(Estavamos em 2011, Agosto de 2011)
Acordei com um calor enorme a bater na minha janela peguei no meu telemóvel e reparei que já eram 11 horas, era sabádo por isso não havia problema de acordar um pouco mais tarde. Ontem deitei-me tão tarde, estive na minha festa de despedida em casa da minha melhor amiga Olivia e vocês sabem como são as festas aqui nos Estados Unidos, não há ninguém que saia de lá bêbado. Mas para ser bem sincera, deveria de ser a única pessoa que estava sóbria porque queria mesmo lembrar-me de me despedir dos amigos que criei cá na Califórnia e aproveitar cada segundo ao lado deles. Eles ofereceram-me uma recordação para levar para a Irlanda, um quadro com uma fotografia minha com cada um deles, ficou simplesmente lindo não podia pedir recordação melhor. Também cada um teve a oportunidade de falar um momento que passou comigo, tanto bom ou mau, e era impossível não me rir com tanta barbaridade que fiz com aquelas pessoas. Na minha escola eu era uma daquelas típicas raparigas que tinha muitos amigos mas que não se considerava popular, nerd ou algo do género era mesmo normal, uma típica rapariga de Califórnia, que adorava surfar com os amigos e de passar dias na praia a jogar vóleibol. A minha mãe diz que para a minha idade era uma rapariga muito disciplinada mas com um gosto musical um pouco estranho, a minha mãe não conhece bem o estilo de música alternativo. Gostava imenso de ouvir Arctic Monkeys, Nirvana, Arcade Fire e até mesmo The Black Keys, não era como os meus amigos que adoravam as típicas músicas que todos gostam, também sempre gostei de ser um pouco diferente.
Hoje era o dia que ia apanhar o avião em direção a Irlanda e sinceramente estava muito ansiosa para conhecer a vida que o meu pai criou lá, ver os meus meios-irmãos e até mesmo conhecer a minha madrasta e era esse o meu maior receio, não gostar da minha madrasta. A minha mãe disse que quando foi com o meu padrasto foi a mesma coisa, demorei um tempo a acostumar-me a ele mas passado algum tempo consegui aceitá-lo na nossa família. Eu tinha uma relação com o meu padrasto muito boa e ele sempre tentava ocupar o lugar de meu pai mas isso era impossível, eu tinha criado uma ligação tão forte com o meu pai que era incapaz deixar que alguém ocupasse o lugar dele. A separação dos meus pais ocorreu porque o meu pai andava sempre em viagem com as bandas que ele seguia e passava muito pouco tempo em casa e a minha mãe não conseguiu aguentar tanta pressão de ter de cuidar de mim e do meu irmão sozinha e por isso decidiu que era o melhor continuar a sua vida sem ele. A minha mãe decidiu levar-nos para Califórnia para casa dos meus avós maternos, uma decisão que não agradou ao meu pai, visto que seria praticamente impossível vir-nos visitar. Ao ínicio foi tudo muito díficil e ao longo do tempo tive de crescer muito rápido e quando a minha mãe não tinha conhecido o meu padrasto tinha de tomar conta do meu irmão e muitas vezes lidar com tarefas domésticas.
Levantei-me da cama e fui direta ao chuveiro tomar um duche para depois tomar uma espécie de pequeno-almoço tardio. Com certeza que a minha mãe estava chateada comigo por acordar a esta hora mas tinha de compreender também o meu lado, não podia ir embora sem me despedir dos meus amigos! Peguei nuns calções de ganga e numa camisola de alças e vesti-as, de seguida calcei uns chinelos de dedo e desci. Cheguei à cozinha e estava lá a minha mãe, Lindsey, o meu irmão, Robert, e a minha irmã, Emily. A minha mãe passou-me um prato com uma tosta mista mas não estava com cara de muitos amigos.
- Já tens tudo preparado para levar? É bom que tenhas porque aqui a criada não vai fazer nada por ti! - disse ela num tom mesmo de quem estava chateada, boa mãe, era assim que querias despedir de mim?
- Não te preocupes que antes de ter saído arrumei tudo, não precisas de estar assim mãe, já tiveste a minha idade e compreendes que tinha mesmo de ir despedir deles. Posso muito bem nunca mais os ver..
- Então nunca mais nos vamos ver Evy? Não digas isso, vou sentir a tua falta todos os dias. - disse Emily com uma vozinha de tristeza. Eu adorava Emily, sempre quis ter uma irmãzinha pequena e mesmo ela não sendo de sangue era como se fosse.
VOCÊ ESTÁ LENDO
My bodyguard {PARADA}
أدب المراهقينChamo-me Evelyn, tenho 17 anos e nasci em Bray na Irlanda. A minha mãe separou-se do meu pai quando tinha 5 anos e desde então fui viver com a minha mãe para a Flórida nos Estados Unidos. Vivo com a minha mãe, com o meu padrasto, com o meu irmão de...