Capítulo 6 parte 1

185 35 16
                                    



Os cinco estágios do Luto.

Como ele pode como ele AAAAAAAH. Eu andava de um lado para o outro enquanto aguardava. As lagrimas que eu chorei nos últimos 6 meses já não estava mais aqui, a tristeza deu lugar para a raiva, e ela era bem vinda.

Os pais do Ben moravam numa puta mansão, bom parecia uma mansão para quem veio de uma casinha com dois quartos, cozinha e banheiro. Aquela casa foi motivo da nossa primeira briga, o seu dinheiro, ou melhor, o excesso dele.

Rindo sozinha e amargurada, não tenho tempo para me lembrar disso agora, eu vim aqui para matar alguém que desse a escada agora com uma cara de espanto.

- Jessi! Que surpresa. Não esperava...

-Corta essa, Benjamin, você sabe muito bem o porquê que eu estou aqui. – Foi só ai que percebi o segundo motivo das nossas brigas passadas descendo as escadas. Sua ex. E isso me irritou tão profundamente que o meu olhar fez Ben recuar.

-Jessi! Querida. Quanto tempo. –Faço o possível para não revirar os olhos, ela hoje, não é o meu alvo.

- Preciso falar com você, Benjamin, a sós se possível – Digo tão calmamente que ate me espanta.

Eu podia sentir a recusa no ar, mais algo em meus olhos, não sei talvez o desespero, o fez com que ele concordasse.

-Eu só vou acompanhar a Manu e podemos ir para o meu...

-Não, não aqui.

-OK, é hm... Manu vamos? - E saíram me deixando para trás com minha raiva.

Eu tinha que me manter calma, se Ben queria a porra de divorcio, ele iria lutar por ele.

Quando o vejo abraçando sua ex-namorada como se fossem íntimos de novo, meu coração aperta. E eu já tomei uma decisão.

Espero que ela saia, e passo por ele agarrando sua mão não ligando muito que ele ainda estava fazendo fisioterapia, abro a porta do meu carro enquanto ele protesta, mas não presto atenção.

-Entra no carro.

-Você é louca, não vou a lugar nenhum com você. Ainda mais nesse estado

- Benjamin, uma coisa que você tinha certeza sobre mim era da minha loucura, então entra nesse carro.

-Na aonde vamos? Perguntou hesitando.

-Casa.

Passei o caminho inteiro para casa calada, e Ben, mesmo perdendo a memoria não perdeu o seu jeito tagarela. Pelo menos isso não mudou.

-Que musica estranha... Quem canta isso? ... Posso mudar? ... Você não pode continuar me ignorando o caminho todo! ... Jessi, qual é?

-A musica não é estranha, você costumava a gostar ate. Slipknot, e não. Quem dirige escolhe a musica.

- Que regra mais estupida.

-Sim eu também achava quando você inventou, agora acho útil. – Ouço ele suspirar

-Olha se é sobre o divorcio...

-Vamos ter essa conversa em casa, já disse.

E só então ele me deu paz, enquanto a musica tocava eu ficava imaginando se, levando ele pra casa poderia talvez se lembrar de algo. Eu não iria desistir, mesmo que eu sentisse no fundo que a batalha estava ganha e eu? Estava do lado perdedor.

Depois de anos morando nela, nunca mais reparei na minha casa, mas hoje eu estava muito consciente de que para o Ben, mesmo ele tendo morado aqui 5 anos, era tudo novo para ele. Muito diferente da casa dos seus pais, nossa casa era simples, aconchegante e cheias de fotos, e na parede da nossa casa tinha um quadro que ele me deu de casamento, que retratava o momento exato em que nos casamos. Eu não tinha tempo para isso, precisamos discutir e faze-lo enxergar a voz da razão.

AmnesiaOnde histórias criam vida. Descubra agora