Inter tido com a loucura!

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—Você não entende a loucura ou apenas se faz de burro?

— Não estou entendendo por que estamos em um café, no meio da cidade, falando abertamente sobre pessoas loucas ao redor de pessoas normais.

—Existe alguma pessoa normal que mexeria com um louco? Acho que não, então se estamos aqui falando de loucuras e se passando por loucos, estamos livre do resto.

— Mas não somos loucos de verdade. Ou somos?

— É ai que está, a loucura te deixa confuso, mas no fundo você sabe que não é louco, ninguém é louco, só parecemos ser.

— Espera... Então não somos loucos, mas fingimos ser para os outros pensarem que somos loucos e no fundo não sermos. É isso?

— Agora sim você está pegando o que estou falando.

— Então se somos loucos aqui e lá fora somos normais... A loucura é algo particular?

— Exatamente, e é em nossas loucuras que damos vida ao inimaginável, onde tudo acontece.

— Por exemplo?

— Quando você está lá fumando seu cigarro na janela do seu quarto como eu sei que gosta, você pensa em tantas coisas que se sente confuso, ou as vezes você reorganizar tudo, as vezes você deve fazer algo que sempre quis fazer e não podia por que os normais não aceitariam. Isso é ser louco, dar vida ao que seria inimaginável para outras pessoas, mas dar vida a isso apenas para si mesmo. Sendo louco em seu próprio universo.

— Este papo está sendo demais para minha cabeça, eu vou embora.

— Pense nisso, somos loucos.

Fui para casa e me debrucei sobre a janela, acendi um cigarro e comecei a pensar sobre a loucura, e talvez eu seja um louco, todos sejam loucos, mas isso é individual, e alegra-me pensar que apagar o cigarro em minha perna é uma loucura menos pior do que outras, pelo menos eu sei que essa minha loucura é particular e não posso ser julgado por isso.

Sobre: Desinteresse e outros MalésOnde histórias criam vida. Descubra agora