CAPÍTULO 15 - Happy Bday Hannah (Parte 1)

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Naquele um mês e meio que se passou, se Samuel se dedicou a melhorar, Verônica com certeza se dedicou a fingir que nada tinha acontecido. Beijo? Que beijo? Não houve beijo algum entre Samuel e Verônica e se alguém falasse ao contrário seria processado por calúnia e difamação, pode ter certeza.

Ele havia melhorado muito, se recusava a usar muletas para andar e parecia um rapaz melhor. Sua única preocupação no momento era conseguir se recuperar para as provas da faculdade e tentar resolver o impasse judicial por conta do acidente. Até porque dirigir bêbado, quebrar o nariz de um idiota e quase morrer é algo que merece atenção da justiça.

O estado clínico de Hannah, para Samuel era estável, por outro lado, a doutora se sentia um tanto quanto preocupada em relação à saúde da menina. Hannah parecia animada, sua cor estava boa e não tinha ocorrido nenhum outro incidente. As manchas nas suas costas, entretanto, continuavam lá, de forma que todos os dias, lá pela hora do almoço ela entrava no quarto para recolher material para fazer exames.

— Você está apelando de novo! – Hannah grunhiu, tentando empurrar Samuel que estava soltando um especial em Syndel com o seu Baraka. A menininha franzia o cenho todas as vezes que ele enfiava suas enormes laminas no abdômen do seu personagem. A sua barra de sangue já estava pela metade enquanto a dele mal havia sito tocada. — Na próxima eu pego a Sheeva.

— Quem está apelando agora, Hannah-Hannah?

— Hannah-Hannah? – Perguntou, se entender enquanto Verônica entrava na sala. Samuel fez questão de ignorar totalmente a presença da oncologista na sala.

— É, é o seu nome ao contrário. Nunca reparou? – Ela deu os ombros.

— Na verdade é bem indiferente. — Afirmou, dando os ombros, séria. Samuel revirou os olhos, golpeando-a novamente.

— Quantos anos você tem, 83?

Samuel terminou de matar Syndel e se ergueu da cama. Verônica passou para conversar com Hannah em uma altura que ele não se forçou para ouvir após ela ter mandando um "oi" tímido pra ele. O rapaz por outro lado, somente se dedicou a sorrir de volta e voltar a atenção pro celular. Mal reparou que Verônica remexia em seu aparelho quando uma mensagem apareceu em seu visor com a seguinte frase: Faltam duas semanas pro aniversário dela.

Ele ergueu a cabeça, observando enquanto Verônica devolvia o celular do bolso e usava um acesso que estava no braço da garotinha para recolher um pouco de sangue para exames. Depois do acidente e da indiferença da médica, ele havia se esquecido completamente da festa de aniversário que haviam programado pra Hannah ao que parecia uma eternidade.

— Come e depois eu volto para te examinar, tudo bem? – A medica disse enquanto uma enfermeira entrava e colocava uma bandeja sobre o colo de Hannah para lhe dar almoço, como todos os dias. A enfermeira olhou bem para Samuel e sorriu, coisa que era cotidiana e que não parecia agradar muito a ruiva. – Samuel. – Ashford chamou o fazendo se assustar. Ele desviou os olhos de Hannah, que o olhou imediatamente, e se voltou para a médica. – Por favor. – Pediu, indicando a porta. Ele bloqueou o visor de celular e se ergueu para sair do quarto. – Vamos a minha sala, por favor. – Pediu e seguiu na frente, abrindo caminho em direção ao seu consultório.

Samuel havia ido poucas vezes lá, porém o que realmente havia mudado é que agora, em vez das paredes brancas e sem vida, havia um papel de parede de bichinhos e prateleiras com pelúcia em cima da uma maca que usava para examinar os pacientes, além de várias coisas coloridas ao redor de sua mesa. Na porta, que antes havia apenas um número, agora tinha uma pequena placa de madeira branca com os dizeres VERÔNICA ASHFORD, ONCOLOGIA INFANTIL.

Ele entrou e sentou-se na mesa defronte a médica.

— Ao que devo a honra? – Perguntou sorrindo, quase debochado.

Pra você, eu (Desgutação | Em breve)Onde histórias criam vida. Descubra agora