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O  barulho dos pássaros penetrava os meus ouvidos.

-Deixem-me dormir!

Não devia ter dito aquilo, eles ainda faziam pior!

O despertador do meu telemóvel toca.

Eu olho para ele.

-Não acredito o despertador já tocou 4 vezes e eu não ouvi.

Era 8h15 e a as aulas começavam às 8h30

A minha mãe não me chamou porque ia fazer manhã e por isso saiu de casa às 7h mas ela já me tinha avisado e por isso é que meti despertador mas mesmo assim...

Levantei-me, lavei a cara e os dentes a correr, vesti a primeira coisa que encontrei, peguei uma maçã e fui embora na minha bicicleta.

Definitivamente eu ia chegar atrasada porque já era 8h20 e ainda tinha um km a percorrer até chegar à faculdade.

Pedalei com toda a minha energia

Eu estava a ficar sem força nas pernas

Passado um tempinho cheguei finalmente, era 8h35.

Aquilo era enorme e eu não sabia onde era a sala e desconhecia completamente o meu horário.

Encostei a bike a uma parede e subi a densa escadaria.

Quando estava prestes a alcançar o último degrau, o meu pé dobra e eu caio no chão como uma sapa.

A minha sorte é que àquela hora não havia ninguém.

Parecia que tinha partido o pé.

Doía-me muito

Eu sentei-me um pouco para ver se a dor passava.

-Estás bem?-uma voz surgiu.

-Estou- disse sem tirar os olhos do meu pé.

-Eu sou a Brígida, uma funcionária.

Eu levantei a cabeça e encarei-a.

- Por acaso não sabe onde é que as pessoas do curso de fisioterapia do 1º ano têm aula neste momento?

- Eu tenho ali a lista dos horários, segue-me- ela disse.

Eu sorri

Se não fosse ela acho que não saberia para onde teria de ir.

Ela folheava a lista.

-AH, está aqui é a sala 21 do primeiro piso. Vais sempre em frente e depois viras à direita e está lá um elevador e ao lado as escadas, como estás atrasada podes ir pelo elevador, vais sempre em frente e a sala é logo a primeira à esquerda.

-Muito obrigado!-eu disse agarrando-lhe na mão.

Fui a correr, quer dizer tentei porque ainda tinha o pé um pouco dorido.

Eu não fui pelo elevador porque eu pensei na hipótese daquilo parar e eu ficar lá dentro fechada, então fui pelas escadas.

A sala tava logo lá à vista.

Bati à porta.

-Posso entrar? Peço desculpa pelo atraso eu não sabia onde era a sala.-eu disse.

Eu sentia olhares sobre mim.

- E demoraste 20 minutos a encontrá-la?- o professor perguntou com um tom de gozo.

Eu não ia contar que me tinha deixado dormir.

-Eu quando cheguei vinha um pouco apressada e torci o pé nas escadas, a funcionária Brígida veio-me ajudar, depois perguntei onde era a sala e ela disse-me.

-Está bem, senta-te- o professor ordenou.

Eu sentei-me na primeira mesa da sala mesmo ao lado da porta.

-Eu tiro-te a falta porque é o primeiro dia mas não volta a acontecer.

- Fique descansado e mais uma vez peço desculpa!-eu disse.

Começaram as apresentações.

Eu ouvia atentamente as pessoas.

Eu não olhei para elas porque estavam lá atrás e não me apeteceu virar.

Era a minha vez eu sentia-me super tranquila o que é de estranhar.

-Eu sou a Jean, tenho 18 anos e vivo aqui, em Philadelphia.

Passados 30 minutos a campainha toca.

-É só para avisar que o ensino superior é diferente do ensino secundário por isso daqui para a frente qualquer dúvida que tenham digam, eu quero muito que usufruam deste curso é muito giro! Vá podem sair.- o professor disse.

Eu não conhecia ninguém, e não ia para ao pé da minha turma.

Primeiro tinha de analisá-los e ver se eram boa gente.

Fui ao bar comer qualquer coisa, ou melhor ia ao bar porque a fila estava enorme.

Decidi ir à máquina, tirei um leite achocolatado, uma barrita de cereais e uma garrafa de água.

Depois fui buscar um horário à secretaria e dirigi-me para ao pé da sala.

Sentei-me no chão

Olhei para cima e vi um grupo de rapazes a falarem, talvez os da minha turma.

Coloquei os fones nos ouvidos e ouvi música.

Eu mandei uma mensagem à Stacey.

"Então miúda como vai o primeiro dia de aulas, já conheceste alguém?"

O meu telemóvel vibrou.

"Não Jean, isto sem ti não é a mesma coisa"

 Eu escrevi outra mensagem.

"É o primeiro dia, é estranho agora mas depois habituamo-nos" 

Ela mandou um coração.

Vejo uns pés junto a mim.

Olho para cima.

Um rapaz a mexer os lábios, eu não o ouvi porque tinha a música a altos berros.

Enquanto tirava os fones algo me chamou a atenção.

O braço dele tinha uma tatuagem.

Uma cruz e um trevo pequeno 

Eu tentei ser o mais discreta possível 

Espera eu conheço aquela tatuagem de algum lado.

O rapaz do cinema. 





Em busca da sorteOnde histórias criam vida. Descubra agora