Nem suas fragmentadas memórias a impediam de sonhar, mesmo tão fraca, com o corpo perfurado por agulhas, e uma máscara no rosto que estava ligada à uma máquina que a ajudava a respirar a impedia de imaginar o lugar perfeito.
Onze já havia perdido o sentido do que era um pai, ela havia associado Brenner ao mal, por isso nada mais fazia sentido para ela, nada além de Mike e Hopper, era como se ela estivesse quase sozinha no mundo. Enquanto sonhava, ela se via dentro de uma paisagem que a marcou, era a paisagem do único quadro presente no complexo onde ela viveu a vida inteira. Graciosamente pintada estava uma campina cujo a grama era mui verde e as flores multicoloridas. Onze se lembrou de observar aquele quadros por horas.E em seu sonho as flores se deleitavam de uma brisa tão suave que beijava seu rosto de forma amigável.
On estava bem, estava feliz, ela estava esparramada no gramado confortável daquela campina que se estendia por infinitos quilômetros, um céu azul com poucas nuvens, nada além disso, tudo convergindo para uma sensação de paz e completude. On sentiu que poderia ficar ali por toda a sua vida, pois era isso que ela sonhava quando dormia, liberdade. Só a mais pura e bela liberdade.
- On. - Chamou Mike em seu sonho. - Você está feliz?
Onze sorriu e acenou com a cabeça enquanto olhava Mike.
- Onde está a sua mãe?
- Mãe?Mãe? O que era mãe? Onde onze ouviu essa palavra? Ela não se lembrava, tampouco sabia o que era uma mãe, mas ouvir Mike em seu sonho dizendo aquela palavra era estranho, mas parecia incrivelmente agradável, por isso Onze respondeu:
- Eu quero... Uma mãe.
Mike sorriu devolta e se deitou ao seu lado e ambos deram as mãos e ficaram a contemplar o céu incrivelmente belo em sublimidade.
- Você gosta daqui?
- Uhum. - Respondeu Onze com sinceridade.
- Então vou ficar aqui com você para sempre.
- Mike, amigos não mentem.
- Eu sei, por isso te fiz uma promessa.+++
Will chegou até a casa de Mike apressado, mau cumprimentou a Karen Wheller e correu para o porão.
- Will? - Disse Lucas ao ver o amigo descendo as escadas.
- O que houve cara? - Perguntou Mike.
- Eu... Pulei a janela...do meu quarto. - Disse Will ofegante apoiando as mãos no joelho. - Acho que a minha mãe vai vir me buscar a qualquer momento, então eu não tenho... Muito tempo.
- A gente tem que pegar as coisas e dar um fora daqui. - Sugeriu Dustin.
- Mas e o almoço? - Perguntou Mike.
- A gente pode comer uns waffles e eu ainda tenho três pudins.
- Por mim tudo bem. - Concordou Lucas pela primeira vez.
- Tá, então vamos.Dustin apanhou uma sacola cheia de parafernalhas úteis, eles subiram novamente as escadas, porém Karen os parou.
- Aonde pensam que vão?
- A gente.... Vai brincar. - Disse Mike.
- Não antes do almoço.
- A tia qual é?... Poxa a gente vai e volta... É mãe deixa a gente ir. - Disseram todos ao mesmo tempo.Diante daquele protesto, Karen não teve como impedir os meninos e disse:
- Tá, podem ir.
Dustin, Will e Lucas passaram, Karen parou Mike e lhe disse atentamente:
- Mike, não entre em confusões, tá bom?
Mike a encarou por alguns segundos e logo depois acenou com a cabeça.
- Toma cuidado.
Mike e os outros pegaram suas bicicletas e saíram apressados, rumo ao ferro velho da cidade.
- Gente, o que vamos fazer hoje a noite? - Perguntou Will.
- Salvar a Onze. - Respondeu Mike determinado.+++
A polícia passou a distribuir cartazes pela cidade com fotos de Barb e Beth, abaixo um texto sinalizando:
"procuradas, suspeitas de homicídio."
Era chocante até para Jonathan que olhava atentamente um desses enquanto voltava para casa com algumas compras.
Joyce procurou na casa inteira por seu ex-marido, mas não o encontrou. Joyce então impaciente saiu de casa e deu cara com pegadas na terra que levavam para a floresta a frente. Joyce seguiu as pegadas, e entrou na floresta. Era um silêncio perturbador a ponto de que ela pudesse ouvir seus passos e sua respiração.
Joyce viu encostado na árvore de costas para ela, com os braços esparramados sobre as folhas. Ela foi se aproximando... Se aproximando... Se aproximando... E levou a mão a boca quando viu estatelado o corpo de seu ex-marido caído. Sua língua estava para fora, seu pescoço estava roxo como se houvesse sido fortemente apertado, os olhos mortos olhando para o nada e a cabeça virada para a esquerda. Joyce lançou um grito de desespero que Jonathan que ia chegando.
Jonathan se deparou com sua mãe aos prantos ao lado do corpo, quando ele pode observar aquela cena também se sentiu chocado, por isso abraçou a sua mãe e cobriu seu rosto para que ela não visse aquela horroridão.
+++
Um belo esconderijo, um galpão abandonado e uma cabana no centro, feita de cobertores com madeiras fincadas no chão, Mike havia trazido um pequeno abajur cujo bolhas densas flutuavam Dentro. Haviam muitos cobertores e travesseiros.
- Quando você construiu essas coisas? - Perguntou Lucas.
- Hoje bem cedo, antes de todo mundo acordar.
- Você é um artista na arte de sair escondido de casa. - Disse Dustin observando bem o local.
- Agora é esperar até a noite.+++
"A transformação é gradativa, porém os vermes matam seu hospedeiro primeiro para que não haja qualquer tipo de reação defensiva do corpo, assim liberando espaço para a transformação geral do corpo contaminado. A contaminação é feita diretamente por troca de secreções que contém microvos, que vão germinar em segundos e iniciar sua vida dentro do hospedeiro, eles podem crescer e se tornar maiores se assemelhando a répteis como as cobras. É um organismo complexo, mas muito evoluído, não é ator que veio de outro mundo." - Leu Jim Hopper.
Jim assentou algumas ideias, e chegou à uma clara conclusão em si mesmo.
- Barb está morta.
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Stranger Things - Mistérios De Outro Mundo
Fiksi PenggemarCoisa estranhas ainda vão acontecer, pessoas retornam das sombras de suas mortes como nunca foram antes, os fantasmas da memória de um homem voltam para atormentá-lo e o fim parece se aproximar. Tudo isso envolto de coisas estranhas.