Capítulo 12 ~ O jogo interrompido

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Harry tinha passado um bom tempo pensando na previsão da professora Trelawney, mas já não tinha mais esse pensamento na cabeça. Como era de se esperar ela estava errada já que ele estava nesse momento no meio do jogo. Os dois times estavam bem e o jogo estava empatado em 130 pontos.

Harry já tinha ficado lado a lado com Draco uma seis vezes na partida, mas só em três delas eles estavam realmente perseguindo o pomo, nas outras três Draco simplesmente tinha se aproximado sem nenhum motivo aparente.

Já tinha se passado uns dez minutos desde que Harry tinha visto o pomo pela ultima vez, e tudo que tinha conseguido até agora fora dois arranhões de uma manobra que fez e uma coceira constante no nariz ocasionado pelo forte cheiro da colônia amadeirada de Draco.

Harry já tinha disputado inúmeras partidas com o ex-rival e tinha certeza que nunca tinha visto o loiro usar tanto perfume em um jogo. Ele conhecia o aroma de outras ocasiões mas definitivamente nunca tinha sentido antes em um jogo de quadribol.

Ele quase caiu da vassoura quando tirou a mão do cabo para coçar o nariz e um balaço passou com toda velocidade ao seu lado, desequilibrando-o.

Mais dez minutos se passaram e nada do pomo reaparecer, muitos alunos estavam começando a ficar cansados com a demora da partida, e Harry sentiu a necessidade de animá-los. Então guiou sua vassoura para o alto e seguiu na vertical a toda velocidade, fazendo todos — inclusive Draco — acreditarem que ele tinha visto o pomo. 

Todos começaram a se animar com "a aparição" da bolinha alada, então Harry continuou subindo. Draco em seu encalço. Os dois já tinha subido tanto que a torcida abaixo parecia uma aglomeração de formigas.

Então Harry freou e começou a descer.

— Porque você está me evitando, cicatriz? — perguntou Draco enquanto os dois desciam suavemente de volta ao jogo. — Por acaso está achando que vou te agarrar ou coisa do tipo? Só quero deixar claro que aquele beijo que aconteceu não foi forçado, você também me beijou de volta.

— Pode por favor esquecer aquele beijo, Malfoy? Finja que não aconteceu.

— Mas aconteceu, Harry. Aconteceu e se eu pudes...

As palavras de Draco foram interrompidas por um balaço que atingiu em cheio o cabo de sua vassoura, fazendo-o perder o equilibro e cair.

Todos nas arquibancadas esbugalharam os olhos e soltaram suspiros de preocupação.

Harry apontou sua vassoura para o chão e começou a descer com toda a velocidade que o artefato conseguia atingir, tentando acompanhar o loiro em queda livre.

Só quando estavam a menos de 20 metros do chão foi que Harry conseguiu ficar páreo a páreo com o colega, mas já não havia muito o que se fazer. O grifinório simplesmente pulou da sua vassoura e agarrou o sonserino no ar, os dois caíram na terra seca, ambos vivos e sem machucados; Graças ao ato de Harry a queda tinha sido amortecida.

A torcida suspirou aliviada; Harry estava prestes a voltar ao jogo quando um silencio assustador tomou conta da arena.

O garoto olhou ao redor e viu que todas as pessoas — inclusive os jogadores, que tinham parado a partida, — estavam olhando para céu.

Quando seguiu o olhar de todos Harry entendeu completamente o motivo do silêncio e finalmente percebeu que a professora Trelawney poderia estar certa.

O jogo não ia continuar, não naquele dia; não quando a arena estava sendo invadida por centenas de dementadores.

Harry Potter e o beijo das sombras | DRARRYOnde histórias criam vida. Descubra agora