Capítulo I - O Mistério Começa

74 5 0
                                    


   Eu estava dormindo tranquilamente, no sofá da sala, quando meu celular tocou. Eu despertei com o toque do aparelho que vibrava em baixo de alguns livros. Eu o peguei e levando-o ao meu ouvido, recebi um grito do outro lado da linha:

-Bom dia!- Helena atendeu animada gritando.

-Alô...- Atendi com uma voz de preguiça.

-É hoje!- Ela disse.

-É, eu sei que é hoje. Você comprou o que queria?-

-Sim! Marshmallow, saco de dormir, cobertor...- Ela ia dizendo a sua lista quando a interrompi:

-Ei, ei! Calma! Eu vejo tudo que você comprou quando eu for te buscar, ok?- Eu disse ainda deitado no sofá.

-Tudo bem, te vejo às 2:00!- Quando achei que ela ia desligar ela disse em um tom de voz sério, porém brincalhão: Se você se atrasar eu transformo tudo isso que você chama de cara em um vedadeiro bagaço! Até mais!- Ela finalmente desligou.

Então, com um sorriso, voltei a dormir já que ela tinha me ligado às 7:00 da manhã, em pleno sábado. Esse é o resutado de ter uma melhor amiga que dorme cedo.

   A tarde, eu passei na casa de Helena. Durante o caminho até o local, escutei todas as possibilidades possíveis do que fazer em um acampamento. Confesso que foi insuportável ouvir tudo aquilo, mesmo sendo a Helena. Ela era uma garota muito engraçada e sempre animada com tudo. Sempre otimista para as situações mais complicadas e sempre animando os outros.

-Finalmente, chegamos!- Ela saltou animada do carro e eu só ri do tombo que ela tomou na raiz de uma árvore.

-Cala a boca! Me ajuda a arrumar logo essa barraca!- Ela berrou e eu só ri indo ajuda-la.

   O dia inteiro foi bem divertido. Nós pescamos no lago, exploramos a floresta, pulamos de cachoeira, fizemos uma fogueira. A noite era bem fria na floresta, mais o céu era encantadoramente estrelado, com a lua que iluminava as margens do lago. Nós estávamos sentados na grama admirando as estrelas quando Helena me perguntou:

-Nick, você sabe que eu já vou me formar né?- Ela me olhou.

-Sim, no fim desse ano não é?- Respondi com oitra pergunta.

-É... e você sabe que possivelmente eu vou ter que mudar de cidade, certo?-

-Eu sei. Você disse que talvez volte para o Canadá.-

-Pois é. Acho que eu não quero mais ir pra lá.- Ela abaixou a cabeça, abraçando seus joelhos.

-Mas você não disse que queria ir e que se fosse ficaria feliz mesmo longe da sua família?-

-Disse, mas agora, eu vim pensar um pouco sobre isso. Sabe... minha vida não vai ser a mesma se eu sair de Nova York. Eu vou estar deixando minha família, colegas da faculdade e meus amigos. Daí eu penso que se não valer a pena eu vou deixar tudo que eu tenho aqui para tentar algo que pode dar errado em um outro lugar que eu não tenho ninguém.- Ela disse me olhando um pouco preocupada.

-Como assim? Logo você, uma pessoa sempre otimista para tudo, pensando dessa forma pra uma coisa tão importante assim para sua vida... não tem que se preocupar com isso, Helena. Se nada der certo, todos nós vamos estar aqui para te apoiar.- Eu disse a olhando com um sorriso, na tentativa de acalma-la.

   Ela sorriu e me abraçou dizendo:

-Obrigada, Nick. Eu nunca vou esquecer de você.- Eu retribuí o abraço, feliz com o gesto.

   No meio da noite, eu estava dormindo em um sono meio pesado, quando ela me cutucou:

-Nick! Nick!- Recebi uma cutucada nas costas.

O Mistério Da Casa No LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora