Prenda-me

Capítulo cinco.

As horas se foram assim como o dia, e a noite tomou conta da ilha, Flavia estava sentada ao lado da fogueira que Alejandro havia acendido, o dia tinha sido quente e abafado, mas a noite estava mais fresca e o calor da fogueira era muito bem vindo.

Alejandro havia saído à algumas horas, com a desculpa de que traria algo para comerem, na cabana só havia enlatados, e Flavia odiava enlatados, estava se perguntando como sobreviveria ali por uma semana. Ela tinha ficado responsável por manter o fogo aceso, nunca foi uma boa escoteira, mas estava se saindo muito bem nessa tarefa quando um barulho na mata atrás da cabana a assustou.

Rapidamente ela se levantou e virou-se na direção do breu que tomava conta da mata, a única luz que havia ali era de um lampião aceso na cabana e a fogueira que iluminava a praia.

- Alejandro é você? - Flavia perguntou olhando para escuridão, seu coração já estava acelerado. - Alejandro! - nada dele responder, o único som que ela escutava, era o som das ondas quebrando as suas costas, e o som dos animais noturnos, que vinha da mata. Ela já estava quase apavorada, não era o tipo de mulher medrosa. Mas em um lugar onde ela não conhece os perigos, a coisa era diferente.

De repente algo gelado agarrou seu tornozelo, e ela pulou e correu para o outro lado da fogueira enquanto chamava desesperada por Alejandro.

- Ah! Alejandro! Socorro, onde você está? Alejandro, Ale... - ela parou no meio da frase quando viu que Alejandro, por quem ela estava gritando encontrava-se do outro lado rolando de rir, literalmente.

Ele estava deitado de costas na areia, com as mãos sobre a barriga, (que ela não pode deixar de reparar que era trincada) rindo como uma criança, que acaba de pregar uma peça na professora. O sangue de Flavia ferveu, se ele estava achando que aquilo ficaria assim estava muito enganado, então ela correu para dentro da mata sem que Alejandro percebesse.

- Alejandro... Alejandro... Socorro! - ela gritou em tom de desespero.

Os sons da risada dele cessaram, e do lugar onde estava, ela pode ver quando ele se levantou em um salto, mais parecendo um gato, procurando por ela. Ele estava arrebatadoramente sexy com aquela calça preta, que ia até os tornozelos, estava descalço e seu cabelo escuro caia sobre seu rosto. Ao ver aquele homem sexy, Flavia parou de respirar, sua vontade era provar centímetro por centímetro daquele corpo, ela já havia manjado o pacote dele, e pôde perceber que a menos que ele andasse com uma meia na cueca, o cara tinha uma senhora cobra guardada ali. Ela desviou esses pensamentos de sua cabeça e continuou escondida no meio da escuridão.

- Flavia! Flavia! - Alejandro gritou de onde estava, e passou as mãos pelo cabelo, resmungando alguma coisa em espanhol que Flavia não conseguiu traduzir. Ele pegou uma lança na areia, ao lado de onde estava rolando de rir da cara dela a poucos minutos, e seguiu mata a dentro.

Flavia ficou quieta esperando até que Alejandro passasse por ela, então saiu de seu esconderijo e voltou até a praia, sentindo-se vingada, ele passaria pelo menos dez minutos a sua procura, até se tocar que ela estava lhe pregando uma peça.

Alejandro sentiu um desconforto percorrer o seu corpo, ao notar que Flavia não estava mais na praia com ele. Ouviu sua voz doce chamar seu nome. O nome dele combinava perfeitamente com aqueles lábios carnudos.

Procurou feito louco por todos os cantos da mata, ele já esteve naquela ilha inúmeras vezes, fosse sozinho ou acompanhado, sabia que não havia nenhum animal perigoso ali, mas por Deus! A idéia de que ela pudesse ter se machucado por conta de sua brincadeira, isso estava dilacerando seu coração. Nunca tinha sentido isso em toda sua vida.

Ele caminhou até o rio que atravessava a ilha, procurou entre as árvores, foi até a cachoeira e nada de Flavia. Estava voltando para a cabana, já com o coração na mão, imaginando mil coisas diferentes, quando a avistou na praia, ela estava perfeitamente bem. Bem e linda, com uma saída de praia branca que ele havia comprado para Hilary.