Capítulo cinquenta e três.

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Depois do jantar, Demi limpou a cozinha enquanto Joe trabalhava na sala de estar. Quando ela terminou, caminhou até a sala e Joe a olhou.

- Você parece cansada. –ele comentou e ela sorriu, assentindo-

- Quem diria que passar o dia numa cama de hospital pode nos cansar tanto? –ela perguntou rindo e ele sorriu-

- Já é tarde, Demi. Porque não vai dormir? –ele perguntou e ela negou com a cabeça, pegando seu iPad no aparador atrás do sofá, logo se sentando em uma grande poltrona-

- Tenho uma agenda para organizar. –ela falou e ele revirou os olhos-

- Você pode deixar isso para amanhã. –ele falou dando de ombros-

- Eu tinha que ter feito hoje. –ela murmurou mexendo em seu iPad-

- Não é como se seu chefe fosse reclamar. –Joe murmurou debochado, mexendo em seu MacBook-

- Talvez reclame. As vezes ele é bastante mal-humorado. –ela comentou sarcástica e ele sorriu para ela-

- Não começa a abusar, Lovato. –ele falou e Demi gargalhou, fazendo Joe sorrir-

E assim os dois trabalharam em silencio. As vezes Joe tirava seus olhos da tela do computador e olhava Demi. Ela, quando concentrada, fazia um biquinho fofo e tinha o cenho franzido, ficando com a expressão adorável. Joe apenas sorria, e voltava ao trabalho. E as vezes Demi fazia o mesmo, tirando seus olhos do iPad e olhando o moreno que tinha sempre uma expressão muito séria no rosto. Demi já era acostumada a ver Joe desse jeito na empresa. Ele sempre foi muito focado, muito sério e responsável com seu trabalho, e nunca decepcionou ninguém nesse quesito. Todos sabiam que Joe seria um ótimo diretor da empresa quando Paul faleceu, por isso os irmãos nem hesitaram quando Joe quis a maior parte das ações.

Quando Demi terminou de organizar a agenda de Joe, ela desligou o iPad e se levantou.

- É muito rude eu ir dormir, ou é compreensível? –ela perguntou deixando o iPad no aparador novamente. Joe sorriu e se espreguiçou, olhando-a-

- Totalmente compreensível. –ele falou e ela assentiu-

- Presumo que você conheça o apartamento, então... Pode ficar à vontade, ok? –ela falou e ele assentiu- Obrigada, Joseph. –ela murmurou e ele sorriu-

- De nada. –ele murmurou e lhe piscou o olho- Qualquer coisa chama, ok? –ele pediu e Demi assentiu, subindo as escadas-

- Boa noite. –ela murmurou sorrindo para ele-

- Boa noite, Demi. –ele falou e sorriu para ela antes de voltar sua atenção para o Macbook-

Demi escovou os dentes, soltou seu cabelo e se deitou, cobrindo-se com o edredom branco e descansando sua cabeça no travesseiro. Hoje estava sendo diferente. Todas as noites naquele apartamento, Demi sentia-se sufocada, oprimida, e principalmente sozinha. Mas dessa vez, ela simplesmente sentia-se leve, protegida.

Passou a mão pela barriga e sentiu lágrimas invadirem seus olhos. Quase havia perdido o filho hoje, pelas palavras da médica. Quase havia perdido seu bem mais precioso. Seu único bem.

- Foi só um susto, né, filho? –ela sussurrou e sentiu uma única lágrima descer- Eu prometo cuidar bem de você. –ela sussurrou e fungou, tentando parar o choro- Vou cuidar bem de nós. Nós vamos ficar bem. –ela garantiu e limpou as lágrimas, acariciando sua barriga e fechando os olhos, logo adormecendo-

Joe, no andar de baixo, ficou mais algumas horas trabalhando, e depois que desligou o computador, subiu as escadas e caminhou pelo corredor. Não conhecia muito bem o apartamento, veio poucas vezes quando Mandy ainda morava, e menos vezes ainda quando Demi se mudou, mas continuou caminhando, até achar o quarto de hóspedes. Sabia que tinham três quartos de hóspedes, agora dois, pois um havia se tornado o quarto do bebê. Pensando nisso, Joe se virou, antes de entrar no quarto escolhido e deu de cara com uma porta marrom, assim como todas. Mas essa era diferente. No centro da porta, um pouco mais em cima, havia um par de sapatos de lã, azul claro. Joe hesitou, mas caminhou até a porta e a abriu. O quarto era todo branco, com exceção a uma parede que era azul claro e tinha algumas nuvens desenhadas. O berço já estava montado, assim como uma cômoda e o trocador. Tudo era muito delicado, e Joe sentiu seu estomago se revirar com um nervosismo repentino. Havia uma poltrona branca ao lado do berço e Joe conseguia imaginar Demi sentada ali, ninando o filho. O quarto era delicado e doce, como Demi, e Joe podia imagina-la em cada canto daquele lugar.

Por fim, ele fechou a porta e caminhou até o quarto de hospedes, pousando sua mochila na cama e caminhando até o banheiro da suíte, para escovar os dentes. Depois de pronto, ele deitou na cama, se cobrindo e se ajeitando no travesseiro, mas parecia inquieto. Depois de se revirar por longos trinta minutos, ele se levantou e decidiu ir até a suíte de Demi, para ver se estava tudo bem. Ele saiu do quarto e caminhou até o quarto dela, entrando sem bater. Logo ele a avistou, aconchegada na enorme cama. Sua mão pousava na barriga de uma forma delicada, e Joe se aproximou para ajeitar o edredom que estava caindo em seus pés. Joe a cobriu, e tirou o cabelo de seu rosto. Isso fez Demi acordar, abrindo os olhos devagar, sem se assustar. Joe sentou na beirada da cama e a observou.

- Não queria te acordar, desculpa. –ele sussurrou e ela sorriu, assentindo-

- Tudo bem. –ela sussurrou e se sentou na cama, ficando com o rosto próximo de Joe-

- Só vim ver como estava. –ele sussurrou e baixou o olhar, passando as pontas dos dedos na barriga de Demi-

- Estou bem. –ela sussurrou e ele sorriu-

- Porque diabos estamos sussurrando? –ele perguntou em um sussurro e ela riu-

- Não faço ideia. –ela sussurrou e ele riu- Você foi dormir agora? –ela perguntou e Joe deu de ombros-

- Estou sem sono. –ele murmurou e ela franziu o cenho, observando as olheiras que ele tinha-

- Não parece. –ela murmurou e ergueu a mão, passando delicadamente no rosto abatido de Joe- Você sempre tem essa expressão cansada no rosto. –ela sussurrou e ele sorriu, fechando os olhos e aproveitando a caricia que Demi fazia-

- Isso é porque eu estou sempre cansado. –ele deu de ombros-

- Você precisa descansar. –ela comentou e tirou sua mão do rosto do moreno, corando levemente ao notar que ficou bastante tempo com ela ali-

- Demi? –ele chamou baixinho e ela o olhou- Posso ficar? –ele perguntou com a voz tão baixa que parecia estar contando um segredo-

Demi hesitou, sentindo-se pela primeira vez, realmente intima de Joseph, e isso assustava-a muito. Joe esperou, sabendo da batalha mental que ela tinha, e depois de quase um minuto, ele chegou a imaginar que aquele silencio era um não, mas quando tomou menção de se levantar, ouviu Demi sussurrar, com a voz muito baixa também:

- Pode.

Happy ending. [JEMI]Onde histórias criam vida. Descubra agora