Capítulo 07 - Uma manhã tranquila

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Shun acordou com o som estridente da sua campainha, se levantando em um salto se arrependeu no momento seguinte quando todo o seu corpo protestou em extrema dor.

− Dormir no sofá nunca mais. - Ditou Shun se esticado como um gato antes de ir atender a porta, parando para verificar sua secretária eletrônica quando viu que tinha uma mensagem, sorrindo aliviado quando ouviu a voz de Milo dizendo que eles conversariam na faculdade na segunda-feira e apesar da voz soar um pouco áspera como se o loiro tivesse chorado ele parecia bem. Sorrindo então ele seguiu até a porta, piscando os olhos atordoados quando se deparou com Hyoga Yukida em frente a ela.

− Bom dia. - Disse Hyoga exibindo uma bandeja com dois copos de cafés da loja da esquina e também a cafeteria preferida de Shun entregando a mesma a ele. - Posso entrar?

− Tudo bem. - Disse Shun não querendo ser mal-educado, tentando esconder sua perplexidade, aceitando a bandeja e deixando Hyoga passar, antes de passar na frente do loiro e seguir para cozinha sentindo o outro a segui-lo. - Sente-se.

− Desculpe a grosseria de ontem. Não sei o que deu em mim. - Contou o loio e dessa vez ele estava sendo sincero realmente. Depois do que tinha feito havia se martirizado a noite inteira, enquanto sorria e conversava amenidades com seus convidados, desejando mais que tudo apenas a companhia de Shun. - Às vezes eu tenho um temperamento.

− Entendo. - Disse Shun. Conheceu muitas pessoas geniosas nessa vida, incluso seu irmão mais velho Ikki e Milo, Hyoga parecia apenas mais uma delas. Tinha o poder de atrair pessoas com temperamento forte, talvez porque fosse sempre tão calmo e controlado. - Vou fazer uma omelete para acompanhar o café pode ser?

− Claro. Então você pode cozinhar? - Perguntou Hyoga com um sorriso genuíno dessa vez.

− Sim, afinal moro sozinho desde os dezesseis anos. Se não soubesse teria morrido de fome. - Concluiu Shun começando a selecionar os materiais necessários para o preparo do café.
Curiosidade tomou Hyoga, porém ele preferiu deixar Shun falar o que estivesse à vontade para falar. Não era um momento para pressionar e logo ele foi recompensado por sua paciência.

− Meus pais faleceram quando eu tinha quase dezesseis anos e apesar de ter um irmão mais velho ele mora muito longe daqui. Quando aconteceu o acidente ele tinha acabado de casar e estava esperando o seu primeiro filho então senti que não tinha um lugar pra mim na vida deles e também, tinha acabado de conseguir uma bolsa na universidade local e se fosse morar com Ikki iria perde-la. Infelizmente não tinha como me sustentar sozinho e teria que ir com Ikki querendo ou não mas então Milo apareceu na equação.

− Nos demos bem logo de cara. Não conhecia muito bem Milo, que é irmão da minha mãe, naquela época, mas ele era família e estava disposto a ajudar então decidimos morar juntos, no entanto, apesar do laço imediato que se formou entre a gente não conseguimos suportar a rotina um do outro éramos... incompatíveis demais para viver sob o mesmo teto em paz, então no final ele foi para o seu próprio lugar, mas me ajudou a me sustentar até eu poder me virar sozinho. - Disse Shun que durante seu monologo havia terminado a omelete, e servido em dois pratos, virando-se então para entregar a Hyoga o dele, corando quando o viu sentado na mesa o encarando com um sorriso. - Desculpe, tenho a tendência de falar sem parar quando estou nervoso.

− Eu te deixo nervoso Shun? - Perguntou Hyoga se aproximando perigosamente do outro. Tirando o prato do Amamiya e botando na pia se aproximou mais quase colando os corpos.

- Deixa. - Respondeu Shun para surpresa de ambos. − Você é lindo, sedutor, seguro de si, e totalmente consciente da reação que causa nos outros, na ração que causa em mim mas... - Disse Shun empurrando o peito de pedra do outro homem. - Não estou à procura de um relacionamento, nem mesmo de um enrolo de uma noite ou qualquer coisa parecida.

− Entendo. - Disse Hyoga surpreso pela sinceridade e coragem de Shun, se perguntando se o rapaz sabia o efeito que causava em Hyoga. Tudo que seu vizinho parecia fazer e falar o levava a um loop de interesse, curiosidade e desejo, fora que nenhum homem ou mulher tinha resistido a Hyoga daquela maneira, fato que só o deixou mais animado. - Mas eu não pretendo desistir até conseguir algo com você, mas aceito começar com amizade.

− E se nunca passar disso? - Perguntou Shun.

− Azar meu. - Deu de ombros Hyoga voltando a sentar na mesa depois de pegar sua omelete e começando a devorar a mesma. - Isso está uma delícia, vou ter que voltar todas as manhas para comer e por falar em delícia... você fica muito bem nesse pijama.

Shun olhou para baixo e corou, percebendo que estava com seu pijama verde claro preferido que estava tão surrado devido ao uso constante que praticamente não escondia nada de seu corpo. Com o rosto em chamas ele correu da cozinha em direção ao quarto, pensando se sua relação com Hyoga se resumiria a ele correndo do outro em uma tentativa de salvar um pouco da sua dignidade, sua resposta vindo alta e clara em forma da gargalhada divertida do homem sentado em sua cozinha.

Então começa agora. O loiro fez a jogada, vamos ver se o Shunzinho vai resistir kkkkk

Coração de Gelo(Hyoga&Shun)Onde histórias criam vida. Descubra agora