Acordei com o despertador tocando no meu ouvido. Minha crise de ansiedade tinha passado, mas eu ainda estava com medo de acontecer de novo.
Levanto da cama e tomo um banho para me acalmar. Deu certo. A água quente fez o meu corpo relaxar. Eu estava muito tensa quando acordei.
Quando terminei o banho, parei de frente para o espelho, ainda encharcada e nua.
Me olhei de baixo para cima. Meus pés e as minhas canelas faziam parecer que dois palitos estavam levantando todo aquele corpo. Subi para as minhas coxas que eram normais (Pelo menos isso). Olhei para a minha barriga que era magra.
Eu não queria olhar para a região do meu peito até os ombros. Nem nos das costas.
Levantei a cabeça e olhei para o meu rosto. No espelho eu parecia calma, mas na realidade, eu estava morrendo de medo.
Comecei a ficar com frio e colocar logo a minha roupa. Vesti uma camisa azul turquesa, com uma bermuda jeans. Amarrei o meu casaco vermelho na cintura, calcei meus tênis preto. Decidi ir de cabelo amarrado para caso faça muito calor. Peguei minha mochila, cheque ela DE NOVO, e sai de quarto.
Enquanto descia a escada, eu mandava uma mensagem para o Thiago.
Estou saindo de casa. Estarei esperando você no ponto do ônibus, digitei.
Quando terminei de fechar a casa toda, recebi uma mensagem no celular.
Era do Thiago.
Para falar a verdade, eu já estou aqui desde as 5:50. Estou te esperando aqui.
Depois que eu li essa mensagem, sai correndo de casa para o seu encontro.
*****
Cheguei faltando apenas 15 minutos para o ônibus partir.
Thiago estava sentado no banco do ponto de ônibus. Estavam vestindo uma camisa polo vermelho, bermuda jeans e tênis. O vento bagunçava seu cabelo fazendo cair nos seus olhos o tempo todo, de um jeito que o deixava muito fofo.
Me posicionei atrás dele sem ele me ver.
"Buuuuu", gritei empurrando-o.
Ele se desequilíbrio e caiu no chão por causa do susto.
Comecei a rir da cara dele. Ele se levantou rapidamente.
"Até que fim você chegou", falou se recompondo.
"Foi mal a demora".
"Tudo bem, fiquei escutando música enquanto você não chegava", ele apontou para o mp3 que estava no banco, "É então, estou pronto para ter as minhas respostas", falou ansioso.
"Calma, gafanhoto", falei parecendo uma professora, "Só irei contar quando chegarmos".
Até a hora da saída do ônibus, Thiago ficou me perturbando para contar enquanto eu ria da cara dele. O garoto estava tão curioso é desesperado, que se ajoelhou e implorou para eu contar. Mas fiquei firme.
Entramos no ônibus as 6:00. Sentamos no fim para podermos aproveitar melhor.
"Agora não tem mais como voltar", pensei.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Marcas de Serena
Ficção AdolescenteQuando Serena se muda de sua cidade natal, começa a ficar relutante: tem medo de que as pessoas a julguem por causa de um acidente que aconteceu no passado. Achando que não ia fazer amizades com ninguém, ou ser aceita, ela conhece Thiago, um jovem...