Capítulo 25 ~ O contra-feitiço

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Harry empurrou com força as portas duplas da enfermaria, que abriram com um baque.

— Mas o que é isso? — exclamou, horrorizada, Madame Pomfrey.

— Luna.

Harry correu para uma das camas no canto direito da enfermaria, onde Luna estava deitada, desacordada, rodeada por três professores e madame Pomfrey.

— Preciso que o senhor saia, senhor Potter — começou a bruxa-enfermeira. — Entendo sua preocupação com sua amiga, mas estamos tentando...

— Eu sei o contra-feitiço — bradou Harry, se aproximando rapidamente.

— Perdão — começou Flitwick, que estava em pé em um banco, movendo a varinha sobre Luna, um filete rosa claro saindo da ponta da varinha e se espalhando ao redor da garota como um escudo... ou um cobertor. — Mas onde o senhor...

— Snape — começou Harry. — Eu o vi usar uma vez... — mas ele percebeu que estava prestes a revelar o segredo de seu antigo professor, então falou rapidamente: — no sexto ano. Quando foi professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

— Mas porque ninguém parecia capaz de...

— Sinceramente, professor... acho que ninguém achou que precisaria usar tal feitiço alguma fez na vida...

— Mas se Snape conhecia o contra-feitiço ele conhecia o...

— Vão me deixar ajudá-la — Harry cortou o professor. — Ou vamos ficar observando enquanto ela morre lentamente?

Prof. Flitwick, Prof. Horácio, Profa. Sprout e Madame Pomfrey olharam, surpresos, para o garoto.

Pelo canto do olho, Harry viu alguém chegar correndo na sala. Ele não precisou se virar para saber que era Draco, que tinha seguido ele, preocupado.

— Sr Malfoy o senhor precisa se retirar — começou Madame Pomfrey, caminhando até a porta e guiando o sonserino para fora da sala.

— Mas...

— Sem "mas". Ande.

Harry se virou para onde o namorado estava sendo posto pra fora, e falou, sem emitir som algum, movendo os lábios exageradamente para que Draco pudesse ler e falou "A CO-RU-JA".

Draco entendeu a mensagem e apressou-se em direção ao corujal.

— O contra-feitiço, Sr. Potter — pediu Profa. Sprout, quando Madame Pomfrey retornou.

— Certo... — Harry engoliu em seco e respirou fundo, puxou a varinha e moveu acima do corpo de Luna, junto com sua mão esquerda espalmada, dizendo: — Vulnera Sanentur.

Instantaneamente, sem emitir brilho algum, como se um vento mágico estivesse sugando o sangue do corpo de Luna, as manchas avermelhadas sobre as vestes brancas começaram a diminuir.

— Vulnera Sanentur — tornou a dizer Harry, que no sexto ano, viu Snape reproduzir o encanto três vezes antes de Draco se recuperar.

Dessa vez as feridas pararam de sangrar e começaram a se fechar.

— Vulnera Sanentur — disse pela terceira e última vez.

Todas as feridas se fecharam, as marcas ainda visíveis sob as partes exposta da pele da jovem; e a respiração pesada e de ritmo lento que guiava os resquícios de vida na garota bruxa, se transformaram em uma respiração normal, como de uma pessoa adormecida.

— Ela não está acordando — falou Harry, preocupado.

— Nem vai por tão cedo — começou profa. Sprout. — Encontramos ela gemendo enfeitando de dor, por isso a sedamos para que ela não sentisse nada enquanto tentássemos curar.

Harry respirou fundo, guardou a varinha mas vestes e disse:

— Tem uma planta... O professor Snape falou sobre ela na aula — mentiu o garoto, que tinha escutado essa informação vinda de um Severo Snape muito atônito, que se apressara para ajudar Draco naquela fatídica noite. — Vai ajudar com as cicatrizes, eu não me lembro nome, mas talvez a senhora...

— Sim, Potter, eu sei de que planta está falando. A profa. Sprout irá me  ajudar no tratamento a partir de agora. E supondo que o senhor já fez o que pode... — madame Pomfrey cobriu Luna ate ô abdomen com um lençol branco, enquanto dizia: — ...acho que é melhor ir para o salão comunal de sua casa. Pode tranquilizar seus colegas, contar que está tudo bem com a Srta. Lovegood.

— Certo — respondeu o grifinório, olhando, timidamente para os professores e para a amiga, e depois se retirando da sala.

Harry fechou as portas atrás de si, e começou a caminhar, não em direção ao salão comunal da Grifinória, e sim até o corujal, onde o namorado o esperava; mais determinado do que nunca, a encontrar quem quer que estivesse fazendo aquilo.

Harry Potter e o beijo das sombras | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora