Capítulo 19

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Acordei e fui direto para o banheiro, saí enrolado na toalha e fui para o quarto, vi que Filipe havia mandado uma mensagem para que eu fosse de calça jeans e levasse uma camisa na bolsa. Não consegui entender nada, apenas obedeci, me arrumei, tomei um pouco de café e saí.

Desci para o saguão e ele já estava lá, me esperando, todo arrumadinho com aqueles fios ondulados e abertos, sua pele bronzeada estava ainda mais linda, como ele conseguia ter aquela cor tão bonita? Era lindamente encantadora.

- Bom dia – Filipe falou sorrindo. Eu estudava atentamente o rosto dele, queria descobrir o que ele pensava, quais eram seus planos e o que aconteceria mais tarde.

- Bom dia – O beijei – Não vai me contar o que vai fazer né?

Filipe me beijou novamente, um beijo que eu sabia que era para me fazer esquecer aquilo, suas mãos invadiram a parte traseira de minha calça, a perna dele fazia pressão contra a minha, sentia meu corpo ferver enquanto nossas bocas se colavam e comecei a morder seu pescoço.

- Isso não é nada perto do que eu quero fazer com você mais tarde – Filipe falou de forma sensual em meus ouvidos.

Senti meu corpo inteiro tremer, seria aquele o quarto dia consecutivo de amor e carinho? Eu não me recusaria, jamais, me animei de uma forma incrível, seria muito legal mais um dia de prazer ao lado da pessoa que eu amava.

Fomos para a escola, as aulas passaram de forma rápida, Filipe passou a manhã inteira me provocando, sentou longe de mim, ficou de pernas cruzadas o tempo todo, não tirava a caneta da boca e quando eu o olhava ele fazia alguma coisa sensual com o objeto, antes de descer para o intervalo ele abocanhou minha orelha.

Na hora do ensaio ele não dizia nada, caí duas vezes, sim! Tropecei no pé de Gabriela que estava dançando muito bem, mas era impossível me concentrar com Filipe me olhando daquela forma, ele se aproveitava da distração dos outros alunos para me lançar um olhar sensual.

Quando o ensaio terminou o encontrei no banheiro, estava vestindo uma calça jeans clara, um tênis preto e uma camisa branca de malha, seu cabelo estava bonito e como sempre Filipe estava muito cheiroso. Quando eu ia lhe agarrar ele se esquivou pegou a mochila e saiu do banheiro.

As provocações de Filipe me fizeram ficar excitado durante o dia inteiro, troquei de camisa rapidamente, passei o desodorante aerosol, me olhei no espelho, dei um sorriso e segui para fora do banheiro.

Quando me dei conta já estávamos andando, paramos no ponto de ônibus, Filipe não dizia nada, apenas para mim e sorria de forma divertida, logo o coletivo chegou e entramos, sentamos, dei a mão para ele, o senti colocar o fone no meu ouvido e depois ele colocou o outro em seu ouvido, uma música começou a tocar.

Descemos do transporte e começamos a andar, estávamos no centro da cidade, descemos numa parte que eu não conhecia, mas Filipe conhecia todos os lugares, estranhei quando ele me deu a mão, lhe lancei um olhar curioso e recebi como resposta um olhar necessitado, como se ele precisasse daquilo para fazer o que viria a seguir.

Entramos num lugar que parecia ser uma clínica ou um posto de saúde, muitas coisas se passavam pela minha cabeça, havia algumas pessoas ali, todas tinham o mesmo olhar, uma expressão de sofrimento e dor. Estranho que nenhuma delas tinha feridas físicas. Será que era um hospital psiquiátrico?

Filipe me sentou em uma cadeira e foi até o balcão falar com a atendente, era uma morena alta e muito bonita, seus longos cabelos cacheados escorriam pelo jaleco perfeitamente branco, a moça sorriu e bagunçou um pouco o cabelo dele, parecia já conhecê-lo.

Meus olhos correram rapidamente pelo ambiente e vi alguns cartazes sobre uma campanha de vacinação para doentes crônicos, portadores de doenças transmissíveis contagiosas e doenças sexualmente transmissíveis. Estranhamente fui sentindo uma sensação diferente em meu corpo, acho que isso ficou estampado em meu rosto, pois um rapaz me apontou o banheiro.

DE AMIGO PARA NAMORADO - DescobertasOnde histórias criam vida. Descubra agora