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Estava eu a dormir na minha nova cama quando ouço alguém a tropar à porta, abro os olhos ainda com dificuldade porque estava a saber mesmo bem puder descansar após uma viagem muito longa. Eu gritei "Entre" sabendo que seria Denise a chamar-me para ir jantar se bem que não tenho muito apetite mas não posso armar-me em adolescente rebelde em casa do meu pai. Não entrei com "o pé direito" na minha vida aqui em Bray, tenho de me comportar e ambientar-me para que a minha estadia cá corra tudo bem. Alguém abriu a porta e reparei na figura de meu pai a fechar a porta. Sem mais demoras corri até ele e saltei para os seus braços como fazia quando tinha 5 anos, mas que saudades de abraçar o meu ursinho gigante, sentir o carinho do meu pai, sentir os braços musculados à volta das minhas costas, sabia tão bem estar ali junto a ele. 

- Então pequenina olha que já não tens 5 anos e eu não tenho os meus 30 aninhos. 

- Pai que é pai pode com a filha em qualquer altura mesmo quando tiveres 60 anos e for casada e uma mulher bem composta, tens de conseguir pegar em mim ao colo. - disse rindo às gargalhadas.

O meu pai largou-me e eu de imediato pus-me ao lado dele dando-lhe dois beijos nas suas bochechas. O meu pai estava diferente desde que o vi quando tinha 10 anos, estava mais magro, mais forte e mais bem apresentado, isto é, parecia que andava a cuidar mais da sua aparência. Senti o meu pai a olhar para mim de alto a baixo reconhecendo que até eu mesma estava diferente, já não era aquela pequenina criança, já era uma jovem adulta e bem mais madura. 

- Estás tão diferente Evy, como cresceste! Estás quase mais alta que eu, sinto-me mal assim! - disse pondo a mão no meu cabelo despenteando, o meu pai tinha muito esse vício - E estás mais linda, olha bem para esses olhinhos azuis brilhantes e esse cabelinho loiro, pareces mesmo a tua mãe em versão mais nova.

- E tu meu querido pai deixaste de ter aquela barriga de cerveja que tanto adoravas - disse pondo a minha mão na barriga dele, estava tão dura! - Andaste a fazer exercício? 

- Tinha de ser, estava a desleixar-me e além disso os meus novos clientes são do piorio e ter de andar a correr atrás de rapazes com mentalidade de 10 anos não é fácil. 

- Oh pai sabes quem também está assim? O Rob, aquele rapaz nem parece ter a idade que tem, nem sabes o que tive de aturar, ainda dizem que as raparigas são do piorio, pelos vistos os rapazes são bem piores! 

O meu pai sorriu e de imediato sentou-se na minha cama. Eu, de seguida, sentei-me ao lado dele sentindo ele a colocar a sua mão por cima da minha que estava deitada em cima da cama. 

- Sei que as coisas aqui não são iguais a California e que te vai custar um pouco adaptar-te a este novo ambiente mas quero que me prometas que te darás bem tanto com Denise como com o John, o Kenny e a Rose. - disse encarando-me falando com seriedade. 

- Por falar em Rose.. Obrigado por me teres dito que a tua mulher tinha uma filha da minha idade e que é exactamente parecia comigo só que com cabelo castanho e que a tua mulher seja igualzinha à minha mãe! - disse de uma forma indignada, disparando as palavras que estavam engasgadas na minha garganta. 

- Eu sabia que ias pensar isso mas acredita em mim que nunca na vida esperei encontrar Denise, foi tudo muito repentino... E Rose é uma maravilha de rapariga, é muito parecida contigo sim e é por isso que tive muitas saudades tuas aos longo do tempo. Esta é a minha família nova Evelyn, quero que a aceites se queres que tudo dê bem. 

- Oh pai... - disse aproximando-me mais dele - Posso ser muito casmurra mas não te preocupes que farei de tudo para que as coisas corram bem e espero também criar laços com todos, até mesmo com os mais pequeninos. 

O meu pai olhou para mim com aquele sentimento de orgulho e deu-me um abraço muito apertado, eu sei que estou a ser completamente tontinha, eu tenho a certeza que se o meu pai escolheu esta família é porque ela lhe faz feliz. Quando paramos o abraço olhamos para a porta e estava lá Denise que apenas disse "O jantar cá na mesa, toca a descer" sorrindo. O meu pai levantou-se e foi logo de encontro a Denise dando-lhe um beijo, ele estava tão feliz e sinceramente se ele estava feliz quem sou eu para estragar a sua felicidade! 

My bodyguard {PARADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora