Capítulo XI - Determinação

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-Preocupada com algo?- Nina disse interrompendo meus pensamentos e se sentando ao meu lado.

-Mais ou menos. Estava refletindo sobre algumas coisas que fiz.- Eu disse observando a cachoeira.
  
-Entendo...- Ela encerrou, dando lugar a um silêncio um pouco constrangedor.

   Depois de um tempo, as meninas chegaram mais perto de nós. A garotinha que estava machucada tinha até melhorado um pouco, estava andando normalmente e segurando na mão da mesma adolescente de antes. Tinham localizado o Lago, e, como eu pensava, era aquela direção. Eu levantei e disse:

-Vamos indo, é uma caminhada de 2 horas até a estrada.- Então, fomos andando até o Lago.

   Levaram algumas horas até avistarmos a misteriosa casa no Lago. Já na estrada, enquanto esperávamos algum carro passar, Nina me perguntou:

-Helena, todo esse sangue aí é seu?- Ela disse com uma cara de preocupada.

-Mais ou menos...-

-O que aconteceu com você?- Ela perguntou me olhando curiosa.

-É que... eu fui passar pela janela e me cortei com o vidro.- Eu nem tinha fugido pela janela. O que fez parecer que era verdade foram alguns cortes de quando eu estava sendo levada até o porão e de quando pulei do andar de cima da casa. Alguns dos cortes estavam finalmente se fechando, mas ainda não tinham cicatrizado totalmente.

-Ah, entendi...- Ela pareceu desconfiar um pouco.

   Todas ficaram esperarando um carro passar. Isso levou várias horas. Quando o dia estava amanhecendo, todas as garotas estavam dormindo. Eu era a única acordada. Nina estava dormindo junto com as outras perto da estrada. Enquanto ainda era noite, nenhum carro passou por ali.
   Pela manhã também não havia movimento, então eu fui até o lago. Eu não sei o que tanto me chamava ali. Aquele lugar era assustador, mas mesmo não sabendo a história da casa ou do próprio Lago, eu gostava de observar aquela paisagem macabra. Isso era um pouco estranho, mas eu acabei gostando de observar. Até que escutei um estranho barulho vindo da floresta.
   Estava sentada perto da margem quando eu saquei a faca. Me levantei e me aproximei devagar dos arbustos. No mesmo instante, um homem saiu do meio das árvores e dos arbustos. Eu apontei rapidamente a faca em sua direção. Ele ainda não tinha me visto. Segurava uma arma e percebi que era ele. O mesmo que me pegou.
   Tinha um tipo de medalhão que ainda não havia reparado. Eu pensei em dizer algo, mas sua fisionomia, mesmo coberta, tinha algo a esconder. Poderia ser algo bom ou ruim. Eu precisava daquela informação, mas eu não podia matar ele sem ao menos fazer algum contato.
O que eu fiz foi arriscado, mas eu realmente precisei. Ele parecia estar procurando por alguém. Então, eu me aproximei mais dele. Quando me notou logo perguntou:

-Finalmente encontrei você! O que está fazendo aqui? E onde estão as outras?- Ele me olhou seriamente ainda de longe.

-Elas fugiram. Não estão mais nessa região.- Eu menti.

-Está mentindo! Se elas foram embora, você não deveria ter ido junto? - Ele adivinhou sem saber que estava certo.

-Você acha que eu estou mentindo, certo? Então eu vou provar que não é mentira.- O que eu fiz realmente foi loucura. Mas eu sabia muito bem o que estava fazendo. Eu tinha um plano.

-Como vai provar?-

-Simples, venha até aqui, me prenda e me leve de volta para o porão.-

-O que? Te levar de volta? Mas porquê?-

-Se eu estivesse com alguém, nesse mesmo momento teriam me impedido de ir com você. Mas, como vê, ninguém se pronunciou e nem apareceu.-

-Que garota esperta...- Ele pareceu sorrir cinicamente e veio andando até mim, saindo dos arbustos da floresta.

O Mistério Da Casa No LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora