CAPÍTULO 32

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Acordei no dia seguinte com o sol no rosto. Eu não queria sair da cama. Sabe quando bate aquela preguiça gostosa quando acorda? Parecia que a cama era um imã que estava me puxando.

Abri meus olhos e percebi que estava sozinha na cama. Quando me sentei, percebi que estava sem roupa. Então não foi um sonho? Aconteceu de verdade?

Cobri minha boca com a minha mão, ainda sentindo os beijos do Thiago. Não dava para acreditar que chegamos a esse ponto.

Olhei ao redor e não encontrei o Thiago. Cadê ele?

Escutei o barulho da fogueira crepitando do lado de fora da cabana. Provavelmente o Thiago estava lá fora. Peguei minhas coisas e fui correndo para o banheiro.

Sei que não devia ter vergonha de mostrar o meu corpo para ele depois da noite passada, mas eu ainda ia ficar muito vermelha se ele me visse toda bagunçada.

Tomei um banho relaxante para aliviar as dores do corpo. Nunca conseguirei me acostumar a sacos de dormir. Meu pescoço sempre ficam duros e doloridos.

Coloquei uma bermuda jeans, e uma camisa branca. Penteei meus cabelos e fiz um rabo de cavalo. Maquiagem nem pensar.

Saí da cabana e encontrei o Thiago pegando lenha para a fogueira.

"Acordou cedo?", perguntei assustando ele. Quase que ele deixa cair as lenhas no chão.

"Que nada, acabei de acordar agora", colocou a madeira no chão e me deu um beijo na boca. "Bom dia".

"Olha, vou começar a gostar desse jeito de me receber", falei colocando os braços ao redor de seu pescoço. "Bom dia para você também".

"Sair um tempinho para comprar pão para o café da manhã. Não podemos comer hambúrguer o tempo todo".

Olhei para o chão e vi que ele tinha pegado as frutas que eu trouxe e comprou mais algumas, também tinham cinco pães quentinhos, biscoitos que ele também comprou e na fogueira eu sentia o cheiro de café na panelinha que eu trouxe.

"Nossa, não conhecia esse seu lado prendado", falei enquanto ele me servia de café.

"Precisei aprender algumas coisas desde que meu pai se casou de novo", respondeu enquanto tomava um gole do seu café e eu comia um pão. "A minha madrasta não cuidava de mim".

"Eu sei cozinhar só algumas coisas", falei depois de tomar o café todo. "Acho que não seria uma boa dona de casa".

"Uma boa 'Romero'?", perguntou antes de morder uma maçã.

"Uma o que?"

"Romero. Esse é meu sobrenome", ele falou sorrindo. "Meu nome completo é Thiago Farias Romero"

"Vem cá, por que perguntou se eu podia ser uma Romero?", perguntei brincando.

"Sei lá, ele fica bem em você", e me deu um beijo na testa. "É o seu? Você ainda não me contou o seu nome conpleto".

"Serena Keelie Martines", falei sem jeito.

"Bonito, combina com você".

"Valeu", terminamos o café da manhã e arrumamos as nossas coisas. No dia seguinte nos iríamos voltar para casa bem cedinho.

"O Cláudio chamou a gente para uma festinha pequena na casa dele, e quer que a gente vá. Você topa?".

"Claro", ele falou de um jeito estranho, como se quisesse me contar alguma coisa.

Deixei isso de lado e continuamos arrumando as nossas coisas.

*****

P.O.V THIAGO

Depois que arrumamos as coisas, fomos para a casa do amigo da Serena. O problema é que eu não fui com a cara dele.

Estávamos andando de mãos dadas, se divertindo e rindo muito. Serena não parava de saltitar quase todo o caminho. Quem iria imaginar que essa pessoa alegre, sorridente, sofreu nas mãos de monstros.

Agarrei ela pela cintura e a beijei com voracidade. Uma coisa é certa, nunca irei me enjoar dos beijos dela.

"Posso te perguntar uma coisa?", falou sem ar depois que a soltei.

"Claro. O que quer saber?", peguei sua mão e recomeçamos a caminhar.

"Quando eu falei sobre a gente ir para a casa do Cláudio, você ficou calado de repente", ela olhou nos meus olhos curiosa. "Algum problema?"

"Nada demais", tentei fingir que nada aconteceu.

"Thiago", ela parou na minha frente. "O que foi?".

"Se eu contar você não vai gostar", disse recuando.

"Conta logo", ela parecia com raiva.

"Ok", respirei fundo e falei de uma vez. "Eu não gosto do Cláudio. Pronto, falei".

"Mas por que?", ela parecia assustada.

"Não sei, eu acho que o jeito que ele olha para você. De como você ficou feliz quando se reencontraram chamando ele de fofo e você de linda", falei virando a cabeça.

Eu iria imaginar qualquer reação dela. Mas não esperava ver ela se dobrando de rir. Como assim?

"Ai Thiago, sério mesmo que você pensou isso?", ela envolveu os braços no meu pescoço. "O Cláudio e como um irmão para mim, nós dois crescemos juntos e sempre nos chamamos desse jeito", ela se aproximou do meu ouvido e sussurrou. "Além do mais, ele não faz o meu tipo. Ele não faz o tipo de nenhuma garota".

"Perai... Você quer dizer que ele é...".

"Gay?", ela falou como se não fosse nada demais. "Pra falar a verdade, ele me mandou uma mensagem, e ele falou que você era bonitinho".

"Ok, né", não sabia como reagir a essa surpresa. "Me desculpe então, minha guerreira".

Seus lábios foram até a minha bochecha, me deixando vermelho.

"Vou ter que me acostumar a ser chamada assim".

Depois disso, voltamos andar.

******************************
Kkkkkkkk, quem mais se divertiu com a reação do Thiago. Tadinho, ele estava sofrendo.
Esse foi o penúltimo capítulo pessoal, o último eu vou postar essa semana junto com os agradecimentos.
Até o ÚLTIMO capítulo.
BJS.

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