CAPÍTULO 11

28 2 0
                                    

Fiquei uma semana sem falar com o Thiago. Não tive mais coragem de olhar na cara dele depois do que aconteceu.

A Vivian tinha percebido que eu estava diferente. Toda vez que ela perguntava se alguma coisa tinha acontecido comigo, eu dizia que era canseira porque estava ajudando a minha mãe com a mudança da escola (Sendo que terminamos de arrumar a dois dias). Sei que ela não acreditava, mas depois ela parou de perguntar.

Meus pais não perceberam nada diferente em mim. Que bom. Não ia aguentar eles preocupados comigo, e depois ficarem querendo me levar ao psicólogo ou ao terapeuta.

A última coisa que eu preciso é de terapia. Não ia conseguir aguentar aquela tortura. Ia preferir ficar trancada no quarto, do que isso.

Quinze dias depois, meus pais disseram que irão precisar viajar para Goiânia, onde mora os meus avós. Parece que meu avô não está muito bem, e precisam dele.

Minha mãe disse que sente muito por ter que me deixar sozinha em casa. Mas eu já fiquei em casa sozinha antes. Duas semanas não será um sacrifício.

"Você pode trazer a Vivian para cá se quiser", disse minha mãe enquanto preparávamos a mesa do jantar. "Mas sem fazerem bagunça e darem problemas aos vizinhos".

"Tudo bem mãe, não se preocupe".

Infelizmente, a Vivian não vai poder vim para a minha casa esses dias, porque o irmão dela tá doente (Tá todo mundo ficando doente esses dias, Meu Deus).

Quando estava faltando dois dias para os meus pais irem viajar, o Thiago apareceu na minha casa quando estaca indo para a escola.

"Oi", ele disse sem jeito. "Será que posso te acompanhar até a escola?"

"Claro", disse enquanto saia de casa. Vocês devem está se perguntando: Você não estava com medo de ele ver as cicatrizes?

Sim, estava. Mas eu percebi na noite passada que não podia dar um gelo nele para sempre.

"Então, percebi que você está meio distante esses dias", falou enquanto estávamos chegando na escola. "Aconteceu alguma coisa?".

Sim, não quero que você descubra o meu passado, pensei.

"Nada demais, eu pareci distante?", menti na cara de pau.

"Um pouco. Parecia que você queria ficar longe de mim", ele suspirou e olhou para mim. "Eu fiz alguma coisa?"

Não consegui parar de encarar aqueles lindos olhos. Parecia que estava sendo hipnotizada. Porque ele tinha que ser tão lindo.

"Não, você não fez nada. Eu que tô tendo algumas coisas em casa", disse mostrando que estava tudo bem. "Desculpe, se eu te preocupei".

"Tudo bem, eu só vi errado então", e a conversa terminou por aqui.

Ufaaaaaaaa. Me livrei dessa.

Só que vocês acham que parou por aqui. Depois que passamos pelo portão juntos, percebi que a Gilda estava nos encarando. Na verdade, parecia que ela queria voar no meu pescoço.

Ótimo, meu dia não podia piorar.

Marcas de SerenaOnde histórias criam vida. Descubra agora