Psiquiatria

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Adrian
   Uma vez acomodados na sala do médico da instituição,
este nos falou:

   .– Chamei-os aqui fora do horário de visitas porque
descobrimos algo em Sabrina que achamos por bem informar-lhes sem demora. Mas antes que pensem no pior, deixe-me dizer que a filha de vocês já está sendo medicada e o que aconteceu é normal.

   – Fale de uma vez Doutor. O que aconteceu com Sabrina? – perguntei, angustiado.

   – Sabrina apresentou fortes dores de cabeça. Fizemos uma ressonância e percebemos que é devido à pancada que levou no último acidente. Criou algo que chamamos de hematoma subdural, que nada mais é do que um acúmulo de sangue sob o crânio. Como eu já disse, está sendo medicada e passa bem.

   – Mas faz mais de mês que o acidente ocorreu. Por que só agora descobriram isto? – perguntou Steffani, incrédula.

   – Traumas cranianos deste tipo podem apresentar complicações tardias; em muitos casos, os sintomas aparecem até mesmo depois de noventa dias do acidente.

   – Qual a gravidade deste hematoma? – perguntei.

   – Nenhuma. Ela já está recebendo o tratamento adequado e, em pouco tempo o problema desaparecerá.
Mas tem outra coisa que e eu gostaria que vocês soubessem.

   – Diga – preparando-me para ouvir outras más notícias.

   – O hematoma subdural, como já disse, é um acúmulo de sangue sob o crânio que pode comprimir o cérebro. Ele é conhecido por ser um grande causador de delírios. Desta forma, é bem provável que seja ele o causador das ilusões que sua filha vem sofrendo, e não o resultado do uso de drogas...

   – Quer dizer que no fim da história isto é uma boa notícia? – interrompi.

   – Sim. Uma vez medicada e o coágulo eliminado, ela estará bem. Digo ainda que, apesar dos incidentes, Sabrina está respondendo muito bem ao tratamento de recuperação.
Fiquem tranquilos. Como disse desde o início, chamei-os
aqui apenas para informá-los.

   Despedi-me efusivamente com um largo sorriso no rosto, feliz com a notícia de que este pesadelo finalmente estivesse findando.

   Abracei Steffani em seguida com o mesmo entusiasmo.

   Após sairmos de sua sala, seguimos ao encontro de nossa filha para lhe informar as boas notícias.

Sabrina
   Meu estômago estava um lixo. Ao invés de acabar com as drogas, cada vez me enfiavam mais. Estava cansada de tomar tantos medicamentos mas, pelo menos, a dor de cabeça diminuíra, e por sentir-me melhor, resolvi continuar com as investigações.

   Levantei-me da cama e parei na soleira da porta do quarto. O corredor principal estava vazio. A plantonista deveria estar no banheiro, pensei.

   Sentindo a passagem livre, caminhei rapidamente até o
corredor que levava à área psiquiátrica.

   Movia-me preocupada em não ser vista.

   Procurando a plantonista daquele setor, encontrei-a roncando sobre uma mesa.

   – Ótimo.

   Passei sem alertá-la, atingindo os primeiros dormitórios de pacientes. Uma vez ali, caminhei até o fundo do corredor deparando-me com uma porta forte que dava acesso às alas
dos pacientes graves. Estava fechada, mas a chave estava pendurada do lado de fora em um local de fácil acesso.

   Uma vez aberta, avancei.

O corredor era composto por pequenas saletas, nas quais várias pacientes dormiam, algumas normalmente, outras amarradas em suas camas para não se debaterem e não se machucarem.

Qual O Seu Medo ? #Marcelo PrizmicOnde histórias criam vida. Descubra agora