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-Jean acorda.-Stacey disse.

Espreguicei - me, abri a boca e encarei - a solenemente.

-Dormi mesmo bem!

Levantei - me, arranjei - me e ambas seguimos o nosso caminho.

A Stacey tinha escola naquele dia por isso eu fui sozinha ao médico.

Pus o pé no chão do hospital e ao fim de pouco tempo entrei numa sala acolhedora.

-Bom dia! - disse o médico.

-Olá!

-Eu gostava de fazer análises porque estou preocupada com a minha saúde. Ontem passou-se algo muito estranho.

Enquanto contava o sucedido ele abanava a cabeça como sinal de compreensão.

Ele olhou para uma pulseira fina que estava no meu pulso e que tinha o meu nome.

-Jean.

Eu encarei - o ansiosa para saber o que é que eu tinha.

-Com os sintomas que me descreveu tudo aponta que foi um ataque de ansiedade.

Eu respirei de alívio.

-Eu vou passar - lhe uma receita de Valdispert. Mas ainda quer fazer análises?

-Não, já não é preciso.

Eu sei que disse à Stacey que ia fazê-las mas eu tava tranquila com aquilo que o médico tinha dito.

É muito normal ter-me acontecido aquilo, tenho andado super nervosa com o que se tem passado.

Ficámos mais um tempo à conversa e depois fui ver a minha mãe.

-Olá minha mais que tudo! - dei - lhe um beijo e sentei - me.

-Bom dia querida!-minha mãe disse.

-Vou te perguntar uma coisa? O que aconteceu no dia em que foste para o hospital?

-Estava a fazer limpeza, o chão estava escorregadio e eu caí pelas escadas abaixo.

Lancei - lhe um olhar duvidoso não sei porquê mas algo não encaixava, a minha mãe mentia muito bem mas nunca me enganava, eu já a conhecia perfeitamente.

-Ok eu conto mas promete que fica só entre nós.

Marie

Dias antes

Estava a fazer limpeza, a lavar o chão.

O Miguel acabou de entrar, subiu as escadas e ignorou - me.

-Miguel podes ir deitar o lixo por favor?-eu perguntei educadamente.

Ele começou- se a rir

 Um riso irónico.

-Podes ir?

-Mas pensas que eu sou alguma dona de casa?

-E eu sou?-encarei - o.

-Só tens de fazer o que te compete.

-Sabes eu estou farta disto! Estou farta de fazer tudo, de trabalhar para pagar as contas e tu o que é que fazes?-fiz uma ligeira pausa- Nada! Passas a vida na taberna a beber e eu tenho tido muita paciência e tenho sempre de engolir em seco. Eu nunca pensei tomar esta decisão tão cedo... mas eu quero o divórcio.

Eu sinto cinco dedos na minha cara com uma intensidade bruta!

Escorrego na água

As costas batem com muita força nas escadas, eu tentei-me segurar aos pilares do corrimão mas

Não consegui

Sentia - me muito mal

O meu corpo estava imóvel

Tentei erguer - me mas foi em vão.

Miguel chegou perto de mim e deu - me um pontapé no estômago

Eu comecei a chorar e a gemer de dor!

... e outro na cabeça 

Comecei a ter a vista turva.

-Só tens o que mereces!

Saiu e eu apaguei completamente.

Em busca da sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora