Capítulo 7

6.3K 1K 82
                                    


Noah Foster

Falar com aquele traficante não deu em nada, ficamos boa parte da noite interrogando-o; e o idiota se fez de desentendido, não sei como, mas de alguma forma o imbecil se livrou das drogas que estavam dentro do carro e como estávamos sem prova alguma tivemos de solta-lo. Eram coisas assim que me frustravam, sabíamos que o idiota era o um dos traficantes, mas não podíamos prendê-lo por falta de provas.

— Elas já chegaram Foster. — Disse Carl no vão da porta. — Mas a senhora Evans não está nada feliz com isso.

— Eu imaginei que essa seria a reação dela. — Respondi a contragosto. — Mas ela tem que pensar na filha dela. — Fiquei indignado, como pode Jacey Evans lutar contra a sua proteção e de sua filha.

— Ela disse que está segura em casa e sempre esteve. Que o que estamos fazendo é um abuso de poder.

— Protegendo a vida de uma testemunha agora virou abuso de poder. Eu já cometi o erro de deixa-la sair antes, não vou cometer esse erro novamente.

— Dificilmente uma viciada vai entender isso, pra ela você é o inimigo que a mantem longe de seu grande amor.

— Bom, sinto muito ser o vilão nesse romance épico. Mas ela não voltará pra casa tão cedo.

— Onde deixo ela chefe?

— Coloque a na sala de interrogatório e leve a menina até a cantina, logo irei explicar a senhora Evans que ela agora é uma das inimigas de Alfonzo Riggle e ele não é nem um pouco piedoso com suas vítimas.

— Pode deixar. — Carl deixou a sala e encarei as fotos sangrentas em meu computador.

Só nos últimos seis meses Alfonzo Riggle já havia feito cinco vítimas, os chamados dedos-duros que o traíam tinham um final mórbido. Adolescentes, mulheres de meia idade e homens, não importava a idade, se você traísse Riggle ele iria retalhar você, cortar sua língua fora e enfia-la em sua garganta. Ele cortava a língua das vítimas com elas vivas ainda e as fazia engolir a língua antes de cortar suas gargantas. Ele era um homem frio e calculista; e o meu objetivo era colocá-lo atrás das grades.

— Cara, tem uma gostosa aqui para falar com você. — Disse Cliff.

— Quem?

— Aquela moça que tem a avó doente, a que tem um traseiro grande. — Cliff fez um gesto obsceno com as mãos e uma fúria tomou conta de mim. — É isso o que eu faria com aquela cadela gostosa.

— A próxima vez que você falar isso dela vai se ver comigo. — Falei segurando o colarinho dele e batendo seu corpo magro contra a parede. Levantei-me tão rápido que só me dei conta de que estava diante dele quando senti o cheio de suor rançoso. — O nome dela é Valentina Lennox e merece ser tratada com respeito.

— Le-Lennox? — Gaguejou ele.

— Sim imbecil. — Soltei o idiota e voltei a respirar normalmente. — Mesmo se fosse uma Smith, ou qualquer outro sobrenome, você tem de respeita-la. Aliás tem de respeitar qualquer mulher!

— Eu...

— Saia daqui e chame-a. — Apontei o dedo na sua direção. — Como podemos ser a lei se não respeitamos as mulheres? A próxima vez que você agir como um completo cuzão, vai passar o resto da sua carreira preso atrás de uma mesa preenchendo relatórios. Você entendeu?

— Si-sim chefe.

— Ótimo. Agora dê o fora daqui. — Ele assentiu e saiu correndo.

Frustrado passei as mãos entre os fios do meu cabelo e suspirei. Cara, o Kevin Jenkins era um puto de um xerife podre. Escutei batidinhas na porta e fui abrir. Valentina Lennox vestindo um jeans justo e uma blusa rosa com os dois primeiros botões abertos parou diante da minha posta, ela estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo e segurava em suas mãos um pacote.

Surpresas do destino - Série Lennox - Livro 9 (Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora