Sabe, já posso enfim deitar na nossa cama, olhar para o lado e ver você emburrada e lendo seu livro, posso sorrir e dizer que vai passar. Mas, nesses anos que estamos juntos, eu só queria ter decifrado você. E sim, você não leu errado, te enxergo como um enigma, talvez o único que eu não tenha conseguido decifrar, e acho que pelo fato de você não deixar eu te entender, não permitir que eu desembaralhe suas palavras, e acabo me perdendo em sua confusão, fico submetido a você e mesmo que eu não tenha te decifrado, eu te amo de uma forma incompreensível.
Quando você acende um cigarro e senta no sofá da varanda, eu lembro de quando te conheci, você estava deslumbrante e eu lhe enxergando a distancia, enquanto eu estava debruçado nos ferros da estação, esperando você subi as escadas, e eu todo tímido tentei te abraçar no nosso primeiro encontro. Você sabe que sempre lembrarei disso, por quê é mais do que especial para mim, é algo que carregando comigo para sempre. Não se aborreça e nem se entristeça comigo, as vezes solto umas merdas pela boca que me fazem querer ser apunhalado com uma faca, por quê não sei medir minhas palavras. Quando acendo um cigarro, é pra me lembrar todos os dias de minhas escolhas e assim me punir por causa das ruins. Mas, quando você acende um cigarro, é para se acalmar em relação a mim, ou simplesmente matar seus medos. Eu não entendo, mas você sempre será meu enigma preferido.
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Sobre: Desinteresse e outros Malés
Historical FictionLivro de Crônicas. Escreverei uma crônica por dia sobre as tragédias da vida, sobre os males que alguns não sabe, entre outras coisas que entre a vida e a morte, desconheço.