Capítulo 5

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Passamos a tarde inteira beijando. Eu já havia escolhido um filme bem ruim para que a gente não prestasse atenção, tinha dado tudo certo, meus planos seguiram bem e confesso que não saberia o que fazer se ele recusasse meu beijo, mas Filipe tinha o dom de me surpreender.

O beijo, que coisa maravilhosa, eu já havia beijado muitas meninas, algumas lindas, outras com corpos divinos, mas ninguém tinha me dado um beijo que fizesse meu corpo se arrepiar por inteiro, que me fizesse querer praticamente engolir a outra pessoa. Eu delirei, senti que minha relação com Filipe iria evoluir bastante já que agora nossos lábios poderiam se encostar.

Eu queria que nós fossemos para o quarto, mas ele só precisou dizer não duas vezes para que eu logo desistisse da ideia. Filipe era uma pessoa muito correta e decente, eu não queria transar com ele, não mesmo, mas seria divertido tê-lo em minha cama, me beijando, fazendo carinho no meu rosto e fazendo eu me sentir bem.

Mas Filipe tinha o próprio modo de ver as coisas, ele disse que tinha aceitado ver um filme comigo e que eu já havia o beijado, mas ir para o quarto ficaria para outro dia, até porque minha mãe chegaria logo.

Aproveitei todo o tempo que podia para continuar beijando, eu estava com tanto calor que minha vontade era ficar de cueca, mas só de cogitar aquilo eu ficava envergonhado,  eu estava aquecido de uma forma muito gostosa, quando deu oito horas da noite Filipe disse que iria embora, pois precisava descansar e dormir.

Pense em alguém que dorme sentado, no chão, na cama, no carro, no ônibus, esse é o Filipe, a única pessoa que eu já tinha visto dormir quatorze horas direto, haja sono, parecia um esporte, dormir, levantar pra comer e dormir de novo. Acho que eu sentiria bastantes ciúmes do travesseiro dele.

- Vou pra casa – Filipe falou me dando um selinho.

- Não, por quê? Ta tão bom aqui! – Perguntei ajeitando o cabelo.

- Edu, nós estamos aqui há quase cinco horas – Filipe falou e eu roubei um beijo dele – Eu preciso dormir.

- Posso ir pra sua casa, seu pai disse que ia sair – Perguntei sorrindo.

- Não, você não vai me deixar dormir – Ele respondeu.

Filipe ficou de pé e segurei sua cintura, depois o beijei, acho que estava viciado naqueles lábios macios, pus a mão no ombro dele e fui levá-lo ele até a porta, trocamos mais alguns selinhos e ele desceu para casa, fechei a porta e fiquei com um sorriso bobo no rosto, deixei meu corpo escorrer pela parede até chegar ao chão.

Sim eu precisava estar com ele, ninguém me deixava daquela forma, primeiro foi uma carência, a falta que ele me causava, saudades dele e agora estava atrelada a atração visual, aquele rosto lindo e aquela boca maravilhosa. O que mais eu poderia querer?

Fui para cama, estava tão feliz, havia conseguido derrubar aquela barreira, eu rolava de um lado para o outro, ficava rindo e esfregando a mão no meu rosto, não era possível acreditar no que havia acontecido naquela tarde.

Tomei um banho, vesti uma cueca samba canção e fiquei sem camisa, fui à cozinha e iniciei meu ataque, havia sobra do frango assado, suco de abacaxi e salada de alface e tomate. Jantei e depois comi sorvete, eu precisava repor todas as energias que havia gasto com Filipe.

Fiquei jogando no computador até quase onze horas da noite e depois resolvi deitar pra dormir, eu não poderia querer nada melhor, se eu soubesse que eu ficaria em paz daquela forma eu teria feito aquilo há muito tempo.

Ou não.

De manhã acordei feliz, me arrumei, caprichei na arrumação do cabelo, coloquei as coisas dentro da mochila e fui para a cozinha, meu pai estava lá.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora