Capítulo VII - Esperança

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   Por dias eu esperei uma oportunidade de fugir daquela prisão. Fiquei espiando e observando os horários em que os sequestradores apareciam. De manhã eles nos davam uma comida qualquer. As vezes nem tinha comida. Eles só nos deixavam ir ao banheiro 1 vez por dia.
   Desamarravam uma por uma e nos levavam para um banheiro que ficava em outra sala, subindo as escadas. O resumo de tudo é: eles só desciam para nos dar comida. Mas a vez em que vinham só para nos ver era a noite. Só ficavam ali por uns minutos e iam embora. A todo tempo eu me perguntava qual a finalidade daquilo.
   Qual o motivo de estarmos ali. Eu não sabia. Depois de umas duas semanas eu soube que só pegavam garotas. Metade das minhas perguntas tinham sido quase respondidas. A sala em que eu estava ficou vazia por um bom tempo. Todas as garotas da outra sala ainda continuavam ali, sofrendo, como se estivessem esperando para morrer. Mas eu não ia desistir tão fácil, estava determinada a sair de lá.
   Um tempo se passou e uma das minhas preocupações era Nick. Será que ele tinha feito algo? Será que ele chamou ajuda? Será que ele está bem? Outras dúvidas começaram a surgir e eu fui ficando mais aflita e preocupada. Até que eles trouxeram outra garota. Ela usava roupas como as minhas, estava com um saco preto na cabeça e, como todas, amarrada e algemada. A colocaram no pilar do meu lado. Ela não estava desacordada, mas quando tiraram o saco, estava chorando e sangrando com um corte na cabeça.

-Amarrem bem essa daí,  ela não é como as outras!- Um dos homens disse, o que me chutou a um tempo.

   Então, a amarraram da mesma forma que eu, mas colocaram correntes e mais cordas. Achei aquilo muito estranho e resolvi não falar nada. Quando terminaram, foram conferir as outras garotas. Um dos dois homens veio até mim e me cutucou. Eu não fiz nada, só fiquei ali, parada, de olhos fechados, como se não tivesse sinal de vida. Quando faziam isso eu quase não respirava, tinha medo de fazerem alguma coisa a mais comigo. Então eles saíram e foram embora. Eu consegui escutar as portas sendo trancadas. Esperei um tempo para me mexer e olhei para a garota ao lado.

-Ei, você está bem?- Eu perguntei com uma voz falha. Eu não falava com ninguém a muito tempo e naquele momento eu fiquei sem uma resposta. Perguntei outra coisa:

-Qual é o seu nome?- Nada.

   Eu parei e pensei em algo para dizer, até que a garota murmurou alguma coisa:

-É Nina.- Ela disse com uma voz baixa.

-Nina?- Perguntei para ter certeza do que escutei.

-É.- Ela olhou para baixo por alguns momentos. -O que você sabe sobre esse lugar?- Ela me olhou com um semblante cansado e um olho roxo.

-Não sei muitas coisas. Mas posso te dizer o que sei.- Eu fui receosa em dizer aquilo, mas era a melhor opção.

-Entendi. -

   Eu respondi e contei como cheguei lá. Falei dos horários, dos homens e sobre as meninas na outra sala.

-Tudo bem, obrigada por me contar.- Ela agradeceu e em seguida eu perguntei:

-Como você chegou aqui?-

-Bom, é uma longa história...- Ela disse me olhando sem graça.

-Eu adoro histórias longas.- Eu sorri tentando começar um clima um pouco alegre. Mas quando ela ia começar a contar, escutamos um barulho vindo da porta onde as meninas estavam presas.

   Eu me virei com dificuldade para ver o que era e percebi que alguém estava batendo na porta, como se estivesse tentando chamar atenção. Os homens abriram a porta de saída e desceram as escadas para ver o que estava acontecendo. Nina olhou para mim e fingiu estar desmaiada. Eu entendi e fiz a mesma coisa. Os homens abriram a porta de ferro fazendo um barulho estridente. Neste momento tudo ficou quieto, até que alguém disse:

O Mistério Da Casa No LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora