CAPÍTULO 24

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P.O.V Thiago

Quando concordei em fazer essa viagem com Serena, não pensei que nós chegaríamos no bairro dela, e ela chamaria um cara que eu mal conheço de "Fofo". Pra mim não pareceu que eles eram amigos.

Andamos alguns quarteirões, até chegarmos a um caminho de terra. A trilha estava escondida entre as árvores e os arbustos.

"Vem, Thiago. Não tem perigo nenhum. Eu venho aqui desde criança", disse Serena me chamando.

Estava meio relutante no começo, mas depois que ela me chamou, não poderia amarelar agora que chegamos até aqui.

Andamos por quase 15 minutos, e nada de chegarmos. Eu já estava sentindo meus pulmões  querendo sair pela minha boca. Serena também estava exausta, e podia apostar que ela iria desmaiar daqui a pouco.

"Nossa, aqui continua quente", falou Serena limpando o suor.

"Tentamos abrir um pouco o caminho ontem, mas não deu tempo", respondeu a amiga dela, Biatriz.

"Esta tudo bem", falei sem pensar.

Cláudio se virou para me olhar. Ele me encarou por alguns segundos antes de virar o rosto. Quem esse cara pensa que é? Ele está começando a me deixar nervoso. Se ele pensar em aprontar alguma coisa, eu vou...

"Chegamos", anunciou Bianca.

A "cabana" era na verdade uma casinha do tamanho de um quarto, feito de tijolos. Eu achava que era uma cabaninha de madeira.

Para com isso, Thiago. por que eles moram em uma cidade menor que a sua, não quer dizer que eles sejam piores do que você. A sua história também não é boa, uma voz falou na minha cabeça fazendo eu balançar a cabeça.

"Quantas lembranças da infância", sussurrou Serena.

Entramos na casinha e por incrível que pareça, ela era bem fresquinha para onde estávamos. O chão não tinha piso, mas pelo menos tinha luz e banheiro.

"Olha gente, valeu por terem trazido a gente aqui", Serena agradeceu, "É obrigada também por ter deixado a gente ficar aqui, Carlos".

"Que é isso, Serê", ele parecia com vergonha, "Eu faria para qualquer amigo meu".

"Nós bem que queríamos ficar para conversar, mas se nossos pais descobrirem que faltamos aula hoje estamos fritos", disse Bia se despedindo da gente.

"Ok, a gente se ver amanhã", Serena se despediu.

Depois que eles foram embora, Serena fechou a porta e abriu as janelas. Sem olhar para mim, ela falou:

"Desculpe".

"Pelo quer?", perguntei confuso.

"É que depois que reencontrei os meus amigos, eu sem querer te deixei isolado do grupo", ela se virou para mim e olhou no fundo dos meus olhos. Dava para ver que ela estava se sentindo culpada. "Eu devia ter te dado mais atenção, sinto muito mesmo. Esse é um defeito que eu tenho que consertar".

Meu Deus. Por que o Senhor não me apresentou a ela antes? Por que deixou eu conhece-la só agora?

"Esta tudo bem", disse indo na sua direção e parando na frente dela. "Você reencontrou pessoas que ama, e o que eu mais quero é ver você feliz. Eu adoro te ver sorrindo".

Na mesma hora, ela ficou vermelha de vergonha. Desviou seus olhos do meu rosto rapidamente.

"É melhor nós arrumarmos as coisas", ela falou bem baixinho.

"Tudo bem", falei indo para a minha mochila.

Arrumamos nossas coisas e fui tomar banho primeiro. Depois desse dia corrido, nada como um banho para relaxar.

Marcas de SerenaOnde histórias criam vida. Descubra agora