"Morto". Foi a última palavra que ouvi antes de me jogar daquele prédio bem no centro da cidade, as pessoas lá em baixo observavam aflitas, alguns torciam para que eu morresse, outros torciam para que eu desistisse, aquelas pessoas eram complexas com um nível de inferioridade que não importavam tanto para mim, quando me espatifei, pensei que a morte viria logo e seria reconfortante, mas não foi bem assim, eles observavam enquanto eu agonizava e expelia sangue no chão. Alguns tiravam fotos e filmavam, porém ninguém veio me ajudar, minha sorte? Eu havia ligado pra ambulância antes de pular, o "Morto" que ouvi foi de uma senhora que gritou de uma janela do prédio da frente, a frase completa desta senhora seria "Ele já esta morto." Mas não foi pra mim que ela disse, ela mal prestou atenção que havia um homem prestes a pular de um prédio na sua frente, a frase que ela disse antes de eu pular foi pro seu marido. O mundo estava ocupado demais para prestar atenção em mim, e as pessoas distantes demais das suas vidas para ajudarem outras vidas nesse turbulento caos que é a cidade. Eu só queria realmente saber, para o que vivemos?
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Sobre: Desinteresse e outros Malés
Historical FictionLivro de Crônicas. Escreverei uma crônica por dia sobre as tragédias da vida, sobre os males que alguns não sabe, entre outras coisas que entre a vida e a morte, desconheço.
