CAPÍTULO 16

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Depois que cheguei em casa, me tranquei no meu quarto e liguei para a Biatriz. Queria saber se era uma boa idéia eu levar ele para aquele lugar.

"Se eu fosse você, eu iria para cá sim", ela respondeu confiante, "O problema é que você irá relembrar tudo o que passou naquele lugar, Serena".

"Eu sei disso, mas é que ele quer tanto saber", falei com o rosto vermelho.

"Uhum Serena", eu conheço essa voz que ela faz. Essa não, "Por acaso, você está gostando dele?".

"Não, claro que não sua doida", respondi agitada, "Ele é só um amigo meu".

Um amigo lindo, inteligente, popular, engraçado, e muito curioso. Epa. O que você está pensando Serena? Se seus pais souberem disso.

"Sei, te conheço desde o jardim. Não vem que não tem".

"Para de me provocar".

"Ok, ok. Mas se vocês vierem mesmo para cá, aonde vocês vão ficar?".

Droga. Eu ainda não tinha pensado nisso.

"Vocês não podem ficar na sua antiga casa, porque já tem gente morando lá. E aqui em casa também não, porque a mamãe vai ligar para os seus pais para saberem da verdade".

"E agora, o que eu faço?".

Tinha que haver um lugar para nos podermos ficar sem que ninguém desconfie que estamos lá. Depois de algum tempo, eu me lembrei de uma coisa.

"Bia, vem cá. O Cláudio ainda tem aquela cabana que nos sempre íamos brincar de se esconder?", meu dedos estavam cruzados para que ele ainda estivesse aquele negócio.

"Olha eu não sei. Faz tanto tempo que não vamos lá. Por que não liga para ele?".

"Ok, vou fazer isso agora".

Me despedi da Biatriz e disquei para o Cláudio. Duas chamadas depois ele atendeu.

"Fala minha, Bela", ele atendeu animado.

"Oi, Cláudio", falou rindo. Desde que nos conhecemos na segunda série, ele me chama de Bela da 'A Bela e a Fera' por causa de ela ser minha princesa favorita e sermos um pouco parecidas. "Vem cá, eu preciso de um favor enorme seu".

"Pode pedir", ele respondeu como um cachorro obediente. Foi sempre assim, é só é sou pedir alguma coisa que ele faz na hora. Qualquer coisa.

Expliquei para ele a história toda. Quando terminei ele ficou tão quieto que eu achei que ele tinha desligado. Minutos depois eu ouvir ele sussurrando alguma coisa, que não entendi.

"Você tem certeza disso, Serena?", ele perguntou calmamente, "Sabe como você fica quando se lembra daquele dia. Leva um tempão para você voltar ao normal".

"Eu sei, Cláudio. Mas eu prometo que eu vou consegui", pedi implorando, "É também, não é você que fica pedindo para eu superar esse meu trauma? Então?".

"Não sei não".

"Por favor, Claudinho. Pela sua amiguinha que está precisada", comecei a fazer a voz de criança para ele amolecer, "Pensei que você fosse o meu amigão".

"Isso é golpe sujo".

"Por favor".

"Por favor".

"Por favor".

"Por favor".

"Por favor".

"Por...".

"Ai, tá bom. Podem usar a cabana. Mas para com isso".

"Brigada, Cláudio . Você é um amigão".

"Sei, sei. Mas olha, não quero saber de pegação lá não, viu?".

"Tá bom, papai", e desliguei.

Pronto, uma parte estava pronta. Agora é só contar para ele.

Marcas de SerenaOnde histórias criam vida. Descubra agora