Suzana sempre gostou do seu vizinho, o Heitor, mas ele nunca a notou. Para ele, ela sempre foi a irmãzinha caçula dos amigos. Mas depois de 10 anos longe da cidade, as coisas começam a mudar, Heitor começa a ver Suzana com outros olhos, passa a ter...
Como hoje já é segunda, todo mundo levantou bem cedinho para ir trabalhar, aqui ninguém é rico não, ninguém tem mansão, mora em cobertura ou muito menos é dono de empresa, todo mundo tem que acordar cedo pra trabalhar, a não ser o Heitor que sempre foi o que teve mais dinheiro dos três, ele e os meus irmãos. Como o Be e a Eliza tem uma consulta rotineira para ir, já saíram de casa, ficando somente eu e o Heitor, sozinhos, de novo.
Quando chego na cozinha, já uniformizada, pronta para ir trabalhar, encontro o Heitor sozinho tomando seu café. Meu Deus, como ele está lindo, está com o cabelo todo bagunçado, com uma carinha de quem acabou de acordar e super concentrado mexendo no celular. Como sou uma desastrada, já entro na cozinha esbarrando no banquinho que apareceu na minha frente, fazendo-o desviar o olhar do aparelho e olhar para mim. Dou o meu melhor sorriso, meio sem graça e sento na mesa de frente para ele.
- Bom dia. Ele diz me olhando.
- Bom dia. O que você está fazendo ? Digo apoiando meus cotovelos em cima da mesa e erguendo o corpo tentando olhar o que ele está fazendo.
- Nada demais. Só estou procurando um apartamento e um bom ponto pra alugar.
- Ponto ? Pra quê ? Falo cortando um pedaço de queijo e comendo em seguida.
- Bom... Ele deixa o celular de lado e entrelaça as mãos sobre a mesa. – Eu estou pensando em abrir um negócio, não sou muito fã de trabalhar para os outros.
- Que tipo de negócio ? Desculpa ser intrometida. Aliás, que faculdade você fez quando foi embora ? Você não me contou. Ele me dá um sorriso de lado e diz.
- Não tem problema, você é praticamente minha irmã, somos quase uma família...
- Família, tá bom. Sussurro baixo pra mim
- O que ?
- O que de que ? Eu não falei nada, continua. Sorrio.
- Sei... Então, eu fiz faculdade de administração e estava pensando em abrir um bar, alguma coisa do tipo.
- Sério ?! Pode me contratar se quiser, sempre quis ser uma bartender, mas ninguém me contratava.
- E ai você decidiu ir trabalhar em um sexy shop ?
Olho para minha camisa e dou risada. – É o melhor sexy shop da cidade, o sexy da Isa tem de tudo, qualquer dia desses você pode ir lá comprar umas coisinhas se quiser, te atenderei pessoalmente. Mas cuidado que tem umas galinhas assanhadas lá que não podem ver um galo que já querem pular em cima. Só um aviso. Por falar nisso... Olho a hora no relógio no meu pulso. - Já estou atrasada, tenho que ir. Levando e mando um beijo no ar.
Quando já estou saindo da cozinha e ele me chama.
- Espera, deixa que eu te levo. Acho estranho ele me oferecer carona já que ele chegou ontem e não tem nenhum veículo para me dar uma carona. Como se deduzindo o que eu estava pensando, ele diz.
- Eu aluguei uma moto pra usar esses dias. Se você esperar cinco minutos eu te levo no trabalho e quem sabe eu compro umas coisas. Ele ri. – Assim, você também pode me proteger das, como você disse, galinhas assanhadas. Arregalo os meu olhos e ele ri da minha reação. – Já volto, cinco minutos. Ele passa por mim e faz um carinho no meu queijo.
Esse homem tem que parar de fazer esse tipo de coisa comigo, ele vai acabar destruindo todas as minhas estruturas, se é que eu tenho alguma estrutura quando estou perto dele.
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