Capítulo 22- Com o irmão de Otávio

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Júlio

Depois daquela tarde, Lucas me trouxe em casa e ficou estranho. No colégio conversamos, mas quase nunca estávamos a sós. Otávio de fato não desgrudou da gente.

Era até engraçado em pouquíssimo tempo eu tinha feito dois amigos, isso, de fato era raridade.

_ Oh Júlio, você vai lá em casa hoje né? Você prometeu me ensinar inglês.

Era verdade, sexta feira tinha chegado e eu falei que iria ajudar Otávio com inglês. Olho para Lucas que está ouvindo a conversa e ele faz uma expressão que não consigo entender.

Já se vai para dois dias que ele não tenta me falar algo e foi ele mesmo disse que era só coisa de momento. Da minha parte, eu sinto que disse da boca para fora, pois sempre que me lembro daquele dia eu me sinto em êxtase. Meu corpo sendo tocado por ele. Foi de longe uma das melhores sensações que já tive. Mas, se pra ele era só um momento, não entendia a raiva que ele ficava quando Otávio fazia eu rir, ou me tocava ou falava do irmão dele.

_ Sim, só não faço ideia de onde você mora.

_ Faz o seguinte, meu irmão vai ficar aqui na escola até as 14 horas, você podia encontrar com ele e ele te leva ate lá em casa. Pode ser?

Conhecendo o irmão de Otávio, eu sabia que talvez fosse dar risadas dele. Aquele Vítor era uma das pessoas mais leves que eu conheci.

_ Pode ser sim.

Otávio se levanta no pátio e vai procurar seu irmão, para avisa-lo que é para me esperar de tarde.

_ É, você nem pensou né? Deve estar louco para ir andando com Vítor para a casa de Otávio.

Lucas termina de falar e eu fico mais sem entender ainda.

_ Qual a sua?

_ A minha? Nada! Só estou preocupado você sabe que o Bruno mora lá pelos lados da casa do Otávio. E sei lá, vocês dois apenas.

Preocupação, ele está preocupado que algo possa acontecer comigo. De fato, não posso reclamar disso. Lucas sempre me deixava em casa. Não deixou eu voltar dia nenhum sozinho.

_ Ah Lucas, entendo, mas como ninguém sabe de nada, e eu também não quero que saibam, não sei muito o que fazer. Vai tá um sol quente e muita gente na rua. Mas vou tomar cuidado.

_ Okay. Mas, me faz um favor me manda uma mensagem quando tiver na casa do Otávio, se não se perder com o Vítor.

Aquela última frase, me deixa puto. Lucas sabe ser um amor, mas ao mesmo tempo um ogro e eu não entendo porque gosto dele.

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Chego na hora marcada na porta da escola e lá está Vítor. Pela cara, imagino que está cansado. Otávio me contou que ele está ajudando a montar uma peça na escola e por isso alguns dias fica até àquela hora direto.

_ Oi, não está esperando há muito tempo não né?

_ Não, acabei de sair do colégio. Vamos?

_ Sim.

Caminhamos devagar, Vítor me olha quando pensa que estou distraído. Vítor é bonito, não chega a ter o corpo de Lucas, mas o seu jeito delicado casa perfeitamente com seu corpo. Ele é um garoto que seria o certo para namorar.

_ Ah, é você que vai tentar ensinar inglês para o meu irmão?

_ Sim.

_ Já vou avisando que você vai precisar ter muita paciência. Sério, ele é ótimo em biologia, mas em inglês é uma negação. Eu tentei, mas não conseguir.

Fico rindo, ele tem um jeito único de falar e de mexer.

_ Quem sabe consigo, mas e você também faz cursinho?

_ Eu fiz um tempo, depois continuei por conta e também escuto muita música e vejo muito seriado, aí já viu.

_ Ah, então somos iguais. Mas, ainda estudo. Graças a Deus, ano que vem farei um intercâmbio.

_ Nossa que sonho! Ainda quero fazer, principalmente se for pra Ny. Quero muito conhecer tudo lá, principalmente os locais onde filmaram Gossip Girl.

Sorrio para ele, eu amo aquele seriado, mas é algo que nunca comento. É difícil esconder quem sou de verdade. Não sei até onde Vítor sabe, e não quero arriscar.

_Massa.

Vítor me olha sem jeito.

_ Desculpa te encher com chatice, você deve ser como os amigos do meu irmão. Só gosta de futebol, time, luta, de meninas, lutas...

Vítor para e acho que ele percebeu que disse "de meninas", pois fica sem jeito.

Continuamos andando em silêncio e ele para em frente a uma fachada de uma casa.

Vítor abre a porta e eu seguro em seu ombro. Sussurro em seu ouvido:

_ Vítor, vou te contar um segredo, eu não gosto de garotas.

Ele se vira e dar um sorrisinho. Eu aperto seu ombro e ele me dá um beijo na bochecha e entra correndo.

Gente, o que eu fiz?

Amor e amizade : Uma história de amor proibido (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora