Poderia dizer que Matt é um fofo, mas.... fera deve se aplicar bem. E vocês em uma única palavra quem seria matt?
Matt
Apoio minhas costas na porta. Mal posso tolerar a sua presença no meu castelo! Somente de saber que existe outra pessoa andando pelos cômodos, me deixa louco. Eu quero estrangular Elizabeth, por ter mandado uma moça tão jovem, falante e teimosa.
Sou mesmo um burro, por não ter visto suas referências antes, como fui confiar nas palavras de Elizabeth garantindo que tinha encontrado alguém qualificada?
Não tive tempo de pesquisar muito a respeito dela e de seu passado, embora tenha encontrada somente pouco a seu respeito, mas não o suficiente.
Não há foto dela em nenhum lugar, entretanto, já imaginava que deveria ser muito bonita, com todas os seu títulos conquistados com os concursos de beleza.
Ainda assim fico intrigado. É como se ela não desejasse mostrar seu belo rosto. Ela tem um boa razão para não mostrá-lo. Mas qual seria?
Faz tempo que estive perto de uma mulher. Julie é a criatura mais linda que já vi, e somente de fitar seus olhos verde jade, faz que cada cicatriz tornassem a doer como se fosse recente.
Quando pedi a Elizabeth uma governanta para cuidar de Camille. Imaginei uma mulher mais velha, forte e saudável suficiente para cuidar de uma criança de oito anos e que principalmente, compreendesse que a responsabilidade de Camille seria dela. Não posso deixar que minha filha me veja.Nunca! Ela fugiria de mim e eu não posso suportar isso. Não outra vez. As pessoas sempre fogem quanto vêem minha aparência desfigurada. Não pretendo assustar Camille.
Cerro meus punhos, somente de pensar na criança, minha filha, que nunca tinha visto e ignorava sua existência até semanas atrás, após sua própria mãe te-la abandonado. Eu sou a única pessoa que pode cuidar dela.
Charlotte não deveria ter abandonado Camille também. Quando Elizabeth me ligou dizendo que minha ex-mulher tinha deixado minha filha na sua casa para viajar com seu novo marido, pirei. Não tolero crianças, sinto desprezo e raiva por aquela mulher. Exatamente a mesma sensação, ao lembrar da dor no dia que ela me abandonou, levando nossa filha em seu ventre.
Só Deus sabe o quanto eu necessitava de Camille oito anos atrás. Poderia ter suportado um pouco mais, das inúmeras cirurgias, da difícil recuperação e da dura realidade que nada poderia ser feito. Mas ela levou a minha filha para longe.
Fervendo de raiva, me afasto da porta e pego o telefone.
-- Dereck, Preciso que você pesquise mais a fundo sobre o passado de uma mulher.
-- Sim senhor -- diz meu investigador particular.
-- vou mandar alguns arquivos dela para o seu e-mail -- desligo. E depois busco pelo nome da minha irmã na minha agenda.
— Elizabeth Cambridge.
— que droga Elizabeth, ela é jovem e linda — falo com desprezo.
— então você foi para luz irmãozinho, para observa-lá.
— por que fez isso?— ela suspirou do outro lado da linha.
— Julie é a pessoa mais responsável e bondosa que conheço. Eu fiz por Camille. Ela já trabalhou com crianças antes. Além de ser divertida, comunicativa e criativa. Ora, largue de ser ranzinza e lhe dê uma chance.
— não tenho escolha — falo sabendo que Camille já está chegando daqui a dois dias.
— vai dar tudo certo Matt, confie na sua irmã pelo menos uma vez. Charlotte não deveria ter fugido, eu não acreditei quando ela disse que só fez isso, porque você se tornou um homem frio e mesquinho. Eu me recuso a acreditar nisso — engolo em seco e sento como ela tivesse granvado uma espada do meu coração, não quero decepcionar a única pessoa da minha família.
— Charlotte me abandonou por não suportar as consequências do acidente. Não posso ser mais aquele homem.
— tente por Camille, Matt — diz Elizabeth antes de desligar.
Deixo o telefone no gancho e me jogo na poltrona preta, em frente à janela. As memórias dolorosas do acidente invadem minha mente, mas eu afasto-as e me concentro no sol que luta para sair detrás das nuvens.
Mas a reação de Charlotte quando tiraram minhas ataduras, toma conta da minha mente, a repugnância que vi no seu rosto foi a dor mais cortante que sentir, pois não atingiu somente minha carne, mas minha alma. A repulsa que minha própria esposa sentia, quando eu a tocava para acariciar sua mão era doloroso demais para mim, que até a dor terrível do acidente e as cirurgias que vieram em seguida não se comprava a dor que eu sentir ao perdê-la.
Uma batida suave chegou as meus ouvidos.
— Senhor Cambridge — a voz dela é suave e delicada.
— eu disse que avisaria se..
— não sou sua babá, portanto, posso o chamar o quanto quiser.
— pago o seu salário — digo alto e impaciente.
— vejo que seus pais não lhe ensaram educação.
— se eles tivesse vivo me ensinaria -- digo.
— ora. Então eu posso fazer isso por eles.
Um sorriso involuntário ameaça surgir e eu luto contra a vontade de sorrir, colocando meu rosto no couro da poltrona.
— o que você deseja?
— então, agora o senhor vai me ouvir — Julie zomba de mim — não sou vidente para descobrir o que deseja comer.
— faça qualquer coisa.
Seus passos determinados se afastam da porta. Meia hora depois, o tilintar da bandeja me avisa.
— deixe na porta — falo. Olhando para o computador.
— o quê?
— deixe e vá embora — repito rudemente.
— grosso — ela diz, enquanto coloca a bandeira perto da porta.
Meus dedos tocam as cicatrizes ferozmente.
— maldito seja! — esbravejo comigo mesmo. Ando até a porta para pegar minha refeição.
Essa mulher vai despertar o pior de mim.
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Venha Para Luz
SpiritualUma fera.... foi o que Matt Cambridge se tornou, depois de um trágico acidente que o desfigurou. Agora abandonado e solitário, se esgueirando pela sombra de seu próprio castelo, ele tenta viver sua vida sem arrependimento algum. Assim como a fera...