Que tragédia

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Era tarde de domingo, as ruas estavam naquele movimento de fim do mundo, os bares cheios. De problemas, de alegria, de raiva, de inveja. Parecia que as pessoas só estavam ali para esquecer os problemas que a vida nos trás, embora outros estavam ali para descontar sua raiva ou resolver problemas inacabado. Era difícil imaginar que bem ali no meio de tanta desordem, existia uma pessoa que se destacava. Estava sentado em uma mesa ao canto, completamente descalço e mexendo em seu Smart-phone, ali ele percebera de que não precisa estar com alguém para se sentir bem, na verdade embora estivesse rodeado de pessoas, ainda permanecia sozinho. Acendeu um cigarro e começou a pensar que sua solidão não o afetava, nada o afetaria. Porém sua solidão afetava seus dias cinzas, inclusive afetará seu domingo de cerveja gelada. Dizia a si mesmo que esperaria pela morte da pior forma possível, que não ligaria de morrer jovem. Que tragédia, sua vida estava condenada ao ciclo da mesmice até o fim. Domingo após domingo ele passava o dia no bar, bebendo e fumando. Ele já havia escolhido como morrer, e exato quarenta anos depois nesta mesma rotina, percebera que a vida passou e sua mesmice fora igual a dos outros, porém sozinha, cinza e sofrida. Morrerá de antidepressivos. É realmente uma tragédia, do nosso dia a dia.

Sobre: Desinteresse e outros MalésOnde histórias criam vida. Descubra agora