Capítulo 4- Confissão

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Narrado por Júlio

Saio da casa do Lucas a mil por hora, sorte a minha mãe ter me pedido para comprar um leite para ela.

Sei que na hora que voltar para o apartamento dele, terei que responder.
Sempre fui discreto, sempre fui na minha, nunca me enturmei, sempre fiz tudo sozinho, e mesmo assim, as pessoas falavam, agora não sei o que fazer. Nunca me perguntaram diretamente. Minha dúvida era em que eu iria falar, ele entenderia? Ele falaria para alguém?

Compro o leite e entrego para o primeiro motoboy que vejo, e caminho de volta para o apartamento do Lucas.
Dessa vez, tem um senhor entrando no prédio e aproveito para entrar junto.

Quando chego na porta da casa dele, toco novamente a campainha e ele não vem abrir, toco de novo, e escuto um já vai.

Estou sem graça, mas precisava terminar o trabalho. Lucas abre a porta e eu entro, e olho para ele. Ele estava apenas de cueca boxer preta, e fico sem graça ao ver um volume em sua cueca.

-O cara, tava trocando de roupa quando a campainha tocou, então vim abrir correndo.

-Não, tudo bem. A casa é sua.

-Mas aqui, vamos lá pro quarto, eu já fiz a lista toda, mas vou te ensinar a fazer.

Ufa, ele não toca no assunto que estávamos conversando.

O acompanho, e entramos no quarto dele, percebo que tem um computador ligado e começo a entender o real motivo dele está só de cueca.
Finjo que não vi o computador ligado, enquanto ele vai lá e abaixa a tela.
Lucas volta e se senta ao meu lado.

-Agora vamos aprender física.

Ainda fico olhando o seu corpo, principalmente agora, que ele está quase nu, mas foco para entender o que ele está explicando.

Quando percebi já está escurecendo, é aviso que preciso ir embora. Ele se oferece para me levar em casa, pois sua mãe tinha lhe dado um carro, em fevereiro. Quando ele fez 18 anos.
Eu falo que não precisava, que ia a pé, mas ele insiste e eu concordo.

Lucas se levanta e pega seu jeans na cama e o veste, enquanto isso junto às minhas coisas e tento não ficar observando ele se arrumar.

Descemos em silêncio e ao entrarmos no carro, ele começa a dirigir calado, mas, sei que ele quer perguntar algo.

-Júlio...

Ele começa e eu abro a boca.

-Lucas é o seguinte, sim eu sou gay, é isso que você queria saber aquela hora. Então sim eu sou. Estou te falando porque pelo jeito vou vê muito você esses dias e você ofereceu me ajudar. Então é melhor saber de uma vez.  Só uma coisa, eu peço pra você não falar nada com ninguém, ninguém mesmo. Nunca contei isso a ninguém, e bem, vou entender se você não quiser ficar perto.

Ufa, falei, falei e falei. Ele me olha e fica calado. Eu sabia que isso ia acontecer, bom nem ligo, paciência. Já imaginava que ele ia agir daquela forma, pelo o que ele me disse hoje e a reação dele com tudo.
Chegamos a porta da minha casa, eu agradeço a carona e viro para sair.

-Júlio, espera.

Eu paro e ele começa a abrir a boca.

-Cara, não vou mentir para você. Eu desconfiei na hora que te vi mais cedo no colégio, você ficou me olhando demais. E depois quando falei com você na sala. Quando você chegou lá em casa, eu tive a certeza, não foi intencional você me vê daquele jeito. Mas, acabei adormecendo e acordei naquela hora que você chegou. Me desculpa se fui grosso com você ou algo assim. É que sou assim, sou mais na minha. Sério, nada a vê, eu disse que vou lhe ensinar física e vou mesmo, mas, vai ser isso. Eu sou  hetero , então.

Ele termina de falar, e eu não acredito.

-Obrigado, mas não conta para ninguém o que lhe contei.

-Sem problemas, então até amanhã.

-Até.

Saio do carro dele e entro em casa. Ainda não acredito no que fiz, contei para um quase estranho, algo que não contei para ninguém. Mas, estou bem. Vamos vê o que o amanhã me reserva. Por hoje vou deitar...

Amor e amizade : Uma história de amor proibido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora