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Passaram-se quatro dias desde a minha chegada a Irlanda e as coisas tem corrido até muito bem, aqui em casa o ambiente esta espectacular, Denise tratava-me super bem e garantia que não me faltava nada, ela realmente faz-me lembrar a minha mãe que faz de tudo para me mimar. Tenho passado muito tempo com os gémeos, eles são as crianças mais fofinhas que existe à face da Terra seguido de Emily claro, nada supera a minha pirralhinha. Sempre que posso brinco com eles e conto-lhes algumas histórias da minha vida, por incrível que pareça eles são muito bons ouvintes e adoram ouvir histórias principalmente quando estão para adormecer. Eu e Rose a cada dia que passa damo-nos cada vez melhor, não posso comparar a minha amizade dela com a de Olivia porque não há nada que supere a amiga ridícula e maravilhosa que criei com Olivia mas Rose é a minha melhor amiga aqui em Bray. Estes dias ela aproveitou para me levar a conhecer a cidade, conheci a maravilhosa praia que ficava pertíssimo de minha casa e era mesmo linda, nada que se compare com as praias de Califórnia, mas tinha alguma coisa que me encantava naquela praia, talvez por ser diferente de todas as outras. Era calma, não andavam muitas pessoas por lá, Rose disse que cá as pessoas não tem muito o hábito de ir à praia então compreendia-se o porquê de estar quase deserta. Também nunca gostei de praias com muitas pessoas, fazia-me sempre confusão quando ia surfar com os meus amigos. Por falar em surfar, à uns dias vim com Rose à praia ensiná-la a surfar e digamos que saí de lá com as bochechas a doer de tanto rir, ela era tão desastrada e tão descoordenada que me dava muita graça olhar para ela a tentar fazer as coisas direito. A verdade é que estava a adorar conhecer Rose e cada coisa me deixava mais próxima dela, atrevo-me a dizer que ela parece mesmo minha irmã gémea, uma espécie de confidente, acho que não há nada que ela não saiba acerca de mim. Encontramos até um local que dizemos que é o nosso "spot" porque é o sítio onde, sempre que saímos de casa, vamos sempre parar lá. É um parque perto de nossa casa com escorregas e pequenos divertimentos, é escusado de dizer que sempre que iamos lá paravamos sempre nos divertimentos como duas crianças. O meu contacto com a minha mãe era frequente e estava tudo bem por lá, Emily e Rob andavam sempre às turras e George conseguiu um aumento na empresa de telecomunicações onde ele trabalhava. Ás vezes ia ao skype só para matar as saudades das carinhas lindas dos meus irmãozinho e de ver a minha mãe e George felizes, estava tudo a correr bem. O contacto com os meus amigos também permanecia mas não tão frequente porque lá a Universidade já tinha começado então não tinham tanto tempo para falar comigo. Com quem falava mais era Olivia e como já sentia saudades das coisas rídiculas que passava com ela, ela mesmo estando longe e mesmo vendo-a no skype, continuava a mesma louca de sempre. As coisas com o meu pai estão bem melhores, à noite iamos sempre os dois visitar os meus avós e quando lá ia parecia que nunca tinha saído de Bray, parecia que nada tinha mudado, tanto o meu pai como os meus avós. Estava tão contente por as coisas estarem a correr maravilhosamente, até melhor do que estava à espera! Esta é a minha "segunda família". 

Hoje era quinta-feira e estava um dia maravilhoso, aqui nunca faz muito calor mas este dia estava mesmo bom, estava "calorzito" comparado com o calor fantástico de Califórnia. Decidi acordar um pouco mais cedo e pegar na prancha de surf que comprei à dias para ir surfar com Rose e ir surfar sozinha. Já estava com demasiadas saudades de arrenbentar as ondas e de sentir aquela adrenalina de estar em cima de uma prancha. Peguei no meu fato que trouxe comigo de Califórnia e pus na minha mochila, aproveitei e levei também a toalha para me bronzear um pouco, eu sou de Califórnia mas sou mesmo branquinha, estava na altura de por um pouco de cor na minha pele! Vesti um vestido que costumava levar para a praia e calcei uns chinelos e desci para tomar o pequeno-almoço. Não encontrei ninguém na cozinha portanto peguei numa tigela e enchi de cereais, ouvindo ao longe o meu pai a caminhar até à cozinha. 

- Onde vais senhora madrugadora? - disse o meu pai com voz de sono. Ele ultimamente tem tido imenso trabalho com os clientes dele mas hoje decidiu tirar folga para também descansar um pouco. 

- Hoje acordei com vontade de surfar, matar um pouco as saudades de Califórnia! Queres ir comigo à praia? Correr um bocadinho comigo antes de entrar no mar, que dizes? 

- Filha por mais que me agrade a ideia de ir correr, ou então não, eu hoje quero mesmo descansar, ter um dia para relaxar ao máximo e passar um pouco de tempo com os meus adoráveis filhos. 

- A tua barriga um dia vai perceber que estás a tomar as decisões erradas mas eu percebo, espero que quando fales em filhos me incluas porque preciso de passar tempo de qualidade contigo. 

- Claro que sim minha pirralhinha - disse aproximando-se de mim dando um abraço - Agora vai que de manhã é que se apanha as melhores ondas.  Toma as chaves do meu carro, não o destruas, vê se não chegas tarde e se dás notícias.

Ri-me com a preocupação do meu pai, fazia-me lembrar tanto a minha mãe é por isso que eles se davam tão bem. Posso-vos garantir que tenho os melhores pais do mundo, ou pelo menos, os mais preocupados do mundo! Acabei de comer, peguei na mochila e fui ao encontro do carro do meu pai. Como a idade para tirar a carta nos Estados Unidos era aos 16, eu já podia perfeitamente andar no carro do meu pai. Liguei o carro e dirigi até à praia, a melhor coisa de andar de carro era sentir o vento bater na tua cara enquanto conduzias, sentir aquela liberdade que é uma coisa inexplicável. Quando cheguei à praia e saí fora do carro, senti logo o cheiro a maresia, era um cheiro tão bom e que já tinha tantas saudades! Peguei na minha prancha e segui até ao areal, como era bom sentir a areia nos meus pés e ver aquela Natureza toda! Hoje a praia estava ainda mais vazia e com fitas à volta de um certo sítio, como não tinha nenhuma explicação para elas ali estarem acho que não tinha mal nenhum surfar na mesma. Tirei o meu vestido ficando só em biquiní e vesti o meu fato, guardei a minha mochila, peguei na minha prancha e segui rumo ao mar. Ele estava ótimo, não fazia ondas muito pequenas e também não muito grandes o que era perfeito para mim. Ainda não tinha perdido o jeito, estava tudo a correr muito bem e apanhei imensas ondas. 

Passado algum tempo reparei num som que vinha do areal, estava eu sentada na prancha e virei-me para trás. Estavam lá imensas pessoas e vi um homem a fazer um gesto com a mão como a dizer "volta para cá". Então resolvi fazer isso mesmo, saí da minha prancha e nadei até ao areal. Quando levantei a cabeça estava perto do areal e vi um homem alto a vir na minha direção. Reparei que também estava lá uma espécie de tronco de uma árvore, mas o que será que está a acontecer aqui? 

- Não sabe que não pode estar aqui? Não viu aquelas fitas ali? Quer dizer que ninguém pode estar aqui, locar restrito. 

- Desculpe lá mas não diz em lado nenhum que o local está restrito. E já agora porque está restrito? 

- A menina não vê as notícias? Os One Direction vão filmar aqui o seu videoclip, isto é, vão filmar se a menina fizer o favor de se ir embora.

- Mas eu nem sequer estava a incomodar ninguém, não acha que está a ser injusto? 

- Eu só estou aqui a cumprir ordens e se me dá licença a menina tem de abandonar o local. 

Fiquei totalmente chateada com isto tudo, afinal não posso estar aqui numa praia pública só porque os meninos de ouro vão gravar um vídeo? Espero bem não os ver à minha frente se não digo coisas que eles não vão gostar de ouvir. 

Para lhes satisfazer a vontade saí da praia pegando na minha mochila, estava a subir as escadas para ir para o meu carro e dei de caras com os cinco rapazes. Eles ficaram a olhar para mim e eu apenas consegui "Obrigado por terem arruínado o meu dia de praia, espero nunca mais me cruzar com vocês ou algo que ligue a vocês. Fiquem bem! E saí apressadamente da beira deles indo na direção do carro. Sentei-me lá e conduzi super furiosa por me terem estragado o meu dia, como eles foram capazes? Estava tão bem dentro de água, dentro do meu elemento e aquela bandazinha conseguiu destruir tudo, que raiva! Espero nunca mais os ver à minha frente se não não respondo por mim. Cheguei a casa, pus o carro na garagem e caminhei em direção ao meu quarto. 

- Então como correu? As ondas estavam como tu gostas? - Ouvi o meu pai perguntar enquanto estava na sala de estar. 

- Estavam mas conseguiram arruinar tudo, que raiva pai!

Não lhe disse mais nada e corri em direção ao meu quarto, fiquei extremamente chateada com aquilo tudo, lá na Califórnia nunca tinha acontecido nada disto, maldita fama, malditos One Direction, ODEIO-OS! 

My bodyguard {PARADA}Onde histórias criam vida. Descubra agora