Capítulo VI - Perdida

11 1 0
                                    

  
   Eu estava conversando com a mãe de Helena na sala de estar.

-E o que o velho disse?-

-Ele disse que a alguns anos perdeu sua filha na floresta e nunca mais a achou. Já fazem muitos anos desde o ocorrido.- Eu expliquei tudo a ela e falei sobre a luva.

-Eu tenho muito medo Nick... medo que ela já esteja...-

-Ela não está, eu tenho certeza. Não se preocupe com isso, vai ficar tudo bem.- Deu um beijo na testa da senhora Gray já me levantando para ir embora

                          ***

   Minha cabeça doía. Tinha levado uma grande pancada, mais isso não era o mais importante. Eu estava amarrada em uma espécie de porão subterrâneo.
Conseguia escutar alguém chorando, mais não conseguia me desamarrar. Além das cordas eu também não podia gritar ou falar algo, minha boca estava tapada com um pano.
   Tinha sangue para todo lado. Percebi que estava machucada e cheia de cortes. Minhas roupas estavam e sujas e rasgadas. Até que um homem estranho desceu as pequenas escadas que levavam até aquele cativeiro. Ele parou na minha frente e me observou por alguns segundos. Depois ele entrou em uma porta de ferro que estava atrás de mim. O choro aumentou e outros gritos e vozes começaram a surgir no silêncio do escuro local. O que me assustava era um estranho barulho de correntes arrastando.

-Não fizemos nada!- Uma pessoa disse com uma voz assustada. Era uma voz feminina.

-Por favor, não me machuca!- Esta era um pouco mais fina e poderia ser uma criança assim como as outras que disseram:

-Tira a gente daqui!-

-Eu quero a minha mãe!-

   Eu estava escutando tudo de cabeça baixa. Eram vozes de crianças e adolescentes. Eu tinha muito medo de fazerem alguma coisa com elas. O que tinha acontecido comigo? Só me lembro de estar olhando a floresta e ser puxada para o meio da mata.
Eu estava curiosa, pensei ter visto algo, uma criança. E quando eu ia voltar para a barraca com o Nick levei uma pancada na cabeça. Era algo duro e doeu tanto que fiquei desacordada. Ele estava voltando. As vozes ficaram mais distantes e a porta se fechou completamente.
Eu fiquei paralisada até que uma outra pessoa desceu e disse:

-Ei, a caminhonete está pronta. Aliás, tenho um aviso para te dar. Cuidado, aquele tal de "Nick" está perto de encontrar você. Ele pode já suspeitar desse lugar.- Disse o outro homem.

   Não consegui olhar os rostos deles. Quem era ele e como conhecia o Nick? Isso estava estranho, mas eu resolvi tentar sair dali, seja lá onde eu estava, precisava sair imediatamente.

-Tudo bem, vou ficar de olho. Vamos subir, preciso fazer logo isso.- O cara estranho respondeu. Sua voz era grossa e ele dizia tudo em um tom seco.

   Os dois subiram e eu levantei a cabeça devagar para ver se eles já tinham ido. As cordas estavam machucando e começando a criar mais feridas. O sangue não estancava. Estava uma grande poça em frente aquela porta. As pessoas que estavam lá pareciam estar machucadas tambem. Eu pensei outra coisa: qual o motivo de só ter eu naquela sala? Aquele lugar era imundo.
   Era cheio de cordas, objetos de construção... cheguei até ver 2 ou 3 ratos circulando por entre as coisas que ficavam encostadas nas paredes cheias de limo e com uma tinta velha saindo. Eu só precisava de um plano e um tempo para sair dali. Eu levei a maioria do tempo observando aquelas coisas, tinham caixotes enormes cheios de alguma coisa que não dava para ver. Era uma coisa vermelha, não conseguia saber o que era.
   A iluminação naquele lugar era horrível, só tinha uma luz fraca na porta daquelas escadas, tornando difícil descrever se tinha mais alguma coisa por ali. Um tempo se passou e mais um homem veio. Quando ele chegou perto de mim, eu continuei intacta, como se não tivesse vida naquele momento. Ele se abaixou e ficou me encarando por uns segundos. Ele levantou minha cabeça com uma das mãos e disse: -Eu acho que essa daqui não dura nem mais uma semana.- Ele continuou me olhando. Não tive coragem de abrir os olhos ou falar nada, apenas continuei como se estivesse realmente morta. Até que o mesmo homem de antes o chamou:

-Não toque nela, idiota!- Ele disse distante.

-Nem parece que está viva.- Ele me chutou forte na coxa pra ver se eu ia me mexer.

   Eu segurei a dor. Continuei da mesma forma que tinham me colocado. O outro foi até o cara e deu um soco nele. Ele caiu no chão do meu lado.

-Quando eu mandar é para você me obedecer.- Ele foi saindo da sala e o outro se levantou o seguindo.

   Quando eles saíram da sala, eu levantei a cabeça, ainda sentindo a dor daquele chute e fiz um esforço para olhar para trás. A sala tinha 4 pilares de madeira, com somente 1 janela que provavelmente daria para o lado de fora. Desses pilares que ficavam um pouquinho afastados um do outro, eu estava no segundo em frente a porta. Eu logo pensei: "Eu acho que não vou ficar sozinha por muito tempo.".

               ___________

            NOTA DO AUTOR

   Oie! E aí, gostou? Bom, a partir desse capítulo a até um certo ponto, quem vai estar narrando é a Helena. Eu estava ocupada essa semana, por isso não postei capítulo.    _-_   Espero que tenham gostado, até mais! ;-)

O Mistério Da Casa No LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora