– .... Então, você está dizendo que, cada vez que ela come um de seus membros decepados, o corpo dessa criança cresce?
Foi assim que Camila demonstrou entender a situação.
Já é o 1º de abril, logo após o pôr do sol – Kissshot ainda está dormindo. Vampiros trocam os dias pelas noite – e até comigo havia acontecido o mesmo. Seria estranho arrastar Camila, uma estudante exemplar, para um esconderijo distante no meio da noite, por isso me forcei a acordar mais cedo.
Há uma barreira protegendo as ruínas deste prédio abandonado.
Pelo menos é o que diz Dinah.
Conforme ela disse, esta barreira não só esconde a minha presença e a de Kissshot, mas também faz com que seja um local difícil de ser encontrado por pessoas comuns sem um guia. Por este motivo eu combinei com Camila para que ela venha até um lugar próximo daqui – e então, assim que o sol se põe, eu me encontro com ela.
Camila chegou ao lugar combinado no horário marcado.
Com seu uniforme de sempre.
– Eai.
Camila me cumprimentou com um aceno da mão.
Era um comportamento descontraído, que me impedia de ver a estranheza da ocasião.
Essa pequena distância informal e interpessoal me relaxa um pouco.
– Você trouxe aquilo que eu pedi?
– Claro. Como dá pra ver.
– Legal. Valeu. Então, é por aqui...
E então eu levei Camila até as ruínas da escola abandonada.
Propriedade privada. Entrada proibida.
Passamos pelo muro no qual a placa com os dizeres acima está pendurada (até mesmo o muro que cerca as ruínas do prédio, apropriadamente, está arruinado – repleto de buracos por todos os cantos), e entramos dentro da edificação.
Dinah tinha saído para negociar, e Kissshot estava dormindo. Eu conversei com ela sobre trazer Camila, mas ela não me pareceu muito interessada. Devido à possibilidade de ser uma conversa complicada, nós devíamos ter ido para outra sala, mas Camila queria ver de perto como era Kissshot.
Portanto, para conversar com Camila, escolhi a mesma sala no segundo andar na qual eu costumeiramente fico à toa. Numa das extremidades jazia Kissshot, indolente – era este o ambiente. Desnecessário dizer que, já que tábuas estão fixadas nas janelas desta sala, até a lua das estrelas não é convidada a entrar no nosso abrigo. Com meus olhos vampíricos, não tinha problema algum para mim, mas Camila possui olhos humanos, por isso trouxe comigo uma lanterna – bem, pra falar a verdade, tudo isso havia sido preparado pela Camila.
E então eu, depois de fofocar por um tempo (afinal de contas desde as férias de primavera eu não tinha contato nem com jornais, internet ou televisão), conversei com Camila até a manhã de hoje. Camila me escutava com atenção, parecendo estar muitíssimo interessada.
Aluna exemplar.
A curiosidade dela em relação ao desconhecido deve estar além da média.
Contei a ela tudo que podia contar.
Não queria ocultar-lhe nada.
Apesar de ser o 1º de abril, não queria mentir para ela.
E então, quando finalmente terminei de falar sobre o 'crescimento' do corpo de Kissshot...
– .... Então, você está dizendo que, cada vez que ela come um de seus membros decepados, o corpo dessa criança cresce?
Disse Camila.
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Lauren Vamp
مصاص دماءLauren Jauregui é uma aluna desleixada, sem amigos, cujo mais profundo desejo é virar um vegetal, pois então ela não precisaria caminhar nem ter de conversar com ninguém. Em circunstâncias engraçadas - mas magníficas para uma garota da idade dela...