Capítulo sessenta e nove.

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- Então... –Demi murmurou, depois de minutos em silencio, enquanto Edward não tirava os olhos de James-

- O que você fez foi muito errado. –ele murmurou e Demi ergueu a sobrancelha- E não venha me dizer que o que eu fiz foi errado também. Claro que foi, e eu sei, mas... Mas esconder que eu seria pai! Demi, isso é crueldade. –ele acusou e Demi se encolheu-

- Eu sei. –ela sussurrou e ele arfou-

- E enquanto, nesses nove meses, eu quis dar espaço para você, quis ser compreensível, não te pressionar, você... Você estava me escondendo isso. –ele apontou, indignado- Que eu sou pai! E eu perdi tudo, Demi! –ele falou e sua voz ficou tremula- Perdi os ultrassons, as compras para o bebê, o momento que você descobriu o sexo, o primeiro chute. Eu perdi tudo o que nós sempre planejamos. –ele falou e limpou uma lágrima que deixou escapar- Isso é crueldade demais, Demi. Você me tirou isso. –ele soluçou e tapou seu rosto com as mãos-

- Desculpa. –ela murmurou, desviando o olhar para o chão, balançando um pouco James em seus braços para o menino dormir- Eu não estava pronta para contar. –ela deu de ombros-

- E quando eu ia saber então? Se sua mãe não tivesse me contado? –ele perguntou olhando as mãos tremulas-

- Eu não sei, Edward. –ela deu de ombros- Sei que fui egoísta, e que isso não tem perdão, mas... Mas você tem sua chance agora. –ela falou e ele suspirou- Esse é o James. –ela falou apontando com o queixo para o filho que já estava adormecido-

Edward respirou fundo e se levantou, caminhando até Demi e se ajoelhando na sua frente, para ficar mais próximo de James. Ele olhou o filho com adoração, sentindo que seu coração ia sair do peito.

- Ele tem seu queixo. –Edward comentou, e Demi riu de leve, assentindo- Ele é lindo. –ele murmurou e beijou a testa do filho-

- É nosso, Edward. –Demi deu de ombros- Você pode vim visita-lo quando quiser. –ela falou e ele assentiu-

Edward se levantou, se afastou e caminhou em volta, observando o apartamento. Nunca tinha visto o apartamento, mas sabia que era de Mandy.

- Eu estive no hospital. –ele murmurou e Demi arregalou os olhos- Eu esperei o feriado terminar, e depois de dias agonizando para falar com você sobre a gravidez, e vim até aqui e o porteiro me falou que você havia entrado em trabalho de parto e tinha ido para o hospital. –ele explicou e olhou Demi-

- Eu não fiquei sabendo. –ela deu de ombros-

- Claro que não. –ele riu sarcastico, inconformado-

- O que aconteceu? –ela perguntou confusa, estranhando o desdém de Edward-

- Eu fui barrado, Demi. Isso que aconteceu. –ele resmungou, zangado-

- Como assim, Edward? –ela perguntou confusa-

- Joseph pagou o segurança para não me deixar entrar. –ele falou debochado e viu Demi arregalar os olhos-

- Não... –ela murmurou e balançou a cabeça- Ele não faria isso. –ela sussurrou, esperando Edward dizer que estava mentindo- Eu o conheço, Edward. Ele não faria isso. –ela disse com mais convicção e Edward revirou os olhos-

- Exato, você o conhece. Ele é o seu chefe mimado, manipulador e convencido, que acha que só por ser bilionário, pode controlar tudo na sua volta. –ele falou irritado e olhou Demi que ainda parecia em choque-

- Eu não posso acreditar que ele fez isso. –ela murmurou passando a mão livre pelo rosto-

Edward bufou, balançando a cabeça e viu Demi ficar com o rosto vermelho, como se segurasse o choro.

- Então... Você está com o seu chefe? –ele perguntou e viu Demi hesitar-

- Isso realmente não é da sua conta. –Demi murmurou se levantando e deitando James no bebê-conforto-

- Eu sei, mas... Eu quero saber. –ele deu de ombros e Demi se virou para ele-

- Não, não estou com Joseph. –ela respondeu e ele assentiu- Você pode ir embora? –ela pediu e ele franziu o cenho- James acabou de dormir, eu estou realmente cansada... –ela murmurou e ele assentiu-

- Eu volto amanhã, ok? –ele murmurou e ela assentiu- Ainda temos muito para falar, Demi. –ele falou e Demi suspirou-

- Eu sei. –ela falou e ele sorriu levemente para ela-

Depois de olhar para James por mais algum tempo, Edward foi embora. Demi sabia que aquela conversa foi curta, perto das que eles teriam que ter, mas por enquanto tudo estava bem. Foi até extremamente mais calmo do que ela esperava.

Ela sorriu fracamente, sozinha e em paz por um tempo, deitando-se no sofá, ao lado do filho que dormia no bebê-conforto. Não podia acreditar que Joe havia feito aquilo, mas era realmente do feitio de Joe controlar as coisas na sua volta. Ela teria que conversar com ele, pois ele não tinha esse direito. Sentia lá no fundo que sua relação com Joe ficava cada vez mais impossível, e isso a preocupava, pois ela realmente gostava dele. Gostava da segurança que ele lhe passava, do conforto, da naturalidade da relação. Joe não era mais o homem amargo e frio, aquela mascara já havia caído a bastante tempo. Só restava saber quem Joe realmente era agora.

Happy ending. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora