deixado você se explicar e não te ignorar. - senti sua respiração no meu pescoço. - O que eu mais queria era ter você, me perder em você, beijar você, amar você. Não faz ideia de como quis isso a cada momento.
-Mesmo assim transou com a Lis. – alfinetei.
-Sempre pensando em você. Não sei como isso aconteceu, mas estamos ligados e não vamos poder negar. - ele me virou e eu senti tanta intensidade no seu olhar que me fez fraquejar. - Eu quero você de volta, quero amar você todos os dias da minha vida. Me aceita de volta? - eu dei um sorriso e deixei as lágrimas finalmente caírem.
-Preciso responder? - ele negou com a cabeça e deu um sorriso enquanto limpava minhas lágrimas. - Vai demorar muito para você me beijar? - perguntei depois de um tempo e ele soltou uma gargalhada.
-Já que você pediu com tanto jeitinho. - ele segurou minha cintura e me beijou. O beijo que só Daniel sabia dar. O melhor de todos. O beijo do meu Dani.
Nos separamos pela falta de ar.
-Eu estava sentindo falta dos seus lábios, Melissa Belinque. - sussurrou contra os meus lábios.
-E eu dos seus Daniel Belmonte. - dei um selinho nele e me afastei. Ele segurou minha mão e nós começamos a andar pelo parque.
-O que vamos fazer agora? - perguntei e ele me olhou sem entender.
-Em relação a nós dois? - concordei com a cabeça e ele deu um sorriso de lado parando e me puxando contra ele. - Vamos viver um dia de cada vez.
-Então nós não voltamos?
-Claro que voltamos. Quer dizer, se quiser. Você quer? – perguntou duvidoso.
-Até parece que não sabe a resposta. - respondi séria e ele caiu na gargalhada.
-Vamos para o meu apartamento? - perguntou e eu ri.
-Já querendo sexo? - ele deu um sorriso sexy.
-Abstinência de Melissa. - sussurrou no meu ouvido, e depois mordeu lóbulo da minha orelha me fazendo arrepiar o corpo.
-Não quero você sofrendo, então vamos. - ele deu um sorriso vitorioso e pegou na minha mão para irmos até o seu apartamento.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O Jogo Da Conquista - Livro II
RomanceÉ preciso ler o primeiro livro "O Jogo da Sedução" para entender o segundo. Apesar de toda mágoa, será Daniel capaz de perdoar Melissa? Melissa vai conseguir conquistar Daniel novamente? No meio da história toda, velhos e novos amores na vida de amb...