A naturalidade do som que a água fazia ao bater sobre minha pele, fazia eu me lembrar de que as vezes eu posso ser naturalmente outra pessoa, e quando eu chegasse até a mesa para tomar meu café, eu encheria uma xícara de café com leite, acenderia um cigarro e não faria outra coisa, a não ser, olhar para a forma natural que ela tem em fazer as coisas que quer, eu iria estranhar se ela apenas tomasse café e fumasse seu cigarro como eu. Notavelmente a diferença entre nós e que ela corre atrás das coisas enquanto eu espero chegar até mim, quando me dei conta de que ela já havia se levantando da mesa, eu vi ela me encarado e aquilo me arrepiou como se lagartixas subissem pelo meu corpo e depois descesse apenas para me arrepiar, e quando ela me convidou ao seus afazeres eu senti que ela não estava me chamando para ajudá-la e sim para satisfazê-la. Isso teria sido perfeito, se não fosse apenas mais um pensamento que tive no chuveiro, enquanto a naturalidade da água me lembrava que nada dos meus pensamentos sobre ela, sairia dali.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Sobre: Desinteresse e outros Malés
Fiction HistoriqueLivro de Crônicas. Escreverei uma crônica por dia sobre as tragédias da vida, sobre os males que alguns não sabe, entre outras coisas que entre a vida e a morte, desconheço.