PARTE 17: It's The End of the World as We Know It

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It's the end of the world as we know it - and I feel fine...

Uma luz branca muito forte iluminou o lugar e, no palco, um vulto de capa preta surgiu. A iluminação voltou ao normal, mas os gritos continuavam fortes e o caos era geral.

"Silêncio, humanos", disse o vulto numa voz feminina e grave, que ecoou por todo o bairro Fullerton. Em alguns minutos, o silêncio era geral. "Idiotas como sempre. Adrian, querido, temos um acerto de contas para resolver."

"Hum... Ok? Você é...", ele respondeu.

A criatura tirou a capa preta. Assim foi possível ver uma mulher que parecia ter seus vinte e seis anos, de estatura mediana e olhos azuis. Ela usava um vestido preto, salto alto e tinha cabelos que alternavam entre cinza e roxo– é, ela não era tão assustadora assim sem o capuz –, além de uma dessas pulseiras de pescoço.

"Prazer, eu sou a morte. Mas pode me chamar de Helga, Helga Dewet!", disse com certo entusiasmo, apertando a mão do rapaz.

"Mas aquela dali não é a sua tia?", perguntou Mia à Carlos.

"É uma longa história e...", ele começou a responder, mas foi interrompido pelo comando mágico de Helga.

"Shhh... Depois você me conta, agora quero prestar atenção no que está acontecendo!", ela respondeu.

"Bom, a sua namorada Laís perturbou a ordem natural das coisas quando o trouxe de volta," continuou Helga, lá do palco. "E eu vim aqui para... Bem, levá-lo para onde você não deveria ter saído."

"Quê?", disse Adrian. "Mas agora?"

"Ué, já era pra você ter voltado pro submundo há semanas. O problema é que meu assistente idiota achou você alguém tão bacana que foi incapaz de fazer o serviço."

Com o movimento de suas mãos, a foice mágica foi se revelando em um fade no ar. Os outros assistiam com medo e sem reação, mas Laís concentrava toda sua força naquele momento e, com a rapidez de um ninja, deu um chute nas costas da morte que a fez cair no chão como uma galinha abatida.

"Ninguém mexe no Adrian," ela gritou. "E eu já assisti muito Buffy, a Caça-Vampiros para me assustar com qualquer truque de meia tigela."

Motivado pela coragem de Laís, o cérebro de Adrian começara a processar as coisas da melhor forma possível: em música. Nobody But Me, da The Human Beinz, tocava em sua cabeça naquele momento.

"É GUERRA!!!", ele gritou.

De repente, toda a banda estava agarrando uma parte da Helga ou tentando socá-la de alguma forma.

"Malditos humanos", ela dizia, mas é fato que ela estava se sentindo subestimada naquele momento. A medida que sua raiva crescia, ventos, trovões e uma repentina chuva ganhavam intensidade. Vendendores ambulantes estavam faturando a maior grana com capas de chuva descartáveis a preços superfaturados e, felizmente, a estrutura do show era coberta, de modo que o equipamento não se molharia e, consequentemente, estava tranquilo e sem danos.

"Começou a batalha do apocalipse! Jesus amado", gritava Gertrudes, vendo tudo do backstage com os artistas. Fuçou a sua bolsa atrás do terço e começar a rezar e pedir perdão pelos pecados.

"Por que diabos eu não estou utilizando minha foice nessa porra?", Helga pensou. Para ela, o combate estava ficando entediante ao extremo. Ela não estava nem tentando. "Ah, é por que não posso interferir no tempo de vida dos humanos. Malditas regras!"

1999Onde histórias criam vida. Descubra agora