Capítulo 1

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Noah Foster

Seis meses depois...

Fazia dois meses desde que assumi o cargo de Xerife no condado de McKinney no Texas e fazia dois meses que eu não conseguia sair de trás daquela maldita mesa; arrumar a bagunça de Kevin Jenkins o antigo xerife não foi uma tarefa fácil, o cara além de ser corrupto também era desleixado e deixou muitos casos em aberto e arquivou muitos outros, sem contar na desordem em que os documentos foram guardados.

Quando aceitei aquele emprego não sabia que seria assim tão difícil, eu gostaria mesmo é de estar nas ruas, fazendo patrulha com os meus colegas, prendendo bandidos e em investigações de verdade. Levantei-me e encarei tudo ao redor, estava tudo organizado agora, dois meses perdido em meio a papeladas, eu já estava de saco cheio.

Deixei a sala para servir-me de mais café e fui conversar com Eric que encarava atentamente a tela de seu computador, Eric entrara para o departamento de polícia de McKinney uma semana depois de mim, era um policial honesto e esforçado e eu já havia simpatizado com o cara de início.

— Hey cara, o que você tanto olha nessa tela aí? — Perguntei recostando-me na mesa dele. Ele passou as mãos nos olhos como se ardessem por ter ficado tempo demais diante da tela e então me encarou.

— Alfonzo Riggle, ele continua vendendo drogas no condado e estou tentando encontrar uma brecha para pegarmos ele.

— Já faz quatro anos que esse departamento o está perseguindo e eles nunca encontraram uma brecha. — Falei e bebi meu café. — Se você encontrar me avise cara, estou precisando sair daqui de dentro um pouco e perseguir um traficante é algo que me agradaria.

— Seria bom você conversar com Hal e Cliff, eles estão sendo enganados por um par de pernas. — Disse ele.

— Como assim?

— Tem uma mulher que sempre passa pela rodovia em alta velocidade, os caras dizem que não podem parar ela.

— E por que não?

— Ela disse que a avó está muito doente e precisa que ela chegue em casa o mais rápido possível e ainda diz que trabalha muito para pagar os remédios da velhinha. — Ele levantou-se e pegou seu casaco. — Na verdade hoje eu vou fazer a patrulha na rodovia e descobrir quem é essa mulher.

— Nada disso! Deixe que eu mesmo faço isso, estou cansado de ficar trancado no escritório. — Eric deu de ombros, tirou o casaco e voltou a sentar-se em frente ao computador.

— Só pegue essa mentirosa tudo bem, ficar inventando avó doente é muito feio.

— Como você sabe que ela está inventando? — Questionei.

— Se ela fosse pobre como diz, não estaria dirigindo uma BMW vermelha. — Eric arqueou uma sobrancelha quando disse isso.

— Verdade. Vamos descobrir o que essa garota faz...se ela for mesmo pobre e tem uma BMW pode ser que esteja envolvida com o Riggle.

Touché Sherlock. — Disse ele.

— Fique aí procurando furos do Riggle, eu cuido da garota dele, se ela for mesmo uma garota dele.

— Boa sorte, só não vá ficar babando como os dois patetas ali. — Alertou-me ele apontando para os dois outros oficiais.

— Eu não fico babando por qualquer rabo de saia. — Pelo menos não desde Valentina Lennox, pensei irritado.

Peguei meus pertences na minha sala, avisei os dois patetas que eu iria fazer a rodovia hoje e à meia noite voltaria para a casa. Eles ficaram decepcionados por não terem a chance de encontrar a pobre mulher que tinha a avó doente, mas como eu era o xerife, ordens são ordens.

Surpresas do destino - Série Lennox - Livro 9 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora