Living In The Hell • Twd

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   Depois de praticamente dar uma volta inteira na floresta, consegui encontrar o caminho de volta e percebi o quão triste Jeff estava, ele ainda não tinha falado nada, desde que deixamos o corpo de Simon para trás, estava começando a me irritar com o sangue já seco em meu corpo.

   O céu já estava escuro quando voltamos para a estrada e percebi que estávamos a alguns metros de distância de onde nosso grupo estava, estava com minha faca em mãos sempre atenta ao meu redor, vi alguns errantes vindo em nossa direção e cutuquei Jeff fazendo-o encará-los com raiva.

- Essa dor vai passar. - comentei lembrando da minha primeira semana sozinha - Ela começa a ser suportável, você nunca vai esquecer o que ele fez por você.

- Você não sabe o que eu estou sentindo. - falou e eu parei na frente dele fazendo-o me olhar.

- Eu sei muito bem como você está se sentindo! - falei apontando o dedo para ele - A minha mãe foi mordida tentando me salvar e diferente de você eu não tive escolha, ela me obrigou à matá-la!

- Precisamos continuar andando, eles estão vindo. - falou olhando para trás de mim.

- Você vai me ouvir! - falei fazendo-o me olhar - Não adianta ficar com raiva, você pode ficar magoado, triste, mas não com raiva!

- Eles estão se aproximando. - falou e eu peguei minha besta.

- Foda-se se estão se aproximando! - me virei e acertei dois errantes de uma vez - Raiva te cega, você só pensa em querer vingar a morte dele, mas de quem você vai se vingar, de mortos-vivos?

- Precisamos ir. - falou.

- Cala a boca que eu não terminei! - elevei a voz e acertei outros dois errantes - Eu não vou poder cumprir minha promessa de te deixar vivo, se você continuar sentindo essa raiva, colocará o meu grupo, a minha família em perigo e eu mesma irei te matar!

   O encarei séria e consegui ver o medo em seus olhos, fui até os quatro errantes caídos no chão e peguei minhas flechas, abri dois deles e comecei a passar seu sangue em meu rosto, blusa e braços, Jeff fez o mesmo me imitando e então começamos a andar passando pelo pequeno grupo de errantes.

- O que houve com vocês? - ouvi a voz da Maggie quando nos aproximamos.

- Perdemos nossa caça. - falei e percebi o olhar do Rick em cima de nós - Perdemos Simon também.

- Peguei as armas que estavam com ele e qualquer coisa que fosse servir para algo. - Jeff jogou a mochila do Simon no chão e foi se sentar longe do grupo.

- O que houve? - Sasha perguntou.

   Depois de tudo aquilo que eu falei pra ele, lembrei de quando essa merda começou e minha mãe precisou se virar sozinha pra proteger nós duas, de quando ela foi mordida enquanto tentava me colocar de um armário e de toda a merda que veio depois que a matei, senti as lágrimas caírem e lembrei da pequena Cindy e de Simon.

   Carl se aproximou me abraçando e deixei minha besta cair enquanto o puxava para mais perto tentado controlar meu choro, Glenn se aproximou passado a mão em minha cabeça e quando me soltei dele abracei meus próprios braços, vi que Daryl me olhava preocupado e não consegui fazer nada, à não ser chorar mais.

   Vi que minhas pequenas já dormiam e peguei minha besta indo para perto delas ignorando os olhares em cima de mim, cada um foi para seu canto e se ajeitaram, Rick ficou no meio como se estivesse de guarda e Daryl em pé perto de onde Carol estava deitada, ver o carinho dele com ela, me deixava triste, ele tinha que ter sido assim com a minha mãe, mas ele a abandonou.

   Quando todos já dormiam, tirando Rick e Daryl que continuavam acordados fazendo alguma coisa irrelevante, eu peguei minha besta colocando-a ao meu lado e me levantei fazendo Daryl me olhar mais uma vez, já que qualquer movimento que eu fazia, ele me olhava, eu podia apenas levantar o dedo, mas ele estava lá, me olhando.

- Já voltamos. - falou para Rick que o olhou e veio em minha direção - Precisamos conversar.

- Estou bem aqui. - falei baixo para não acordar ninguém.

- Eu quero que você me escute. - falou e passou por mim me fazendo segui-lo.

   Depois de uns quinze passos ou mais, ele parou me fazendo parar em sua frente de costas para o nosso grupo e procurou algo em seus bolso, vi um papel cair e ele logo o pegou guardando o mesmo no bolso e balançou uma correntinha me fazendo examiná-la, até que peguei a mesma de sua mão, por ser a minha correntinha.

- Isso é meu, onde achou? - perguntei enquanto olhava para ela, fazia tanto tempo que não via aquela correntinha - Pensei que tivesse a perdido pra sempre.

- Estava com um daqueles homens. - falou e eu o olhei.

- Como soube que era minha? - perguntei.

- Eu que dei para sua mãe quando ela me contou que estava grávida de você. - falou olhando para a correntinha - Eu nunca tive dinheiro, mas quando ela me falou que estava esperando um filho meu, juntei os trocados e comprei essa correntinha.

- Ela deu pra mim quando fiz dez anos. - falei voltando a olhar para a correntinha em minhas mãos e ignorei a vontade de chorar - Eu sinto tanta falta dela.

- Ela sempre vai estar com você. - falou e eu o olhei - Não importa o que tenha acontecido, ela te amava.

- Eu também a amava. - falei e ele se aproximou.

- Você pode não me perdoar por tê-las abandonado, mas eu não podia colocá-las em perigo. - falou me olhando e vi seus olhos azuis como os meus - Eu também senti falta de vocês, e quando você falou para Michonne que sua mãe não tinha conseguido, eu fiquei mal, se não tivesse fugido, ela poderia estar viva.

- Não adianta se arrepender agora. - falei e ele começou a balançar a cabeça.

- Aquele menino ia embora com suas meninas, é você foi atrás dele. - falou - Eu poderia ter voltado, ido atrás.

- Mas não voltou. - falei apertando a correntinha em minha mão - Você agora tem a Carol, se preocupe com ela.

- Você é minha filha! - falou - Eu vou me preocupar com você.

- Mas não precisa. - falei e me virei para voltar pro meu lugar.

- Posso colocá-la pra você? - perguntou.

- Por favor. - lhe entreguei a correntinha e levantei o rabo de cavalo sentindo-o colocá-la em meu pescoço - Obrigada.

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Amores, estou pensando seriamente em deletar a história.