Capítulo XVIII - A Fábrica Pt. 2

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   Depois de passar pelos corredores, eu e as meninas saímos em um lugar estranho, parecia uma sala, mas, diferente da anterior, essa não havia outras portas. Tudo ainda estava muito escuro, aquele lugar parecia ser imenso.

-Ei, vocês ouviram isso?- Nina disse bem baixo e todos ficamos quietos para escutar o que era.

-São passos...- Disse Helena, apontando a lanterna para o teto de metal.

-Então podemos supor que há um segundo andar?- Eu disse susurrando.

-Provavelmente esse é o primeiro. Não sabemos se tem mais coisa para baixo.- Nina olho para o chão.

-Eu acho melhor parar por aqui, pode ser perigoso, não sabemos com quem estamos lidando...- Eu olhei para elas, receoso de que algo poderia acontecer.

-Nós viemos até aqui, vamos continuar.- Helena disse já andando na frente.

   Não queria ser um bebê chorão ali, muito menos covarde, então, eu continuei. A maioria das pessoas nem teria passado dos portões da fábrica, mas nós entramos nela. Aquilo era muito novo para mim, mas eu ia me esforçar para fazer o meu melhor. Mesmo que eu precisasse tomar um tiro ou matar alguém.

-Nina, tem uma aranha no seu cabelo.- Helena avisou à garota, que de imediato dru uma crise gritos internos.

-Saiu?!- Ela perguntou desesperada.

-Eu acho que sim.- Eu falei sabendo que era uma brincadeira de Helena. Ela adorava fazer isso quando sabia que o clima ficava tenso.

-Tem uma bifurcação à nossa frente.- Eu avisei.

   O caminho se separava em três, para esquerda, direita e frente.

-Nós vamos nos separar?- Nina perguntou.

-Acho melhor não. Você é a única aqui que sabe atirar e tem uma arma. O Nick tem experiência em luta. É melhor escolhermos um e irmos todos juntos, se nos separarmos pode ser uma armadilha.- Helena disse já arquitetando um plano. -Vocês querem ir para que direção primeiro?-

-Eu acho que a esquerda é a a mais provável de não ter nada de interessante.- Nina disse.

-È, vamos primeiro pela esquerda.- Eu disse concordando com Nina.

-Ok, então depois a gente vai pela direita e por fim pela frente. Não façam barulho, parece ser um lugar com eco.- Ela seguiu o caminho e nós fomos atrás.

   O corredor era um pouco longo, mas ao fim dele havia somente uma porta. Nós nos olhamos e tentamos abri-la, mas estava trancada. Arrombar seria arriscado, pois até mesmo os nossos passos faziam ecos no estreito lugar. Nós voltamos para a bifurcação e dessa vez fomos para a direita. No fim do corredor havia uma escada, mas que dessa vez levava para cima. Não eram longas como a anterior, mas eram de fácil acesso. Subimos até chegar numa área espaçosa, com uma vista de cima para toda uma aparelhagem velha e empoeirada. Estávamos numa espécie de piso de metal, observando de cima. Tudo estava iluminado, mas não havia ninguém andando por ali. Tudo estava calmo.

-Ok, luzes acesas, pessoas aqui, sinal de ir embora.- Nina já ia voltando a descer as escadas.

-Ei, volta aqui!- Helena falou em um sussurro alto.

-O que vocês estão fazendo aí?- Uma voz bradou em baixo de nós.

   Por um segundo, todos ficamos paralisados, esperando somente uma outra fala, todos suando frio e esperando o pior quando um homem disse:

-Nada, chefe.- Ficamos aliviados porém com medo de uma descoberta eminente, então voltamos para as escadas e ficamos esperando para que acontecesse algo.

O Mistério Da Casa No LagoOnde histórias criam vida. Descubra agora