- Exatamente, se lembra de ter beijado ele também? – Caio falou me olhando no fundo dos olhos.
- Para Caio, eu não beijei ninguém, Filipe estava lá – Falei tentando lembrar o que aconteceu, mas nada voltava.
- Lá fora, ah não, ele entrou pra dançar uma das músicas favoritas dele e deu de cara com o namorado beijando outra pessoa – Caio disse e depois cruzou as pernas.
- Não pode ser Caio! – Falei não querendo acreditar naquilo.
- Sim, no tempo que saímos do banheiro fui comprar água pra você, mas quando voltei tu tava agarrado com o menino, mentira, Filipe viu essa cena antes de mim, quando cheguei ele estava conversando com o rapaz – O loiro falou me encarando.
- Filipe fez o que com ele? – Perguntei aflito.
- Nada, ele chegou, falou alguma coisa para o rapaz que pareceu ficar muito envergonhado, mas Filipe disse para ele ficar tranquilo,depois disso ele saiu, te peguei pelo braço e fomos para fora da boate.
- E depois? Eu apanhei? Porque minha cabeça ta doendo muito – Falei com uma feição de dor.
- Depois seu ótimo namorado te carregou até em casa. Você veio apoiado no ombro dele, e pior perguntando quem ele era, porque você só sabia seu nome e nada mais, pegamos um ônibus, um táxi e você do mesmo jeito, quando chegou aqui Filipe entregou você pra sua mãe que te colocou aqui e eu ajudei. Você encheu o saco Edu, estava muito chato – Caio disse.
- Eu to ferrado! – Falei pondo as mãos na cabeça.
Não podia ser, tudo bem eu bebi demais e já havia acontecido de eu beijar várias pessoas quando fiquei bêbado outras vezes, meus amigos comentavam que bastava eu beber pra me tornar o rei da noite, chegava em todas as meninas, cortejava e galanteava, mas sem ser abusado.
Como deve ter sido pro Filipe entrar na boate e me ver beijando outro menino? Ele deve ter ficado arrasado! Pelo que Caio havia dito ele manteve a calma, mas era difícil imaginá-lo tranquilo diante de uma cena dessas. Eu não sabia o que pensar.
Precisava falar com ele. Mas o que eu ia dizer? Será que ele estava bem? Ele devia estar muito chateado, pois sempre que voltávamos nós íamos para o apartamento dele, mas dessa vez ele me deixou em casa. Que raiva disso tudo, não da noite ou da boate, foi maravilhoso, senti raiva de mim, não podia ter feito aquilo, logo agora que estava tudo indo tão bem.
- Preciso falar com ele Caio! Agora, preciso muito! – Falei me levantando e só então reparando que eu estava de cueca.
- Melhor não – O loiro ficou de pé – Sua mãe está lá na sala, são quase duas da tarde, ela pediu pra assim que você acordasse fosse falar com ela.
Essa não!
Vesti uma bermuda de tactel, fui ao banheiro e escovei os dentes, não queria me olhar no espelho, eu devia estar acabado, então preferi me poupar da cena por alguns minutos, terminei a escovação, sequei a boca e fui para sala.
- Bom dia – Falei com certa timidez.
- Boa tarde! – Minha mãe falou.
Dona Catarina estava irritada, ela sempre me corrigia quando estava brava, provavelmente eu iria ouvir bastante pela noite anterior, eu nunca havia chego em casa bêbado e o dia que cheguei precisei que me carregassem, ela devia estar uma fera!
- Eduardo Pinheiro Rodrigues – Ela começou.
Eita, falou meu nome todo.
- Mãe, antes de você começar a falar será que eu podia pegar um remédio pra dor de cabeça? Está doendo bastante – Pedi.
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DE AMIGO PARA NAMORADO - Descobertas
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