Capítulo 4 ~ Mudança de rumo

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Harry e Draco estavam caminhando há quase vinte minutos quanto encontraram a primeira aglomeração de Samuscos.

— Shh... — emitiu Harry, pedindo cautela ao colega de tarefa.

Harry deu passo bem devagar, tão devagar que Draco achou que fosse amanhecer e ele ainda estaria com o pé no ar. Outro, tão lento quanto o primeiro.

A planta branca era uma espécie de musgo que crescia na base dos enormes caules das arvores. Se proliferam rapidamente, mas por serem frágeis qualquer outra planta que nasce perto ou sobre ele, o destrói. E sempre que sente qualquer animal ou pessoa ele desaparece como num passe de... literalmente, como mágica. É usada em diversas porções, e a única maneira de captura-la é jogando nela uma espécie de pó amarelo que paralisa a planta, mas para isso é necessário chegar bem perto dela.

Harry estava no terceiro passo quando um estalido indicou um graveto quebrado, na escuridão atrás dele.

Draco se assustou e imediatamente correu para perto do antigo rival, ignorando o barulho que emitira ao correr. A planta o sentiu, se assustou e puf... sumiu.

— Draco Lucius Malfoy eu vou te matar! — gritou Harry. — Você assustou a planta. Tem ideia do quanto vamos demorar para encontrar outra?

— Eu assustei a planta? Eu ouvi algo, acho que tinha alguém ali — ele apontou para o tronco de uma arvore —, você acha que ia ficar parado esperando a morte? Não sei se você lembra, mas no primeiro ano quase morremos quando...

— Eu quase morri. Você fugiu e me deixou para trás. E não tinha ninguém ali, devia ser algum esquilo ou cão selvagem.

— Que fosse! Cães selvagens mordem! Você acha...

— Shhhh! Chega, silencio, ou vamos acabar assustando todos os samuscos da floresta.

O crec se repetiu, dessa vez muito mais audível e próximo. Os olhos de Harry aumentaram, assim como os de Draco. Potter levou o dedo até os lábios, fazendo gesto de silencio para o colega.

Mas quando o barulho voltou a se repetir o sonserino gritou e saiu correndo levando consigo o único lampião que os dois tinham trazido.

Harry ergueu a varinha na direção do barulho e pensou "Lumus". A varinha respondeu ao comando criando um fino feixe de luz que iluminou parte do ambiente, revelando duas coisas: uma pessoa vestido de preto dos pés as cabeça e uma criatura estranha do tamanho de um cavalo, mas com seis patas, duas cabeças (uma de leão e outra de cão) e um rabo de escorpião. A figura encapuzada correu na direção oposta à de Harry, para longe da criatura; já essa última empinou suas duas selvagens cabeça, uma uivando a outra rugindo, e em seguida galopou na direção do menino que sobreviveu (até aquele momento).

Harry tentou correr, mas tropeçou antes mesmo que pudesse atingir um metro de distância, a varinha foi para um lado, seu corpo para outro. Ele colocou o braço sobre o rosto e esperou o ataque da criatura; mas a voz de Draco Malfoy ecoou por entre as arvores:

— Incarcerous.

Harry tirou o braço dos olhos e encontrou a criatura caída no chão presa por dezenas de cordas, Draco estava do outro lado, a varinha na mão e uma expressão de surpresa congelada na cara.

— Eu nem acredito que você voltou — disse Harry, pegando sua varinha do chão.

— Confie em mim, eu também não — respondeu Malfoy, ainda paralisado.

— Petrificus Totalus — conjurou Potter apontando a varinha para a criatura amarrada. — Obrigado por te me salvado.

— Porque diabos eu voltei? Eu poderia ter morrido! — o loiro ainda estava incrédulo.

— Parece que você está deixando de lado o seu egoísmo, Malfoy — brincou Harry.

"Sim, parece que estou" pensou Malfoy, "é o que se faz pelas pessoas que amamos".

Harry Potter e o beijo das sombras | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora