Mais coisas estranhas

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Suas pupilas se dilataram e seu coração acelerou quando ele viu ela deitada na cama. Mike deu alguns passos para dentro do quarto e a porta atrás dele se fechou.

Ele estava pasmo, feliz, assustado, tudo ao mesmo tempo, ele não conseguia expressar uma opinião direta e sua expressão facial era de estranheza.

Ele nunca havia visto o rosto de Onze tão pálido e sua feição, mesmo que em um sono, tão triste.
Ele parou ao seu lado e a observou atentamente. Mike não se contentou e segurou a mão de sua amiga. Quão gélida estava, era quase como sentir a pele de alguém morto, ele segurou firme a mão de Onze como se tentasse a esquentar, ele se lembrou do adeus e de como chamou por seu nome sem resposta. Internamente Mike sabia que ela estava viva e agora ela estava ali, deitada em um estado deplorável.

- Onze. - Mike chamou.

Mike sentiu a mão dela mexer devagar, primeiro o dedo indicador e depois o restante, Onze moveu devagar sua cabeça e abriu lentamente seus olhos quase mortos, ela viu primeiro um borrão e logo depois as imagens começaram a se formar diante de seus olhos, mesmo fraca ela admirou cada detalhe do rosto dele. Onze se esforçou e lançou um fraco mas sincero sorriso, o que fez Mike sorrir também.

- Mike. - Disse ela como num fraco sussurro.
- Eu sabia, eu sabia que você estava viva, eu sabia que você ia voltar.

Uma lágrima, uma pequena pequena lágrima escorreu do olho direito de Onze.

- Sabe, a minha promessa? Eu não esqueci, o baile, a gente vai, quando tudo isso acabar, quando você se recuperar...
- Juntos?
- Juntos.

Porém algo deu errado, Onze começou a sentir falta de ar de forma que os aparelhos à ela conectados acusaram algo de ruim.

Médicos e mais médicos entraram no quarto as pressas, um deles pegou Mike e o retirou da sala, o que o deixou assustado, mesmo antes que pudesse sair, ele ouviu um médico dizer em alto e bom som:
- Princípio de parada Cardio-respiratória.

Sim, Onze estava tão fraca que teve uma parada cardíaca. Mike não pôde ver o restante da ação, antes foi levado embora enquanto lutava inutilmente contra a força de um cientista.

- Me solta, me solta. - Dizia Mike desesperado. - Me soltaaaaaaa.

Mike foi posto dentro do carro, Clark veio rápido para falar com ele.

- Garoto, garoto. - Dizia. - Olha, ela vai ficar bem...
- NÃO VAI, ELA TÁ MORRENDO.
-VOCÊ TEM QUE SE ACALMA.

Mike se aquietou.

- Olha, ela está nas mãos dos melhores médicos, ela vai ficar bem, você não pode contar para ninguém o que houve aqui, entendeu? - Clark parecia ameaçador.

Mike acenou com a cabeça.

- Limpe as lágrimas, se a sua mãe perguntar, diga que não houveram maus vagas para jovens talentos.

Mike, mesmo que contra a sua vontade limpou as lágrimas com a camisa, e enquanto o carro ia saindo, ele olhou para a janela do quarto onde Onze estava e viu os médicos se apressando, ele ainda viu um desfibrilador, o que o deixou ainda mais atônito.

Sendo deixado em casa, Mike não se conteve e quando sua mãe abriu a porta, ele a abraçou fortemente envolto em lágrimas.

- O que foi filho?
- Eles disseram que não tem vagas. - Mentiu Mike.
- Não precisa chorar querido, a gente faz.outro teste em outro lugar, tá bom.

Mike acenou.

- Seus amigos estão lhe esperando lá embaixo.

+++

- Beth. - Gritou o pai.
- Beth, cadê você? - Gritou o irmão mais velho.

A família Jordan não almoçou, eles ficaram a procurar por sua ente querida que misteriosamente havia desaparecido.

- Pai, eu tô com fome. - Disse Logan o irmão mais novo.
- Não vamos comer até encontrar a sua irmã. - Josh, o pai.
- Querido, parte de nós pode voltar para o acampamento, se a Beth aparecer por lá, nós vamos saber. - Disse Linda, a mãe.
- Tudo bem, o Henry vem comigo, você é o namorado, tem de cuidar dela.
- Sim, senhor.

Então o restante da família retornou para o acampamento, Josh e Henry seguiram floresta a dentro.
Enquanto chamavam por Beth. Henry percebi rastros de sangue que seguiam até para trás de uma árvore.

- Senhor Jordan, olha. - Ele apontou para o sangue nas folhas.
- Meu Deus.

Vagarosamente, Josh e Henry seguiram o rastro com o medo de o pior ter acontecido, quando chegaram até atrás da árvore, não havia ninguém.

Beth surgiu atrás deles, sua expressão fria e seus olhos vazios se tornaram um pouco mais vivos quando Josh o percebeu.

- Beth. - Disse Josh aliviado a abraçando. - Caramba filha, você me assustou.
- Querida, o que houve? - Perguntou Henry.
- Nada, eu só me assustei com um animal que ia passando. - Beth parecia que estava fria, suas palavras pareciam vazias.
- Tem certeza que está bem? - Perguntou o senhor Jordan.
- Claro. - Disse Beth.
- Então vamos voltar ao acampamento. - Sugeriu Henry.

Então passando a mão sobre o ombro de Beth, Josh a guiou. Porém Henry estranhou aquele rastro de sangue que terminava em uma árvore qualquer, como se do nada houvesse desaparecido. Ele ainda teve a impressão de que alguém havia passado de um local para o outro, muito rápido. Henry então resolveu acompanhar Beth e seu sogro, deixando aquele mistério para outro alguém.

+++

Johnatan estava furioso, e para expressar sua fúria, ele correu para a floresta e lançou um urro furioso, como se estivesse exprimindo sua dor, ela era durão, um jovem quieto de mente inquieta.

Ele se ajoelhou e fitou o chão deixando escorrer sua fúria em lágrimas. Foi quando ele percebeu a presença dela. Nancy estava ali o observando também consternada com algo que só ela sabia.

Os dois se olharam por alguns segundos e correram para cima um do outro se abraçando fortemente, cada um tinha sua dor interna, porém agora essa estranha dor estava sendo compartilhada.

Stranger Things - Mistérios De Outro MundoOnde histórias criam vida. Descubra agora